FUTURO AMEAÇADO
TEXTO E DIREÇÃO
Denílson David
JUIZ – Natureza
ACUSADO – Aquecimento Global (Réu)
TESTEMUNHAS – Terra, efeito estufa, camada de ozônio, ser humano.
ADVOGADOS – Sol, Lua.
Ato Único
(Abrem-se as cortinas, terra, efeito estufa, camada de ozônio, sol e a lua estão em cena e discute e discute a respeito do aquecimento global).
NATUREZA – Silêncio no tribunal, silêncio! Em seus lugares, por favor!
(TODOS SE SENTAM)
NATUREZA – Eu Dr. Natureza como representante suprema de todos aqui presentes, estou aqui para julgar um caso que envolve e interessa a todos: O futuro da humanidade... O futuro está ameaçado.
(BURBURINHO)
NATUREZA – A ameaça tem nome e sobrenome: Aquecimento global. O réu pode entrar, por favor.
(ENTRA O AQUECIMENTO GLOBAL)
EFEITO ESTUFA – Por mim, esse vagabundo de uma figa pegaria uma bela prisão perpetua! Ou melhor, pena de morte.
ÔZONIO – Pena que não temos mais a forca. Ele iria ficar lindo com o pescoço escangotado com a língua pra fora. (Rir)
TERRA – (Chorando) Coitado, eu fico com uma pena dele, tanta humilhação ai, senhor perdoa ele não sabe o que faz.
NATUREZA – Silêncio, por favor! (Pausa) Nos últimos tempos diariamente acompanhamos as catástrofes climáticas e as mudanças que estão acontecendo no clima mundial. Nunca vimos mudanças tão rápidas e com efeitos, devastadores como tem ocorrido. O que o réu tem a ver com tudo isso?
AQUECIMENTO – Eu sou inocente Senhora Juíza. Eu não sei de nada!
SOL – Protesto meritíssima!
NATUREZA – Protesto concedido. O que tem a falar Dr. Sol na condição de advogado de acusação?
SOL – É uma infâmia esse tal de aquecimento global dizer que é inocente. A Europa tem sido castigada por fortes ondas de calor. Ciclones atingiram o Brasil. O número de desertos aumenta a cada dia, fortes furações causam mortes e desastres em várias regiões do planeta. E as calotas polares estão derretendo, podendo ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas. Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
LUA – Êpa, êpa, êpa digo com sua licença, senhora juíza!
NATUREZA – Com a palavra advogada de defesa senhora Lua
LUA – Esperem um pouco. (Atrapalha-se com os papeis deixando-os cair) Até pouco tempo atrás era restrito a círculos científicos, o termo aquecimento global. Hoje passou a ser usado por muita gente - mesmo por quem não entende plenamente o que ele significa. O inverno foi quente? Culpa do aquecimento global. Caiu uma tempestade? É o aquecimento global. O calor está de rachar? Aquecimento global.... Porem o que seria realmente o aquecimento global, quem poderia me dizer?
AQUECIMETNO GLOBAL - Pois sim, eu digo o que sou... Sou um aumento significativo da temperatura média da Terra em período relativamente curto. Uma elevação da temperatura do planeta ao longo dos últimos anos.
SOL – Doutora Juíza, como pode ver, o réu acaba de se confessar culpado de tal fenômeno.
LUA – Protesto Senhora Meritíssima!
NATUREZA – Protesto concedido, por favor, doutora lua, prossiga...
LUA – Quando ele fala que aumentou a temperatura da terra não falo que ele é culpado. Nem sempre somos culpados por nossas ações.
SOL – Doutora Meritíssima gostaria então de perguntar ao réu. Já que o próprio alega ser inocente por suas ações! Quem seria o real culpado?
LUA – Êpa, êpa, êpa Protesto meritíssima!
NATUREZA – Protesto recusado.
LUA – A senhora é mau.
NATUREZ - Por favor, Senhor aquecimento global responda a pergunta.
AQUECIMENTO - bem. Ora... Pois... Bem... O verdadeiro culpado é... É... O efeito estufa.
(burburinho)
EFEITO ESTUFA – Ah! Isso é uma blasfêmia, uma infâmia! Uma baixaria uma bosta, mas que pouca vergonha, eu protesto! Protesto! Protesto!
NATUREZA – Protesto recusado. Se contenha efeito estufa e com calma apresente os seus argumentos contra a acusação que lhe foi referida.
EFEITO ESTUFA – Senhora meritíssima, eu confesso que graças ao aumento do meu trabalho. Essa porcaria do aquecimento global se torna mais forte. Porém, vale lembrar que eu sozinho não sou ruim, que eu sou importantíssimo para que a droga de vida na terra continue já que é graças a mim que ela fica aquecida. Quando os raios de Sol chegam à atmosfera e à superfície da Terra, parte da energia fica no planeta, absorvida pelo solo, pelos oceanos, pelas plantas e outros. O restante é refletido no espaço pelas nuvens e outras superfícies refletivas. O calor que não sai pela atmosfera terrestre mantém o planeta mais quente do que o espaço sideral, porque mais energia está entrando pela atmosfera do que saindo. Isso tudo faz parte do meu trabalho para que a merda da terra se mantenha quente.
NATUREZA – Senhor Efeito estufa, olhe os palavrões o senhor está no tribunal. Eu exijo respeito.
SOL – Como seria efeito estufa, a terra sem o seu trabalho?
EFEITO ESTUFA – Provavelmente ela se pareceria bastante com Marte. . A infeliz da terra congelaria, e seria impossível a vida nela.
LUA – Que falta de educação meu filho. Êpa, êpa, êpa. Deixe-me procurar o 1º documento... Pronto achei. O aumento de poluentes, principalmente de gases derivados da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, a gasolina, e o diesel, na atmosfera, formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. O desmatamento, a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Portanto o aquecimento global meritíssima é conseqüência do efeito estufa.
SOL – Protesto meritíssimo! Podemos ver claramente que o efeito estufa não nos prejudica e sim nos auxilia. Os gases emitidos que se espalham pelo solo é prejudicial ao efeito estufa, fazendo com que ele nos prejudique.
EFEITO ESTUFA – Exatamente, Senhora meritíssima eu posso ate descrever aqui quem são os infelizes desses gases.
NATUREZA – Fique a vontade efeito estufa.
FEITO ESTUFA – Pra começar temos o idiota do Dióxido de carbono mais conhecido CO2. Ele um gás incolor, subproduto da combustão de matéria orgânica. O aumento de sua concentração é considerado o fator primário no aquecimento global. Porque ele absorve radiação infravermelha. O que significa maior absorção de energia e um aumento total na temperatura do planeta. Outro importante gás estufa é o idiota do óxido Nitroso vulgo NO2. Ele absorve muito mais energia do que CO2, cerca de duzentas e setenta vezes mais. E para concluir tem o pateta do Metano ele é um gás combustível e o principal componente do gás natural. O metano ocorre naturalmente, oriundo da decomposição de material orgânico. Freqüentemente é encontrado na forma de "gás de pântano". Esses que acabei de descrever digamos que são os gases mais importantes.
NATUREZA – Obrigada pelo depoimento Senhor efeito estufa. Mais alguma pergunta doutor sol?
SOL – Não meritíssima!
NATUREZA – E a senhora lua?
LUA – não meritíssima.
NATUREZA - Doutor Sol qual a sua testemunha?
SOL – Para amenizar sua culpa o aquecimento global está tentando encontrar outros culpados como, por exemplo: a camada de ozônio. Porém ambos nada, tem haver em comum. E eu trouxe a própria para que ela mesma possa esclarecer esse mal entendido.
NATUREZA-então camada de ozônio o que tem a dizer?
CAMADA DE OZONIO – Ai eu estou ficando nervosa. (Rir). Desculpa mais é que... (Rir) Eu não consigo parar.
SOL – Por favor, se recomponha camada de ozônio!
CAMADA DE OZÔNIO – Tudo bem, eu vou falar. A Terra é banhada a cada dia por luz e outras energias do Sol. Nem toda essa energia é saudável. (Rir) Um tipo de energia que não é boa é a chamada radiação ultravioleta. Eu me localizo Nas regiões altas... Regiões altas... (Rir) Sou um tipo de substância química frágil, que possui o tamanho e o formato exatos para absorver a radiação ultravioleta do Sol. E funciono como imensos óculos escuros para nosso planeta, filtrando a radiação ultravioleta. Mas meritíssima eu estou sendo destruída por produtos químicos, como o CFC. Eles são usados em geladeiras, espuma plástica e em spray. (Rir)
NATUREZA – Eu estou satisfeito, alguma das partes tem mais alguma pergunta a fazer?
LUA/ SOL – Não meritíssima.
NATUREZA – É... O caso do aquecimento global ainda é muito grave. A camada de ozônio está isenta, o efeito estufa tem participação mais ainda assim não diminui os problemas do aquecimento global. O que o réu tem ainda em sua defesa?
AQUECIMENTO GLOBAL – Eu sou inocente Senhora Meritíssima. Eu não sei de nada.
LUA – Êpa, êpa, Com sua licença Senhora Meritíssima.
SOL – Protesto!
LUA – Como ousa? Eu protesto o protesto dele!
NATUREZA – Protesto do protesto concedido prossiga advogada lua...
LUA – Como eu ia dizendo (Se embaralha com os papeis) Dois quilos de farinha de trigo. Seis gemas de ovos, ops... Peguei o papei errado. (Pegando outro papel) Ô aqui está Alguns cientistas reconhecem que o aquecimento global estar acontecendo, mas discordam que devemos nos preocupar. Estes cientistas dizem que a Terra é mais resistente às mudanças climáticas nesta escala do que podemos imaginar. E é improvável que algo catastrófico aconteça como resultado do aquecimento global.
NATUREZA – Deixe-me ver se eu compreendi você está querendo dizer que não devemos nos preocupar com o fenômeno do aquecimento global por julgar que a terra ser resistente o suficiente para suportar toda e qualquer conseqüência, correto?
LUA – Exatamente!
SOL – Isso é um absurdo!
NATUREZA – silencio Doutor sol. Advogada Lua faça o favor de mandar entrar sua testemunha.
LUA – Senhora terra entre, por favor!
TERRA – Ai, já, estou indo, tenha calma afinal eu não sou mais uma mocinha de 15 anos. (Chora) Ó como estou cansada.
SOL – Meritíssima com sua licença. Eu não entendo por que essa senhora vem defender o aquecimento global já que o mesmo a prejudica de várias formas? Diga senhora, diga a todos aqui presente quais os danos que o aquecimento causa a senhora.
LUA – Êpa, êpa, protesto Senhora Meritíssima, o sol esta coagindo a testemunha.
NATUREZA – Protesto negado, por favor, senhora queira responder a pergunta.
TERRA – Ai doutora meritíssima juíza, confesso que eu estou sofrendo bastante com tudo que o aquecimento global vem me causando: (Chora) Aumento do nível dos oceanos: o que pode causa, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas; Crescimento e surgimento de desertos, Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais como no Brasil; Aumento de furacões, tufões e ciclones; intensas Ondas de calor. A perda de grandes áreas de gelo na superfície que pode acelerar cada vez mais o aquecimento global, porque menos energia solar será refletida para longe de mim.
NATUREZA – Meu Deus, e isso ainda pode piorar?
TERRA – Sim. Eu fico triste só em pensar. Os efeitos mais devastadores - e também os mais difíceis de ser previstos - seriam os efeitos na biodiversidade. O custo humano é difícil de ser calculado. Milhares de vidas seriam perdidos anualmente, já que os idosos ou doentes sofreriam com o excesso de calor e outros traumas relacionados a ele. As pessoas de baixa renda e as nações subdesenvolvidas sofreriam os piores efeitos, já que os pobrezinhos não teriam recursos financeiros para lidar com os problemas que viriam com o aumento da temperatura. Uma quantidade enorme de pessoas morreria de fome se a diminuição das chuvas limitasse o crescimento das colheitas. Elas morreriam também pelo aumento de doenças, se as enchentes costeiras trouxessem as que são originadas na água e se difundem rapidamente. Um horror. (Chora)
SOL – Como todos podem ver, depois de tudo que foi falado é um absurdo essa senhora vir a júri e defender esse meliante.
AQUECIMENTO GLOBAL – Volto a afirmar meritíssima eu sou inocente, eu não sei nada.
LUA – Êpa, êpa, prosseguindo eu gostaria que a testemunha revela-se o motivo pelo qual fez com que ela viesse defender o meu cliente.
TERRA – Na verdade meritíssima não vim defendê-lo, (Chora) vim apenas esclarecer alguns fatos. E nada adiantaria punir o aquecimento global se na verdade o verdadeiro culpado continua ignorando poluindo o planeta. (Chora)
SOL – Mais um inocente será acusado!
NATUREZA – A quem a senhora se refere dona terra?
TERRA – Ao verdadeiro causador do aquecimento global. Ao causador pelo aumento de emissões dos gases estufa. (Chora) Ao vilão conhecido... Conhecido... Por... Por ser humano
(TODOS SE ADMIRAM E SE AGITAM).
NATUREZA – Tem certeza do que está falando, senhora terra? É uma grave acusação a que você está fazendo.
TERRA – Com todo respeito senhora meritíssima eu sei muito bem o que eu estou dizendo. Não duvide da minha palavra! (Chora)
NATUREZA – Diante de tamanha acusação, não vejo outra solução: eu exijo a presença de um ser humano imediatamente! Voltamos em instantes.
AQUECIMENTO GLOBAL – Então doutora como está minha situação?
LUA – Está melhorando, nós vamos conseguir. Obrigado dona terra seu depoimento mudou o rumo do julgamento.
TERRA – Não precisa me agradecer doutora Lua. Eu fiz o que eu achava certo.
LUA – Mesmo assim obrigada.
SOL – É lua tenho que admitir essa testemunha foi uma cartada de mestre.
LUA – Obrigada doutor sol, êpa, êpa o senhor também está admirável, bastante firme e enfático nas suas colocações.
SOL – É apenas o meu trabalho.
NATUREZA – Silêncio no tribunal! Em seus lugares, prossigamos com a audiência, a testemunha requisitada já chegou ser humano entre, por favor.
SER HUMANO – Eu não acredito que estou aqui, isso é uma piada. Estou cheios de compromissos tenho várias decisões a tomar. Sou eu a maior vitima dessa barbaridade com podem acusar-me de ser o culpado deste fenômeno.
NATUREZA – Em primeiro lugar se contenha ser humano. Tenho em mãos documentos que comprovam a acusação, o aquecimento global se da pelo crescimento do efeito estufa, que por sua vez só tem aumentado porque a emissão de gás estufa também tem aumentado bastante. Hoje a atividade humana bombeia enorme. Quantidades de CO2 na atmosfera, resultando em um aumento total na sua concentração. A temperatura média da superfície da Terra. O uso de muito fertilizante de nitrogênio nas colheitas libera grandes quantidades de NO2, Atividades desenvolvidas pelo homem produzem o metano de várias formas: com sua extração do carvão; a partir de grandes rebanhos de gado (por exemplo, gases digestivos).
LUA – Êpa, êpa, trocando em miúdos gases digestivos significa peido, bufa. É isso, o seu pum colabora com o aquecimento global.
SER HUMANO – Isso é demais ate meu pum querem controlar!
NATUREZA – Silêncio no tribunal.
SOL – Senhora meritíssima, mas o próprio ser humano já tem tomado consciência disso, como prova eu posso citar. O Protocolo de Kyoto foi criado para reduzir a emissão de CO2 e de outros gases estufa em todo o mundo. Trinta e cinco nações industrializadas se comprometeram a reduzir a emissão destes gases em graus variados. E que entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005.
LUA – Êpa, êpa, êpa, êpa, o exemplo citado é fato, no entanto alem de muitos humanos não ligar a mínima para o problema do aquecimento por considerá-lo muito apocalíptico. Os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
NATUREZA – Então ser humano o que a dizer sobre isso?
SER HUMANO - Francamente doutora natureza os efeitos do aquecimento não me afetaram em nada ainda. Por tanto não tenho motivos para acreditar nele.
LUA – Êpa, êpa, ai é que o senhor se engana. Em maior ou menor grau, as mudanças climáticas já começaram a afetar nossos rios, nossas florestas, nossa pecuária, nossas plantações e nossa qualidade de vida. Segundo os dados divulgados pelo IPCC... Que agora eu não estou encontrando... (Procura) Ai eu acho que usei o papel quando estava no banheiro. Mas continuando. Para climatizar ambientes domésticos e industriais já estamos gastando mais energia elétrica em condicionadores de ar e ventiladores; que na agricultura estamos utilizando mais água para irrigar lavouras, pois o aumento da temperatura aumenta as perdas de água do solo e das plantas; e que o conforto térmico que afeta o desempenho das mais diversas atividades (rurais e urbanas), está mais difícil de ser mantido, prejudicando toda a população.
SER HUMANO – Mais afinal o que eu posso fazer para evitar o aquecimento global?
NATUREZA – Há muitas coisas que podemos fazer para tentar deter o ser humano. Basicamente, todas sugerem a redução na emissão de gases estufa. Ajudar gastando menos energia. Existem ainda pequenas ações que podem fazer a diferença tais como: certifique-se de que seu carro está com o motor regulado - isto permitirá que ele funcione com maior eficiência e gere menos gases nocivos; Caminhe ou ande de bicicleta quando puder - dirigir o carro gera mais gases estufa do que praticamente quaisquer outras coisas que se façam Os carros queimam combustível fóssil, mas os carros com combustível mais eficiente emitem menos CO2, especialmente os carros híbridos;recicle - o lixo que não é reciclado acaba em um aterro, gerando metano; além disso, produtos reciclados requerem menos energia para ser produzidos do que produtos feitos do zero; plante árvores e outras plantas onde puder - as plantas tiram o CO2 do ar e liberam oxigênio; não queime o lixo - isto lança CO2 e hidrocarbonetos para a atmosfera. Para deter a emissão dos gases estufa é necessário que se desenvolvam fontes de energia combustível não-fóssil. Energia hidrelétrica, energia solar, motores de hidrogênio e células de combustível poderiam criar grandes cortes nos gases estufa se fossem mais comuns. Ficou claro ser humano?
SER HUMANO – Sim doutora natureza mais claro impossível. Chego ate me envergonhar por ter duvidado da veracidade da acusação vejo agora que tenho 100 % de culpa.
NATUREZA – Apurado todos os fatos, faremos uma pequena pausa e logo retornaremos para sabermos a sentença.
AQUECIMENTO GLOBAL – Estou aflito doutora lua.
LUA – Êpa, êpa, calma aquecimento falta pouco.
TERRA – (Choramingando) Os seres humanos são uns bandos de ambiciosos só pensam no próprio interesse, em dinheiro. Pouco se importa com a questão ambiental.
EFEITO ESTUFA – O ser humano é o maior vilão e quer pousar de vitima. Esse filho da mãe.
CAMADA DE OZONIO – É mais ou eles se conscientizam ou vai acabar sobrando pra toda a natureza. (Rir)
SOL – A juíza já está de volta.
NATUREZA – Bem. Dada às circunstâncias analisando os fatos. O réu senhor aquecimento global é considerado inocente! No entanto em seu lugar será considerado culpado, o ser humano e condenado a assinar um protocolo de kyoto e boas maneiras com a sua consciência e a cuidar melhor do planeta terra, da natureza, do meio ambiente antes que seja tarde que de hoje em diante ele tome consciência que o seu futuro está ameaçado e que clama por urgentes mudanças. Está encerrada a audiência...
E AVIDA CONTINUA!!!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
OPEÇA – E AGORA JOSÉ?
Ideia de Texto- Denilson David E Rômulo Macário
TEXTO- DENILSON DAVID
Personagens
José
Ecologia
Fé
Ciência
Incrédulo
Geleira
Ato único
(inicia com a apresentação de um vídeo com imagens que retratam as conseqüências do Derretimento das geleiras. Em seguida a cena se passa no movimentado centro de uma cidade. Pessoas andam mascaradas e apressadamente de um lado pra outro, nisso José um mendigo, tenta a todo custo, falar com alguém.)
José- alguém, por favor... Vocês têm que me escutar... Temos que agir enquanto há tempo... Senhora... Por favor... Senhor, apenas, um minuto de sua atenção... Por favor... Não podemos mais perder tempo...
(ele é ignorado por todos, que apressadamente continuam sua caminhada.)
José - nosso tempo está acabando as conseqüências serão terríveis (cada vez mais nervoso) não podemos deixar isso acontecer... Alguém, alguém... Não adianta ninguém me escuta ninguém ta nem aí... É o fim, é o fim. Não. Ainda não. Eu não vou posso deixar isso acontecer, tenho que fazer alguma coisa... (grita) chegaaaa!(pausa, todas as atenções se voltam para ele) meu nome é José...
Todos - José!
José - é José. Eu tenho 32 anos, sou morador de rua, não sou letrado e nunca freqüentei a escola, mais eu sei que alguma coisa esta errada... Eu vejo os jornais, não sei ler, mais eu entendo, eu vejo, eu sinto que o mundo está morrendo, é um tal de aquecimento global, falaram também em derretimento... Derretimento de... De... De...
Ator 1-geleiras.
José - sim é isso, geleiras...
Atriz 1-ora meu senhor faça-me o favor, o senhor nos á essa hora da manhã pra falar essas bobagens!
José - bobagens? Bobagens? Você acha mesmo que falar sobre o futuro da humanidade é bobagem? Hora faça-me o favor a senhora. O nosso planeta não está bem, o nosso planeta não está nada bem. Temos que fazer alguma... Temos que fazer alguma (ele se descontrola. A multidão tenta controlá-lo, mas é inútil). Não podemos deixar isso acontecer, não podemos deixar isso acontecer... Não (desmaia).
Todos - José (gritão formando um circulo em volta dele).
(pausa, todos tiram a mascara e José desperta)
José - vocês têm que acreditar em mim!
Ator 2-eu acredito em você.
Atriz 2-eu também.
José - está aí à ciência que não me deixa mentir.
Ciência-(sai dá platéia) eu estou aqui.
Todos-(ficam deslumbrados com a aparição)
Ciência - o futuro de milhões de pessoas em todo o mundo será afetado pelo derretimento da cobertura de gelo, dos mares de gelo e de geleiras causado pelo aquecimento global.
Todos - e agora José?
Ciência- 40% da população mundial poderão ser afetadas pelo derretimento da neve e de geleiras nas montanhas da Ásia. entre os impactos previstos estão mudanças na disponibilidade de água potável e para a agricultura, aumento do nível do mar, que afetará áreas costeiras e ilhas, e o aumento de problemas como afundamento de terras que atualmente estão congeladas.
Todos-e agora José?
José-eu falei que as coisas não andavam nada bem... não podemos continuar fazer de conta que nada está acontecendo...temos que agir...
Ciência-muitos povos não têm os recursos financeiros e a tecnologia necessários para uma adaptação a estas novas condições. Muitas partes do mundo estariam mal preparadas para o ritmo das mudanças causadas pelo aquecimento global.
Ator 3 – mais por que está acontecendo tudo isso?
José- porque o homem nunca quiz ser igual, e para buscar essa diferença criou o capitalismo que gerou a busca, que gerou a ganância, que gerou a guerra, que gerou a angustia, que gerou a desgraça, que gerou um mundo que sem culpa alguma passou a ser o mais afetado que também se revoltou com tanta estupidez e começa a agir como o próprio homem.
Atriz 3- mais que pessimismo é esse? Não podemos perder a esperança, temos que ter fé...
Todos- fé?
Fé- (entrando) fé sim senhor! Assim como somente cristo pode trazer a paz às mazelas do mundo todo, somente ele poderá nos livrar de toda fúria da natureza se orarmos com este objetivo.
José- mais o que deus tem haver com os fenômenos da natureza?
Fé- estes fenômenos da natureza a que você se refere continuarão, com certeza, por que não haverá reversão, mas principalmente se o homem se converter e orar então o paraíso serão instalados e Jesus voltará pela segunda vez! Estaremos vivendo como no princípio dos atos: unidos perfeitamente!
Atriz 4- isso é um absurdo! Deus nada tem a ver com isso...
Incrédula- isso é besteira... Estamos perdendo nosso tempo!Vocês estão é nos praguejando. vamos pensar no hoje...o futuro a deus pertence.
Ciência - isso é o que você pensa, se os gases de efeito estufa não forem reduzidos ainda no século 21 o derretimento das calotas polares pode acontecer mais cedo ainda com o aquecimento da água do mar, desestabilizando as partes das camadas de gelo, baseado na população atual do mundo, a elevação do nível do mar em apenas um metro iria expor 145 milhões de pessoas a enchentes, caso não sejam tomadas medidas de adaptação. A população da Ásia seria a mais atingida.
Ator – e daí eu não moro na Ásia?
José- mais a ciência está certa. mais cedo ou mais tarde também vamos atingidos
Todos - e agora José?
Fé - sabemos que os cientistas podem apenas prever com certa antecedência as calamidades, para evitar maior número de mortes. mais quem pode nos socorrer é só cristo.vamos orar enquanto há tempo. Só deus salva aleluia!Aleluia!
José- só a reza de nada vai adiantar temos que agir.
Todos- e agora José?
Ecologia-(entrando) o José esta certo. “Isto significa que a necessidade de nos adaptarmos às mudanças climáticas é tão considerável, do ponto de vista das conseqüências e dos custos econômicos, que temos que atuar a partir de agora”.
Todos- e agora José?
Ecologia - o fato é o seguinte: o homem sempre maltratou a natureza em prol dos seus objetivos, agora a natureza está respondendo a altura sem dó e nem piedade.
José - dona ecologia desculpa a ignorância, mais o que é mesmo essa... Essa... Coisa chamada de geleira?
Geleira - oi, para todos, eu te explico o que sou... . Somos imensos rios de gelo que se formam em áreas em que o volume de neve que cai a cada inverno é maior do que o que derrete em todo o verão. Só a quantidade de gelo que existe na Groelândia daria para cobrir a terra e forma uma camada de espessura de 5,00 metros. Mas com o passar dos anos eu estou diminuindo cada vez mais... Mais... E mais é uma tristeza.
Todos - e agora José?
Geleira- a cada ano eu viro gelo em menor quantidade e acabo permitindo a morte de vários ursos polares. É uma tristeza.
Todos- e agora José?
Ciência- é isso mesmo que acontece, é como se os seres humanos vissem o teto de suas casas caindo em sua cabeça, e mesmo assim continuassem debaixo, sem tomar nenhuma providencia.
Todos- e agora José?
Fé- é o final do fim dos tempos, cristo está chegando... Se convertam enquanto há tempo...
Incrédula – vocês estão exagerando!
José- mais o que podemos fazer para mudar essa situação?
Ecologia – o ser humano precisa começar a encarar o problema do aquecimento e do derretimento das geleiras de frente. e dotar medidas preventivas tais como : parar com os desmatamentos, diminuindo o efeito estufa, diminuir ar os gases lançados na camada de ozônio, fazendo assim diminuirá o aquecimento global e impedira esse derretimento acelerado fora do normal. Se isso acontecer até 2050, em 2100 eliminaremos milhares de toneladas de carbono. Podendo baixar a temperatura do planeta e contribuir para que o mundo possa estar bem, parando com as tempestades fora de época, furacões, tsunamis e inundações em várias áreas do mundo.
Ciência – mais para isso todos tem que agir em conjunto, com o mesmo ideal: cuidar melhor do planeta!
José- então pessoal temos que começar já. Não podemos deixa para depois, pequenos atos podem fazer a diferença.a mudança só vai realmente acontecer se eu, você, ele, ela, cada um de nós fizermos nossa parte... só assim a realidade será transformada.quem esta comigo?
Ator - temos que pensar nos nossos filhos... eu to com você.(um a um todos decidem participar)
José- é isso ai pessoal, vamos começar plantando arvores nas ruas...antes que...( sente uma forte dor no peito, desmaia)
Todos- José!!!
E agora, José?
ator -A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,
Todos-e agora, José?e agora, você?
Atriz -você que é sem nome,que zomba dos outros,você que faz versos,que ama, protesta?
todos-e agora, José?
Está sem mulher,está sem discurso,está sem carinho,já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,a noite esfriou,o dia não veio,o bonde não veio,o riso não veio,não veio a utopiae tudo acaboue tudo fugiue tudo mofou,
todos-e agora, José?
E agora, José?Sua doce palavra,seu instante de febre,sua gula e jejum,sua biblioteca,sua lavra de ouro,seu terno de vidro,sua incoerência,seu ódio – e agora?
Com a chave na mãoquer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.
Ator-José, e agora?
Atriz-José, e agora?
Todos-Se você gritasse,se você gemesse,se você tocassea valsa vienense,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse...
Ator- Mas você não morre,você é duro, José!
Todos-Sozinho no escuroqual bicho-do-mato,sem teogonia,sem parede nuapara se encostar,sem cavalo pretoque fuja a galope,você marcha, José!José, para onde?
Todos- José!(pausa,a cena volta a se passar como no inicio, todos recolocam as mascaras e voltam a caminhar apressadamente.josé desperta.)
José - o que aconteceu?então ...era sonho...tudo continua exatamente igual...até quando? Até quando?igual.
Todos- (para o publico)e agora você! O que esta esperando para mudar sua atitude?chega! é hora de mudar, a vida na terra está em suas mãos, lute, faça sua parte antes que seja tarde de mais... antes que seja tarde de mais... tarde de mais...
A VIDA CONTINUA!!!
Ideia de Texto- Denilson David E Rômulo Macário
TEXTO- DENILSON DAVID
Personagens
José
Ecologia
Fé
Ciência
Incrédulo
Geleira
Ato único
(inicia com a apresentação de um vídeo com imagens que retratam as conseqüências do Derretimento das geleiras. Em seguida a cena se passa no movimentado centro de uma cidade. Pessoas andam mascaradas e apressadamente de um lado pra outro, nisso José um mendigo, tenta a todo custo, falar com alguém.)
José- alguém, por favor... Vocês têm que me escutar... Temos que agir enquanto há tempo... Senhora... Por favor... Senhor, apenas, um minuto de sua atenção... Por favor... Não podemos mais perder tempo...
(ele é ignorado por todos, que apressadamente continuam sua caminhada.)
José - nosso tempo está acabando as conseqüências serão terríveis (cada vez mais nervoso) não podemos deixar isso acontecer... Alguém, alguém... Não adianta ninguém me escuta ninguém ta nem aí... É o fim, é o fim. Não. Ainda não. Eu não vou posso deixar isso acontecer, tenho que fazer alguma coisa... (grita) chegaaaa!(pausa, todas as atenções se voltam para ele) meu nome é José...
Todos - José!
José - é José. Eu tenho 32 anos, sou morador de rua, não sou letrado e nunca freqüentei a escola, mais eu sei que alguma coisa esta errada... Eu vejo os jornais, não sei ler, mais eu entendo, eu vejo, eu sinto que o mundo está morrendo, é um tal de aquecimento global, falaram também em derretimento... Derretimento de... De... De...
Ator 1-geleiras.
José - sim é isso, geleiras...
Atriz 1-ora meu senhor faça-me o favor, o senhor nos á essa hora da manhã pra falar essas bobagens!
José - bobagens? Bobagens? Você acha mesmo que falar sobre o futuro da humanidade é bobagem? Hora faça-me o favor a senhora. O nosso planeta não está bem, o nosso planeta não está nada bem. Temos que fazer alguma... Temos que fazer alguma (ele se descontrola. A multidão tenta controlá-lo, mas é inútil). Não podemos deixar isso acontecer, não podemos deixar isso acontecer... Não (desmaia).
Todos - José (gritão formando um circulo em volta dele).
(pausa, todos tiram a mascara e José desperta)
José - vocês têm que acreditar em mim!
Ator 2-eu acredito em você.
Atriz 2-eu também.
José - está aí à ciência que não me deixa mentir.
Ciência-(sai dá platéia) eu estou aqui.
Todos-(ficam deslumbrados com a aparição)
Ciência - o futuro de milhões de pessoas em todo o mundo será afetado pelo derretimento da cobertura de gelo, dos mares de gelo e de geleiras causado pelo aquecimento global.
Todos - e agora José?
Ciência- 40% da população mundial poderão ser afetadas pelo derretimento da neve e de geleiras nas montanhas da Ásia. entre os impactos previstos estão mudanças na disponibilidade de água potável e para a agricultura, aumento do nível do mar, que afetará áreas costeiras e ilhas, e o aumento de problemas como afundamento de terras que atualmente estão congeladas.
Todos-e agora José?
José-eu falei que as coisas não andavam nada bem... não podemos continuar fazer de conta que nada está acontecendo...temos que agir...
Ciência-muitos povos não têm os recursos financeiros e a tecnologia necessários para uma adaptação a estas novas condições. Muitas partes do mundo estariam mal preparadas para o ritmo das mudanças causadas pelo aquecimento global.
Ator 3 – mais por que está acontecendo tudo isso?
José- porque o homem nunca quiz ser igual, e para buscar essa diferença criou o capitalismo que gerou a busca, que gerou a ganância, que gerou a guerra, que gerou a angustia, que gerou a desgraça, que gerou um mundo que sem culpa alguma passou a ser o mais afetado que também se revoltou com tanta estupidez e começa a agir como o próprio homem.
Atriz 3- mais que pessimismo é esse? Não podemos perder a esperança, temos que ter fé...
Todos- fé?
Fé- (entrando) fé sim senhor! Assim como somente cristo pode trazer a paz às mazelas do mundo todo, somente ele poderá nos livrar de toda fúria da natureza se orarmos com este objetivo.
José- mais o que deus tem haver com os fenômenos da natureza?
Fé- estes fenômenos da natureza a que você se refere continuarão, com certeza, por que não haverá reversão, mas principalmente se o homem se converter e orar então o paraíso serão instalados e Jesus voltará pela segunda vez! Estaremos vivendo como no princípio dos atos: unidos perfeitamente!
Atriz 4- isso é um absurdo! Deus nada tem a ver com isso...
Incrédula- isso é besteira... Estamos perdendo nosso tempo!Vocês estão é nos praguejando. vamos pensar no hoje...o futuro a deus pertence.
Ciência - isso é o que você pensa, se os gases de efeito estufa não forem reduzidos ainda no século 21 o derretimento das calotas polares pode acontecer mais cedo ainda com o aquecimento da água do mar, desestabilizando as partes das camadas de gelo, baseado na população atual do mundo, a elevação do nível do mar em apenas um metro iria expor 145 milhões de pessoas a enchentes, caso não sejam tomadas medidas de adaptação. A população da Ásia seria a mais atingida.
Ator – e daí eu não moro na Ásia?
José- mais a ciência está certa. mais cedo ou mais tarde também vamos atingidos
Todos - e agora José?
Fé - sabemos que os cientistas podem apenas prever com certa antecedência as calamidades, para evitar maior número de mortes. mais quem pode nos socorrer é só cristo.vamos orar enquanto há tempo. Só deus salva aleluia!Aleluia!
José- só a reza de nada vai adiantar temos que agir.
Todos- e agora José?
Ecologia-(entrando) o José esta certo. “Isto significa que a necessidade de nos adaptarmos às mudanças climáticas é tão considerável, do ponto de vista das conseqüências e dos custos econômicos, que temos que atuar a partir de agora”.
Todos- e agora José?
Ecologia - o fato é o seguinte: o homem sempre maltratou a natureza em prol dos seus objetivos, agora a natureza está respondendo a altura sem dó e nem piedade.
José - dona ecologia desculpa a ignorância, mais o que é mesmo essa... Essa... Coisa chamada de geleira?
Geleira - oi, para todos, eu te explico o que sou... . Somos imensos rios de gelo que se formam em áreas em que o volume de neve que cai a cada inverno é maior do que o que derrete em todo o verão. Só a quantidade de gelo que existe na Groelândia daria para cobrir a terra e forma uma camada de espessura de 5,00 metros. Mas com o passar dos anos eu estou diminuindo cada vez mais... Mais... E mais é uma tristeza.
Todos - e agora José?
Geleira- a cada ano eu viro gelo em menor quantidade e acabo permitindo a morte de vários ursos polares. É uma tristeza.
Todos- e agora José?
Ciência- é isso mesmo que acontece, é como se os seres humanos vissem o teto de suas casas caindo em sua cabeça, e mesmo assim continuassem debaixo, sem tomar nenhuma providencia.
Todos- e agora José?
Fé- é o final do fim dos tempos, cristo está chegando... Se convertam enquanto há tempo...
Incrédula – vocês estão exagerando!
José- mais o que podemos fazer para mudar essa situação?
Ecologia – o ser humano precisa começar a encarar o problema do aquecimento e do derretimento das geleiras de frente. e dotar medidas preventivas tais como : parar com os desmatamentos, diminuindo o efeito estufa, diminuir ar os gases lançados na camada de ozônio, fazendo assim diminuirá o aquecimento global e impedira esse derretimento acelerado fora do normal. Se isso acontecer até 2050, em 2100 eliminaremos milhares de toneladas de carbono. Podendo baixar a temperatura do planeta e contribuir para que o mundo possa estar bem, parando com as tempestades fora de época, furacões, tsunamis e inundações em várias áreas do mundo.
Ciência – mais para isso todos tem que agir em conjunto, com o mesmo ideal: cuidar melhor do planeta!
José- então pessoal temos que começar já. Não podemos deixa para depois, pequenos atos podem fazer a diferença.a mudança só vai realmente acontecer se eu, você, ele, ela, cada um de nós fizermos nossa parte... só assim a realidade será transformada.quem esta comigo?
Ator - temos que pensar nos nossos filhos... eu to com você.(um a um todos decidem participar)
José- é isso ai pessoal, vamos começar plantando arvores nas ruas...antes que...( sente uma forte dor no peito, desmaia)
Todos- José!!!
E agora, José?
ator -A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,
Todos-e agora, José?e agora, você?
Atriz -você que é sem nome,que zomba dos outros,você que faz versos,que ama, protesta?
todos-e agora, José?
Está sem mulher,está sem discurso,está sem carinho,já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,a noite esfriou,o dia não veio,o bonde não veio,o riso não veio,não veio a utopiae tudo acaboue tudo fugiue tudo mofou,
todos-e agora, José?
E agora, José?Sua doce palavra,seu instante de febre,sua gula e jejum,sua biblioteca,sua lavra de ouro,seu terno de vidro,sua incoerência,seu ódio – e agora?
Com a chave na mãoquer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.
Ator-José, e agora?
Atriz-José, e agora?
Todos-Se você gritasse,se você gemesse,se você tocassea valsa vienense,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse...
Ator- Mas você não morre,você é duro, José!
Todos-Sozinho no escuroqual bicho-do-mato,sem teogonia,sem parede nuapara se encostar,sem cavalo pretoque fuja a galope,você marcha, José!José, para onde?
Todos- José!(pausa,a cena volta a se passar como no inicio, todos recolocam as mascaras e voltam a caminhar apressadamente.josé desperta.)
José - o que aconteceu?então ...era sonho...tudo continua exatamente igual...até quando? Até quando?igual.
Todos- (para o publico)e agora você! O que esta esperando para mudar sua atitude?chega! é hora de mudar, a vida na terra está em suas mãos, lute, faça sua parte antes que seja tarde de mais... antes que seja tarde de mais... tarde de mais...
A VIDA CONTINUA!!!
FAZENDO ACONTECER
PEÇA: FAZENDO ACONTECER
Texto e Direção
Denílson David
Ato único
Narrador - Boa tarde senhoras e senhores, vamos agora assistir a Peça: Fazendo acontecer.
A estória de Dora e Afonso, um casal que esta passando por uma série de dificuldade e que para enfrentá-las, terá que arregaçar as mangas e fazer acontecer... Tenham um bom espetáculo.
(A cena se passa na sala da casa de Dora)
DORA – Ai, cadê o Afonso que não chega?
AUGUSTO – Dora minha filha, onde está o vagabundo do teu marido?
DORA – Papai! não fala assim do Afonso, ele não é vagabundo ele é...
AUGUSTO _ (à parte) preguiçoso.
DORA – ele é ...
AUGUSTO – (à parte ) Safado.
DORA – Ele é...
AUGUSTO – Idiota, mau-caráter, imbecil!
DORA - Papai o senhor não pode falar assim do meu marido. Ele é um homem muito inteligente e esforçado.
AUGUSTO – Esforçado não sei em que ...
DORA – E fique o senhor sabendo que ele já batalhou muito na vida, e o senhor sabe ele é formado em veterinária.
AUGUSTO – Ele deve se comunicar muito bem com os animais, afinal ele é um animal, asno.
DORA – Papai! Eu fico arrazada com o senhor dizendo essas coisas (chora).
AFONSO – (ENTRANDO) Oi família, tudo bem!
AUGUSTO – olha só a cara do maldito!
AFONSO – Também adoro o senhor! (Para Dora) Você está chorando meu bem?
DORA – São as coisas do papai... Afonso fala para ele, fala, diz que vocês todos os dias saí procurando emprego, diz pra ele que você não e vagabundo, diz.
AFONSO – É isso sogrão...
AUGUSTO – Sogrão é o cacete!
AFONSO – Eu não sou vagabundo. E Agora mesmo eu estou vindo de uma entrevista de emprego...
DORA – Jura meu amor! E ai, conseguiu alguma coisa?
AFONSO – Nada. O mercado de trabalho está muito exigente, e o pior ninguém quer contratar um jovem sem experiência, mas me digam como vou adquirir essa tal experiência se ninguém me dar oportunidade.
DORA – Não desanima Afonso, mais cedo ou mais tarde aparece alguma coisa.
AUGUSTO – Se você ficar esperando que as coisas aconteçam vai passar toda a vida fazendo só isso: Esperando! Com o mundo competitivo em que vivemos hoje, não basta ser bom tem que ser o melhor, diploma não é garantia de emprego nem cai do céu.
DORA – Papai o Afonso sabe de tudo isso.
AUGUSTO – Sabe nada, se soubesse não estaria desempregado, não sei onde você estava com a cabeça quando decidiu casar com esse aí. (Sai)
AFONSO – Também te amo sogrão! Ai meu pai só pode ser castigo!
DORA – Não liga não Afonso...
DORA – Não liga não Afonso..
AFONSO – Como não Dora, todo dia é essa ladaAinha, parece disco arranhado.
DORA – É que ele se preocupa com a gente.
AFONSO – Não sei não, ele me odeia.
DORA – É, mais as coisas estão indo de mau a pior.
AFONSO – Como assim?
DORA – A dispensa tá quase vazia, estamos vivendo do aposento do papai e isso não é justo.
AFONSO – O que mais você quer que eu faça?
DORA – Olha a Ana falou que lá onde ela trabalha surgiu uma vaga, se você quiser eu posso tentar...
AFONSO – Nem pense nisso Dora, mulher minha não trabalha.
DORA – Afonso isso é machismo.
AFONSO – Que seja, lugar de mulher é no fogão. Eu vou dar um jeito confia em mim. (SAI)
DORA – Há quase um ano eu escuto a mesma coisa as vezes eu penso que o papai tem mesmo razão.
ANA – (ENTRANDO) Falando só amiga?
DORA – Ana!
ANA – E ai como vão as coisas?
DORA – De mau a pior amiga. Eu não sei mais o que fazer.
ANA – Você falou com o Afonso a respeito do emprego.
DORA – Se falei, ele não quis nem pensar no assunto. Aceita um pedaço de bolo.
ANA – Aceito sim. (Serve um pedaço de bolo que está em uma bandeja sobre a mesa)
DORA – Mais eu não sou mulher de ficar de braços cruzados eu vou a luta, eu ei de ter uma boa idéia.
ANA – Menina esse bolo tá uma delicia, quem fez.
DORA – Eu mesma, é receita da mamãe.
ANA – Está melhor do que os que a gente compra lá na padaria. ( PAUSA).
DORA – Sim... É isso? Tenho uma brilhante idéia.
ANA – (Engasga) Assim você me mata Dora!
DORA – Amiga eu estou tendo uma idéia que pode dar muito certo.
ANA – Então fala que idéia é essa?
DORA – Ai eu to ficando nervosa.
ANA – Fala Dora eu preciso saber.
DORA – Espera eu vou no banheiro antes que me borre toda. (SAI)
AUGUSTO – (ENTRANDO) E aí gostosa!
ANA – Para Sr. Augusto! o senhor é muito saidinho.
AUGUSTO – Vem me fazer um chamego doçura.
ANA - Eu sou muito areia pra seu caminhãozinho.
AUGUSTO – Que nada nega, se eu te der uns pegas...
ANA – Nem mais um passo velho tarado! E tem mais quem gosta de velho é museu.
AUGUSTO – Vem pro papai vem. (AGARRANDO-A, DORA ENTRA)
DORA – Papai!
ANA – Dora amiga esse seu pai é um tarado safado.
DORA – Papai que coisa feia a Ana tem idade pra ser sua filha.
AUGUSTO – Que nada querida, seu pai é um homem na flor da idade.
ANA–(INGNORANDO-O)Então amiga? Qual a sua idéia?
DORA – Ai eu fico nervosa... é que, eu sempre fui uma cozinheira de mão cheia, todo mundo adora minhas comidinhas.
ANA – Realmente, e esse bolo que eu provei, então...
DORA – Então, eu pensei... Eu vou fazer bolos, doces, salgados e outra porção de coisas que a mamãe me ensinou e vou vender!
ANA – Menina que idéia ótima! Se você quiser eu posso até levar alguns pra vender lá no trabalho.
DORA – Ai amiga você faria isso?
ANA – Claro, amiga é pra essa coisas.
DORA – Eu vou de porta em porta de rua em rua e eu vou vender pra dedeu.
ANA – Se Deus quiser amiga.
AUGUSTO – Essa minha filha é mesmo demais.
ANA – Mais e os ingredientes?
AUGUSTO – Quanto a isso não precisam se preocupar eu compro fiado lá na feira.
DORA – Então vamos agir papai, temos muito o que fazer.
DIA SEGUINTE
AUGUSTO – Tomara que a Dora consiga vender tudo...
AFONSO – Sr. Augusto, sogrão, onde a Dorinha se meteu?
AUGUSTO – Ela foi trabalhar, coisa que você não sabe o que é.
AFONSO – Trabalhar? Ela ficou maluca?
AUGUSTO – Claro para você, trabalho é sinônimo de maluquice.
AFONSO – Mulher não foi feita pra trabalho senhor Augusto.
DORA – (Entrando carregada de bandejas) Ah não, e posso saber por quê?
AFONSO – Quem faz perguntas aqui sou eu, posso saber porque você não me comunicou essa sua brilhante idéia?
DORA – Porque sabia que você iria ser contra!
AFONSO – Seria não, eu sou...
AUGUSTO – Não dê ouvidos a esse pateta minha filha.
DORA – Mais meu bem que mau há?
AUGUSTO – (MUDANDO DE ASSUNTO) Mais filha como foram as vendas?
DORA – (DESANIMADA) fraquinha papai, na verdade eu vendi muito pouco... Mais faz parte da luta, eu não vou desistir na primeira queda. Eu vou em frente.
AUGUSTO – Muito bem querida é assim que se fala! (SAI)
AFONSO – Eu vou ser bem claro com você Dora, ou você desiste dessa idéia maluca ou eu não sei o que vai acontecer... (SAI)
Narrador – Dora descobriu o mundo dos negócios, porém, ela já viu que não será nada fácil, administrar essa nova fase de sua vida, desafios estavam apenas começando. Os dias se passam e Dora continua na luta mais as coisas parecem que vão melhorar...
DORA – Era só o que me faltava! (SAI)
ANA – Dora amiga, tenho ótimas noticias, suas guloseimas estão agradando cada vez mais, um sucesso! vendeu que nem água.
DORA – Sério Ana?
ANA – E você acha que eu ia brincar com isso?
DORA – Ai que bom!
DORA – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, as vendas iam melhorar. Eu também vendi tudo hoje. Sem falar que além de pagar os ingredientes, agora todo dia sobra um pouco.
ANA – E quanto ao Afonso?
DORA – Aquele lá tá cada vez mais complicado, e ainda não conseguiu arrumar um emprego.
AUGUSTO – ( ENTENDO) Ninguém quer contratar um imprestável como aquele.
DORA – Não começa papai!
ANA – Um dia ele acostuma Dora você vai ver.
(PALMAS)
RICARDO – Já vai, já vai! Boa tarde você deve ser a Dora.
DORA – Isso mesmo.
AUGUSTO – O que você quer com minha filha?
RICARDO – Prazer D. Dora eu sou Ricardo, andei provando seus quitutes e gostaria de lhe propor negocio.
DORA – Negócio? (Dora e Ana vibram) Então entra vai, vamos sentar.
RICARDO – Bem Dona Dora, eu queria saber primeiro se a senhora está disposta a encarar o desafio de entrar em sociedade comigo.
DORA – Ai Doutor Ricardo eu fico até sem palavras. O senhor da licença eu vou ali no banheiro. (Sai)
ANA – Desafio? Isso é com a Dora mesmo! Eu sou Ana amiga da família e esse é o pai dela: O Sr. Augusto
AUGUSTO – O senhor é traficante?
RICARDO - Não senhor. Sr Augusto
DORA – Ufa, voltei!
RICARDO – Então a senhora está disposta a abrir uma grande lanchonete?
DORA – Ai assim derrepente? “Mas você acha que vale a pena mesmo entrar num negocio próprio?
RICARDO – Claro, mas primeiro que tudo você tem que saber que deve haver sacrifício, trabalho e persistência.
DORA – Ah, mais isso é comigo mesmo. Eu não desisto fácil.
RICARDO – Abrir um bom negocio envolve riscos... Que precisam ser calculados.
AUGUSTO - O senhor é cafetão?
RICARDO – Não Senhor.
DORA – Então temos que planejar muito para dar tudo certo!
RICARDO – Exatamente
DORA – E se não vender? Eu mesma não estou muito segura dos preços que eu botei.
RICARDO – Se faz o preço contando o valor do material que gastou, mais o valor do trabalho e o lucro que a gente pretende obter, sem esquecer de contar o tempo que gastou pra fazer, e também o valor do material que você já tinha.
ANA – Parece fácil calcular!
RICARDO – Temos que ter metas. Objetivos.
AUGUSTO – O senhor é da policia?
RICARDO – Não senhor.
DORA – (APAIA) O senhor que dizer que temos que saber onde queremos chegar...
RICARDO - Exato. E temos antes que fazer uma pesquisa de mercado. Saber o que os clientes esperam do produto como eles querem o produto.
ANA – Claro, se não agradar o cliente como ele vai querer comprar?
RICARDO – Claro! Outra coisa muito importante. O cliente gosta de qualidade. Ninguém gosta de porcaria.
DORA – Ai, essa é a oportunidade da minha vida!
AUGUSTO – O senhor é casado?
RICARDO – Sim senhor. Bem, como eu ia dizendo, as oportunidades estão ai mas nem todos sabem reconhecê-las, somente pessoas espertas e corajosas sabem reconhece-las.
DORA – Doutor mais tem uma coisa que me deixa aflita... E a concorrência? Em cada esquina tem uma lanchonete.
RICARDO – O sol nasceu pra todos, as vezes a concorrência ate ajuda.
DORA – Como?
RICARDO – A comparação a com concorrência é inevitável se você souber agir corretamente chamando atenção do cliente para o seu produto, é sucesso na certa.
ANA – O senhor é tão inteligente!
RICARDO – Obrigado! Mais é mesmo, miuto importante é cativar a freguesia.
DORA – Cativar a freguesia?
RICARDO – É muito importante cativar o cliente com um produto que se diferencie dos demais somando: A qualidade, atendimento, apresentação e divulgação.
AUGUSTO – Você é perigoso?
RICARDO – Não senhor, eu sou um empreendedor.
AUGUSTO – E o que é isso?
DORA – Deve ser a mesma coisa que empresário.
RICARDO – Não é bem assim...
ANA – Aí Dora, vai ser empreendedora que chique.
DORA – É minha filha estou fazendo acontecer! Mais o Doutor Ricardo antes de fechar negócio com o senhor. Eu preciso pensar um pouco e falar com o meu marido.
RICARDO – Claro para, eu entendo perfeitamente. Bem, mais agora eu já vou indo aqui está meu cartão assim que estiver realmente segura do que quer ligue pra mim então acertaremos todos os detalhes, até a próxima passar bem. (SAI)
DORA – Ai graças a Deus, uma luz no fim do túnel, agora as coisas vão melhorar.
ANA – Ai amiga agora tenho que ir, deixei o feijão no fogo.
AUGUSTO – Tchau minha gostosa. (SAI)
AFONSO – (Entra) Dora eu tenho uma ótima noticia meu amor.
DORA – Eu também, você nem imaginar.
AFONSO – Então conta primeiro.
DORA – Não conta você
AFONSO – Conta você.
DORA – Conta você.
AFONSO – Tudo bem, olha eu descolei um estagio legal o que vou ganhar dar pra junto viver numa boa. Ai você pode desistir dessa maluquice de ser vendedora empresária, sei lá o quê.
DORA – Não Afonso, tudo menos isso, as portas estão se abrindo meu amor eu não posso perder essa oportunidade é a nossa chance de crescer na vida meu amor...
AFONSO – Não, não, não, você vai ter que escolher ou nosso casamento ou essa sua maluquice.
DORA – Não faz isso Afonso. Olha aqui, eu não tenho vocação pra dondoca, eu não sou mulher de ficar em casa lavando, passando, me acabando só esperando o maridinho chegar. E se você espera isso de mim é por que casou com a pessoa errada, então não resta escolha o caminho está livre faça o que quiser.
AFONSO – Dora... Desculpa. Eu estou sendo machista e egoísta. Eu estou nessa com você, Vamos investir nessa idéia, vamos correr todos os riscos. Eu acredito em vc eu sei de sua garra, de o quando vc é capaz e que vc vai longe!
DORA - Ai obrigada meu amor. Vc não vai se arrepender.
AFONSO - Como eu prometi um dia: Na alegria e na tristeza na saúde e na doença. Na fartura e na pobreza por todos os dias de nossas vida ate que a morte nos separe.
Narrador – Dora e Afonso decidiram unir forças e embarcar no mundo empresarial, correr todos os riscos necessários para crescer na vida. E aparti de hoje através do programa despertar vocês assim como eles vão conhecer um novo universo! O empredendorismo. Boa sorte e sucesso para todos!
E a vida continua...
Texto e Direção
Denílson David
Ato único
Narrador - Boa tarde senhoras e senhores, vamos agora assistir a Peça: Fazendo acontecer.
A estória de Dora e Afonso, um casal que esta passando por uma série de dificuldade e que para enfrentá-las, terá que arregaçar as mangas e fazer acontecer... Tenham um bom espetáculo.
(A cena se passa na sala da casa de Dora)
DORA – Ai, cadê o Afonso que não chega?
AUGUSTO – Dora minha filha, onde está o vagabundo do teu marido?
DORA – Papai! não fala assim do Afonso, ele não é vagabundo ele é...
AUGUSTO _ (à parte) preguiçoso.
DORA – ele é ...
AUGUSTO – (à parte ) Safado.
DORA – Ele é...
AUGUSTO – Idiota, mau-caráter, imbecil!
DORA - Papai o senhor não pode falar assim do meu marido. Ele é um homem muito inteligente e esforçado.
AUGUSTO – Esforçado não sei em que ...
DORA – E fique o senhor sabendo que ele já batalhou muito na vida, e o senhor sabe ele é formado em veterinária.
AUGUSTO – Ele deve se comunicar muito bem com os animais, afinal ele é um animal, asno.
DORA – Papai! Eu fico arrazada com o senhor dizendo essas coisas (chora).
AFONSO – (ENTRANDO) Oi família, tudo bem!
AUGUSTO – olha só a cara do maldito!
AFONSO – Também adoro o senhor! (Para Dora) Você está chorando meu bem?
DORA – São as coisas do papai... Afonso fala para ele, fala, diz que vocês todos os dias saí procurando emprego, diz pra ele que você não e vagabundo, diz.
AFONSO – É isso sogrão...
AUGUSTO – Sogrão é o cacete!
AFONSO – Eu não sou vagabundo. E Agora mesmo eu estou vindo de uma entrevista de emprego...
DORA – Jura meu amor! E ai, conseguiu alguma coisa?
AFONSO – Nada. O mercado de trabalho está muito exigente, e o pior ninguém quer contratar um jovem sem experiência, mas me digam como vou adquirir essa tal experiência se ninguém me dar oportunidade.
DORA – Não desanima Afonso, mais cedo ou mais tarde aparece alguma coisa.
AUGUSTO – Se você ficar esperando que as coisas aconteçam vai passar toda a vida fazendo só isso: Esperando! Com o mundo competitivo em que vivemos hoje, não basta ser bom tem que ser o melhor, diploma não é garantia de emprego nem cai do céu.
DORA – Papai o Afonso sabe de tudo isso.
AUGUSTO – Sabe nada, se soubesse não estaria desempregado, não sei onde você estava com a cabeça quando decidiu casar com esse aí. (Sai)
AFONSO – Também te amo sogrão! Ai meu pai só pode ser castigo!
DORA – Não liga não Afonso...
DORA – Não liga não Afonso..
AFONSO – Como não Dora, todo dia é essa ladaAinha, parece disco arranhado.
DORA – É que ele se preocupa com a gente.
AFONSO – Não sei não, ele me odeia.
DORA – É, mais as coisas estão indo de mau a pior.
AFONSO – Como assim?
DORA – A dispensa tá quase vazia, estamos vivendo do aposento do papai e isso não é justo.
AFONSO – O que mais você quer que eu faça?
DORA – Olha a Ana falou que lá onde ela trabalha surgiu uma vaga, se você quiser eu posso tentar...
AFONSO – Nem pense nisso Dora, mulher minha não trabalha.
DORA – Afonso isso é machismo.
AFONSO – Que seja, lugar de mulher é no fogão. Eu vou dar um jeito confia em mim. (SAI)
DORA – Há quase um ano eu escuto a mesma coisa as vezes eu penso que o papai tem mesmo razão.
ANA – (ENTRANDO) Falando só amiga?
DORA – Ana!
ANA – E ai como vão as coisas?
DORA – De mau a pior amiga. Eu não sei mais o que fazer.
ANA – Você falou com o Afonso a respeito do emprego.
DORA – Se falei, ele não quis nem pensar no assunto. Aceita um pedaço de bolo.
ANA – Aceito sim. (Serve um pedaço de bolo que está em uma bandeja sobre a mesa)
DORA – Mais eu não sou mulher de ficar de braços cruzados eu vou a luta, eu ei de ter uma boa idéia.
ANA – Menina esse bolo tá uma delicia, quem fez.
DORA – Eu mesma, é receita da mamãe.
ANA – Está melhor do que os que a gente compra lá na padaria. ( PAUSA).
DORA – Sim... É isso? Tenho uma brilhante idéia.
ANA – (Engasga) Assim você me mata Dora!
DORA – Amiga eu estou tendo uma idéia que pode dar muito certo.
ANA – Então fala que idéia é essa?
DORA – Ai eu to ficando nervosa.
ANA – Fala Dora eu preciso saber.
DORA – Espera eu vou no banheiro antes que me borre toda. (SAI)
AUGUSTO – (ENTRANDO) E aí gostosa!
ANA – Para Sr. Augusto! o senhor é muito saidinho.
AUGUSTO – Vem me fazer um chamego doçura.
ANA - Eu sou muito areia pra seu caminhãozinho.
AUGUSTO – Que nada nega, se eu te der uns pegas...
ANA – Nem mais um passo velho tarado! E tem mais quem gosta de velho é museu.
AUGUSTO – Vem pro papai vem. (AGARRANDO-A, DORA ENTRA)
DORA – Papai!
ANA – Dora amiga esse seu pai é um tarado safado.
DORA – Papai que coisa feia a Ana tem idade pra ser sua filha.
AUGUSTO – Que nada querida, seu pai é um homem na flor da idade.
ANA–(INGNORANDO-O)Então amiga? Qual a sua idéia?
DORA – Ai eu fico nervosa... é que, eu sempre fui uma cozinheira de mão cheia, todo mundo adora minhas comidinhas.
ANA – Realmente, e esse bolo que eu provei, então...
DORA – Então, eu pensei... Eu vou fazer bolos, doces, salgados e outra porção de coisas que a mamãe me ensinou e vou vender!
ANA – Menina que idéia ótima! Se você quiser eu posso até levar alguns pra vender lá no trabalho.
DORA – Ai amiga você faria isso?
ANA – Claro, amiga é pra essa coisas.
DORA – Eu vou de porta em porta de rua em rua e eu vou vender pra dedeu.
ANA – Se Deus quiser amiga.
AUGUSTO – Essa minha filha é mesmo demais.
ANA – Mais e os ingredientes?
AUGUSTO – Quanto a isso não precisam se preocupar eu compro fiado lá na feira.
DORA – Então vamos agir papai, temos muito o que fazer.
DIA SEGUINTE
AUGUSTO – Tomara que a Dora consiga vender tudo...
AFONSO – Sr. Augusto, sogrão, onde a Dorinha se meteu?
AUGUSTO – Ela foi trabalhar, coisa que você não sabe o que é.
AFONSO – Trabalhar? Ela ficou maluca?
AUGUSTO – Claro para você, trabalho é sinônimo de maluquice.
AFONSO – Mulher não foi feita pra trabalho senhor Augusto.
DORA – (Entrando carregada de bandejas) Ah não, e posso saber por quê?
AFONSO – Quem faz perguntas aqui sou eu, posso saber porque você não me comunicou essa sua brilhante idéia?
DORA – Porque sabia que você iria ser contra!
AFONSO – Seria não, eu sou...
AUGUSTO – Não dê ouvidos a esse pateta minha filha.
DORA – Mais meu bem que mau há?
AUGUSTO – (MUDANDO DE ASSUNTO) Mais filha como foram as vendas?
DORA – (DESANIMADA) fraquinha papai, na verdade eu vendi muito pouco... Mais faz parte da luta, eu não vou desistir na primeira queda. Eu vou em frente.
AUGUSTO – Muito bem querida é assim que se fala! (SAI)
AFONSO – Eu vou ser bem claro com você Dora, ou você desiste dessa idéia maluca ou eu não sei o que vai acontecer... (SAI)
Narrador – Dora descobriu o mundo dos negócios, porém, ela já viu que não será nada fácil, administrar essa nova fase de sua vida, desafios estavam apenas começando. Os dias se passam e Dora continua na luta mais as coisas parecem que vão melhorar...
DORA – Era só o que me faltava! (SAI)
ANA – Dora amiga, tenho ótimas noticias, suas guloseimas estão agradando cada vez mais, um sucesso! vendeu que nem água.
DORA – Sério Ana?
ANA – E você acha que eu ia brincar com isso?
DORA – Ai que bom!
DORA – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, as vendas iam melhorar. Eu também vendi tudo hoje. Sem falar que além de pagar os ingredientes, agora todo dia sobra um pouco.
ANA – E quanto ao Afonso?
DORA – Aquele lá tá cada vez mais complicado, e ainda não conseguiu arrumar um emprego.
AUGUSTO – ( ENTENDO) Ninguém quer contratar um imprestável como aquele.
DORA – Não começa papai!
ANA – Um dia ele acostuma Dora você vai ver.
(PALMAS)
RICARDO – Já vai, já vai! Boa tarde você deve ser a Dora.
DORA – Isso mesmo.
AUGUSTO – O que você quer com minha filha?
RICARDO – Prazer D. Dora eu sou Ricardo, andei provando seus quitutes e gostaria de lhe propor negocio.
DORA – Negócio? (Dora e Ana vibram) Então entra vai, vamos sentar.
RICARDO – Bem Dona Dora, eu queria saber primeiro se a senhora está disposta a encarar o desafio de entrar em sociedade comigo.
DORA – Ai Doutor Ricardo eu fico até sem palavras. O senhor da licença eu vou ali no banheiro. (Sai)
ANA – Desafio? Isso é com a Dora mesmo! Eu sou Ana amiga da família e esse é o pai dela: O Sr. Augusto
AUGUSTO – O senhor é traficante?
RICARDO - Não senhor. Sr Augusto
DORA – Ufa, voltei!
RICARDO – Então a senhora está disposta a abrir uma grande lanchonete?
DORA – Ai assim derrepente? “Mas você acha que vale a pena mesmo entrar num negocio próprio?
RICARDO – Claro, mas primeiro que tudo você tem que saber que deve haver sacrifício, trabalho e persistência.
DORA – Ah, mais isso é comigo mesmo. Eu não desisto fácil.
RICARDO – Abrir um bom negocio envolve riscos... Que precisam ser calculados.
AUGUSTO - O senhor é cafetão?
RICARDO – Não Senhor.
DORA – Então temos que planejar muito para dar tudo certo!
RICARDO – Exatamente
DORA – E se não vender? Eu mesma não estou muito segura dos preços que eu botei.
RICARDO – Se faz o preço contando o valor do material que gastou, mais o valor do trabalho e o lucro que a gente pretende obter, sem esquecer de contar o tempo que gastou pra fazer, e também o valor do material que você já tinha.
ANA – Parece fácil calcular!
RICARDO – Temos que ter metas. Objetivos.
AUGUSTO – O senhor é da policia?
RICARDO – Não senhor.
DORA – (APAIA) O senhor que dizer que temos que saber onde queremos chegar...
RICARDO - Exato. E temos antes que fazer uma pesquisa de mercado. Saber o que os clientes esperam do produto como eles querem o produto.
ANA – Claro, se não agradar o cliente como ele vai querer comprar?
RICARDO – Claro! Outra coisa muito importante. O cliente gosta de qualidade. Ninguém gosta de porcaria.
DORA – Ai, essa é a oportunidade da minha vida!
AUGUSTO – O senhor é casado?
RICARDO – Sim senhor. Bem, como eu ia dizendo, as oportunidades estão ai mas nem todos sabem reconhecê-las, somente pessoas espertas e corajosas sabem reconhece-las.
DORA – Doutor mais tem uma coisa que me deixa aflita... E a concorrência? Em cada esquina tem uma lanchonete.
RICARDO – O sol nasceu pra todos, as vezes a concorrência ate ajuda.
DORA – Como?
RICARDO – A comparação a com concorrência é inevitável se você souber agir corretamente chamando atenção do cliente para o seu produto, é sucesso na certa.
ANA – O senhor é tão inteligente!
RICARDO – Obrigado! Mais é mesmo, miuto importante é cativar a freguesia.
DORA – Cativar a freguesia?
RICARDO – É muito importante cativar o cliente com um produto que se diferencie dos demais somando: A qualidade, atendimento, apresentação e divulgação.
AUGUSTO – Você é perigoso?
RICARDO – Não senhor, eu sou um empreendedor.
AUGUSTO – E o que é isso?
DORA – Deve ser a mesma coisa que empresário.
RICARDO – Não é bem assim...
ANA – Aí Dora, vai ser empreendedora que chique.
DORA – É minha filha estou fazendo acontecer! Mais o Doutor Ricardo antes de fechar negócio com o senhor. Eu preciso pensar um pouco e falar com o meu marido.
RICARDO – Claro para, eu entendo perfeitamente. Bem, mais agora eu já vou indo aqui está meu cartão assim que estiver realmente segura do que quer ligue pra mim então acertaremos todos os detalhes, até a próxima passar bem. (SAI)
DORA – Ai graças a Deus, uma luz no fim do túnel, agora as coisas vão melhorar.
ANA – Ai amiga agora tenho que ir, deixei o feijão no fogo.
AUGUSTO – Tchau minha gostosa. (SAI)
AFONSO – (Entra) Dora eu tenho uma ótima noticia meu amor.
DORA – Eu também, você nem imaginar.
AFONSO – Então conta primeiro.
DORA – Não conta você
AFONSO – Conta você.
DORA – Conta você.
AFONSO – Tudo bem, olha eu descolei um estagio legal o que vou ganhar dar pra junto viver numa boa. Ai você pode desistir dessa maluquice de ser vendedora empresária, sei lá o quê.
DORA – Não Afonso, tudo menos isso, as portas estão se abrindo meu amor eu não posso perder essa oportunidade é a nossa chance de crescer na vida meu amor...
AFONSO – Não, não, não, você vai ter que escolher ou nosso casamento ou essa sua maluquice.
DORA – Não faz isso Afonso. Olha aqui, eu não tenho vocação pra dondoca, eu não sou mulher de ficar em casa lavando, passando, me acabando só esperando o maridinho chegar. E se você espera isso de mim é por que casou com a pessoa errada, então não resta escolha o caminho está livre faça o que quiser.
AFONSO – Dora... Desculpa. Eu estou sendo machista e egoísta. Eu estou nessa com você, Vamos investir nessa idéia, vamos correr todos os riscos. Eu acredito em vc eu sei de sua garra, de o quando vc é capaz e que vc vai longe!
DORA - Ai obrigada meu amor. Vc não vai se arrepender.
AFONSO - Como eu prometi um dia: Na alegria e na tristeza na saúde e na doença. Na fartura e na pobreza por todos os dias de nossas vida ate que a morte nos separe.
Narrador – Dora e Afonso decidiram unir forças e embarcar no mundo empresarial, correr todos os riscos necessários para crescer na vida. E aparti de hoje através do programa despertar vocês assim como eles vão conhecer um novo universo! O empredendorismo. Boa sorte e sucesso para todos!
E a vida continua...
CRIANÇA ESPERANÇA
Peça Criança Esperança
(Entram as crianças com expressão de dor e desespero pedindo esmolas)
CHICO – Uma esmola pelo amor de deus/ uma esmola meu por caridade/ uma esmola pro ceguinho/ pro menino/ em toda esquina, tem gente só pedindo/ uma esmola pro desempregado/ uma esmola pro preto, pobre, doente/ uma esmola pro resto do Brasil pro menino, pro indigente.
CHICO – Droga hoje o dia está zero!
ANA – Só podia ser você, Chico tripa, sempre reclamando!
FOFINHA – Cara, minha barriga tá oca, sem nada dentro.
BONECA – Oca tá sua cabeça
CHICO – Eu comerei até um sapo vivo
FOFINHA – E se ele ficar pulando na sua barriga?
ANA – Calma gente nos temos quer ficar unidos ou vamos acabar morrendo de tanta fome e miséria.
BONECA – Que vida triste levamos nós que vivemos na rua não temos o que comer não temos pai não temos mãe não temos ninguém por nós.
CHICO – Não temos carinho nem amor e nem proteção, muito menos como estudar.
FOFINHA – Mais o pior mesmo, é como esse povo nós olham como se fossemos bichos.
ANA – Mas apesar de tudo isso não podemos perder a esperança temos que acreditar que um dia vamos ser diferente.
CHICO – E pessoal, lá vem aquela chata da Suzi.
ANA – Se ela vier nos humilhar, eu pulo em cima dela.
SUZI – (SE APROXIMANDO DOS MENINOS) Não estou acreditando no que eu estou vendo a praça da felicidade está empestada desses imundos.
BONECO – Falou com a gente mosca morta?
SUZI – Há, Há, Há claro que não. Ou você acha que eu Suzi de Alencar iria perder como seres como vocês?
FOFINHA- Você pensa que tem o rei na barriga é menina
SUZI- Vem cá porque em vez de vocês ficarem nas ruas pedindo esmolas vocês não vão pra casa, se lavarem seus fedorentos
CHICO- Você acha que nós estamos aqui porque queremos, porque gostamos de passar fome, frio, sede.
ANA- Nós estamos aqui porque ao contrario de você não temos teto, uma família!
SUZI- Não tem minha bichinha? Que pena, então ver se não empeste e procure uma ponte para ficar e saia já daqui!
BONECA- Você mora perto da praça , mais não é dona não, está ouvindo?
FOFINHA- você se acha muita coisa não é menina? Mais no fundo não é nada!
CHICO- Nos não somos ricos como você, Mas também somos gente!
SUZI- Aí, ai voes cansam minha beleza!
BONECA- Que beleza? você é um monstro por dentro e por fora.
(Todos riem)
LUCIANA-(Entrando) Suzi, mas o que você está fazendo aí com esses mendigos?
RODRIGO- Mas o que é isso seus moleques, estão pensando que a pracinha é a casa de vocês?
CHICO- Também não é a sua seu Zé, a pracinha é pública!E nós vamos ficar o tempo que precisar!
LUCIANA- Uí, o bicho fala!
ANA- Uí a macaca escuta!
LUCIANA- Mas que desaforo é esse?
RODRIGO- Liga não Luciana, tudo bem com você filha?
Suzi – Só ficarei bem, quando me ver livre de vocês, seus chatos, vocês não desgrudam!
LUCIANA- Vem Suzi, vamos pra casa, temos que ter cuidado com gente assim.
RODRIGO- Filho nós só queremos o seu bem.
SUZI- Aí vocês dói nos nervos, me deixe em paz! (Sai!)
LUCIANA- Suzi volte aqui.
(Sai junto com Rodrigo)
CHICO- Viram só o jeito que ela tratou os país.
BONECA- Ela não valoriza o que tem, eu sempre sonhei em ter uma família, pai , mãe,avos.
ANA- eu fico pensando, sabe ... Meus pais sempre me trataram como se eu fosse um bicho. Nunca procuraram conversar comigo,por qualquer coisa já me batia.
FOFINHA - È tem pai que ao invés de corrigir o filho, acaba batendo sem pena.
BONECA - Será mesmo que o pai ou a mãe tem esse direito de fazer do filho o que bem quer?Quem nos protegera?A lei?temos que nos conformar com essa vida, temos que parar de sonhar.
ANA - Parar de sonhar? Jamais!Temos que acreditar na lei sim. Acreditar que um dia tudo vai ser diferente que todos os nossos sonhos serão realidade... Eu ainda serei professora e darei a outros a chance de estudar que eu nunca tive!
BONECA – (CANTANDO) Eu vou ser advogada para prender todos esses políticos ladrões, que não fazem nada por nós.
FOFINHA – Eu vou ser médica e gastar muitas vidas
.
CHICO – Eu vou ser presidente da república e acabar com a fome e a miséria.
FOFINHA – Ai gente eu estou com fome, e muito frio, minhas pernas doem, aliás meu corpo inteiro.
BONECA – (Coloca a mão no rosto de Fofinha) Gente Fofinha esta com febre.
ANA – Mesmo vamos levá-la ao hospital.
CHICO – Calma gente! Eu levo se for todo mundo, eles correm com a gente. Vamos Fofinha, segure em mim. (saem)
(Elas sentam no banco)
ANA – Cada um tem sua história não é, ninguém deixa a família porque deseja, veja o Chico foi abandonado ao nascer numa lata de lixo, depois entregue a FEBEM de onde fugiu já Fofinha a mãe é prostituta e viciada em drogas, não sabem nem se a filha existe. Sua mãe vivia batendo em você, meu padrasto abusava de mim.
BONECA – Quem tem uma família, seja ela pobre ou rica, com os pais unidos ou não, mas que tem carinho, amor e respeito, Não precisa de mais nada. Veja a idiota da Suzi, tem tudo que queríamos e não dar valor.
ANA – Como eu queria um teto, um prato de comida e uma família pra me proteger...
(Deitam e adormecem).
CLARA – (Entrando) Que mundo é esse meu Deus, que crianças indefesas dormem pelas ruas sem nenhuma proteção?
ANA – (Acordando) Ai, Ai (Vê Clara) oi moça!
BONECA – (Atordoada) O que você quer?
CLARA – Calma menina, não precisa se assustar!Eu já falei que eu só quero ajudá-los.
ANA – (Levantando-se) Você quer mesmo nos ajudar?
CLARA – Claro, como cidadã essa é minha obrigação.
(ENTRA CHICO E FOFINHA)
CHICO – Gente, eles não atenderão a Fofinha, só com os pais, já pensou!
BONECA- Droga!
CLARA – Crianças, eu gostaria de saber, porque vocês não me deixam ajuda-los.
ANA – Quem vive sendo espancada, com todos olhando pra nós com nojo e raiva, pode confiar numa conversa dessa?
CHICO – Vejo nossa amiga doente e nem os médicos estão ali para salvar, olhou pra gente.
CLARA – (Pegando em Fofinha) ela esta ardendo em febre. Vamos! Eu posso ajuda-los (As crianças se entre olham)
CHICO – Gente, vamos todos com ela.
CLARA – Vocês não vão se arrepender.(Saem todos).
SUZI – (Entrando, escuta tudo) Meu Deus,mesmo sendo o que são, e sofrer como sofrem, nunca perdem o ânimo, a esperança sempre tem forças pra seguirem em frente. O que eles mais querem na vida é ter pai, mãe enquanto eu desprezo os meus, e se eu perder minha família...
(ENTRA RODRIGO E LUCIANA)
RODRIGO – Os trombadinhas desapareceram.
LUCIANA – Graças a Deus, tomara que tenham morrido.
SUZI – O que é isso mãe? (Pausa) Sabe... Eu estive pensando, eu poderia ser um deles,. Passar o que eles passam, sofrer o que eles sofrem.
LUCIANA – Suzi, não fala uma coisa dessas. Deus me livre eu não posso nem pensar.
SUZI – Pois é mãe, e só assim eu pude ver o quanto nós estávamos sendo mesquinhos e injustos com aquelas crianças. Ai eu percebi o quanto eu tenho sorte de ter pais como vocês.
RODRIGO – Minha filha, o que deu em você?
SUZI – Eu não estou dando o verdadeiro valor a tanto amor e carinho que vocês tem pra mim. Me perdoe pai, me perdoe mãe!
LUCIANA – Como erramos! Aquelas crianças, nós poderíamos ter os ajudados.
RODRIGO – Será que ainda podemos corrigir nossos erros?
CLARA - (Entrando)Nunca é tare pra recomeçar.
LUCIANA – Então vocês nos perdoam?
BONECA – Claro pois quem perdoa será perdoado.
SUZI – Que bom de agora em diante tudo vai ser diferente.
ANA – È isso ai. A vida continua, bola pra frente acreditando no futuro..
CHICO – por que nós somos?
TODOS – CRIANÇA ESPERANÇA! !
(Cantam a musica vamos construir de Sandy e Junior)
SUZI – Sei que ainda sou criança, tenho muito o que aprender mais quero ser criança quando crescer. Nosso mundo é um brinquedo com pecinhas para unir, ele será todo seu, se você pensar em mim...
TODOS – Vamos construir, uma ponte em nós, pra ligar seu coração ao meu com o amor que existe em nós! (BIS)
CLARA – E você que é gente grande também pode aprender, que amar é importante pro meu mundo e para o seu. Mas eu tenho a esperança de você ser meu amigo. De voltar a ser criança pra poder brincar comigo!
CHICO – Tudo que sonha com amor se pode conseguir e tudo é assim, é assim, é assim. E a gente vive muito mais feliz.
E A VIDA CONTINUA...
(Entram as crianças com expressão de dor e desespero pedindo esmolas)
CHICO – Uma esmola pelo amor de deus/ uma esmola meu por caridade/ uma esmola pro ceguinho/ pro menino/ em toda esquina, tem gente só pedindo/ uma esmola pro desempregado/ uma esmola pro preto, pobre, doente/ uma esmola pro resto do Brasil pro menino, pro indigente.
CHICO – Droga hoje o dia está zero!
ANA – Só podia ser você, Chico tripa, sempre reclamando!
FOFINHA – Cara, minha barriga tá oca, sem nada dentro.
BONECA – Oca tá sua cabeça
CHICO – Eu comerei até um sapo vivo
FOFINHA – E se ele ficar pulando na sua barriga?
ANA – Calma gente nos temos quer ficar unidos ou vamos acabar morrendo de tanta fome e miséria.
BONECA – Que vida triste levamos nós que vivemos na rua não temos o que comer não temos pai não temos mãe não temos ninguém por nós.
CHICO – Não temos carinho nem amor e nem proteção, muito menos como estudar.
FOFINHA – Mais o pior mesmo, é como esse povo nós olham como se fossemos bichos.
ANA – Mas apesar de tudo isso não podemos perder a esperança temos que acreditar que um dia vamos ser diferente.
CHICO – E pessoal, lá vem aquela chata da Suzi.
ANA – Se ela vier nos humilhar, eu pulo em cima dela.
SUZI – (SE APROXIMANDO DOS MENINOS) Não estou acreditando no que eu estou vendo a praça da felicidade está empestada desses imundos.
BONECO – Falou com a gente mosca morta?
SUZI – Há, Há, Há claro que não. Ou você acha que eu Suzi de Alencar iria perder como seres como vocês?
FOFINHA- Você pensa que tem o rei na barriga é menina
SUZI- Vem cá porque em vez de vocês ficarem nas ruas pedindo esmolas vocês não vão pra casa, se lavarem seus fedorentos
CHICO- Você acha que nós estamos aqui porque queremos, porque gostamos de passar fome, frio, sede.
ANA- Nós estamos aqui porque ao contrario de você não temos teto, uma família!
SUZI- Não tem minha bichinha? Que pena, então ver se não empeste e procure uma ponte para ficar e saia já daqui!
BONECA- Você mora perto da praça , mais não é dona não, está ouvindo?
FOFINHA- você se acha muita coisa não é menina? Mais no fundo não é nada!
CHICO- Nos não somos ricos como você, Mas também somos gente!
SUZI- Aí, ai voes cansam minha beleza!
BONECA- Que beleza? você é um monstro por dentro e por fora.
(Todos riem)
LUCIANA-(Entrando) Suzi, mas o que você está fazendo aí com esses mendigos?
RODRIGO- Mas o que é isso seus moleques, estão pensando que a pracinha é a casa de vocês?
CHICO- Também não é a sua seu Zé, a pracinha é pública!E nós vamos ficar o tempo que precisar!
LUCIANA- Uí, o bicho fala!
ANA- Uí a macaca escuta!
LUCIANA- Mas que desaforo é esse?
RODRIGO- Liga não Luciana, tudo bem com você filha?
Suzi – Só ficarei bem, quando me ver livre de vocês, seus chatos, vocês não desgrudam!
LUCIANA- Vem Suzi, vamos pra casa, temos que ter cuidado com gente assim.
RODRIGO- Filho nós só queremos o seu bem.
SUZI- Aí vocês dói nos nervos, me deixe em paz! (Sai!)
LUCIANA- Suzi volte aqui.
(Sai junto com Rodrigo)
CHICO- Viram só o jeito que ela tratou os país.
BONECA- Ela não valoriza o que tem, eu sempre sonhei em ter uma família, pai , mãe,avos.
ANA- eu fico pensando, sabe ... Meus pais sempre me trataram como se eu fosse um bicho. Nunca procuraram conversar comigo,por qualquer coisa já me batia.
FOFINHA - È tem pai que ao invés de corrigir o filho, acaba batendo sem pena.
BONECA - Será mesmo que o pai ou a mãe tem esse direito de fazer do filho o que bem quer?Quem nos protegera?A lei?temos que nos conformar com essa vida, temos que parar de sonhar.
ANA - Parar de sonhar? Jamais!Temos que acreditar na lei sim. Acreditar que um dia tudo vai ser diferente que todos os nossos sonhos serão realidade... Eu ainda serei professora e darei a outros a chance de estudar que eu nunca tive!
BONECA – (CANTANDO) Eu vou ser advogada para prender todos esses políticos ladrões, que não fazem nada por nós.
FOFINHA – Eu vou ser médica e gastar muitas vidas
.
CHICO – Eu vou ser presidente da república e acabar com a fome e a miséria.
FOFINHA – Ai gente eu estou com fome, e muito frio, minhas pernas doem, aliás meu corpo inteiro.
BONECA – (Coloca a mão no rosto de Fofinha) Gente Fofinha esta com febre.
ANA – Mesmo vamos levá-la ao hospital.
CHICO – Calma gente! Eu levo se for todo mundo, eles correm com a gente. Vamos Fofinha, segure em mim. (saem)
(Elas sentam no banco)
ANA – Cada um tem sua história não é, ninguém deixa a família porque deseja, veja o Chico foi abandonado ao nascer numa lata de lixo, depois entregue a FEBEM de onde fugiu já Fofinha a mãe é prostituta e viciada em drogas, não sabem nem se a filha existe. Sua mãe vivia batendo em você, meu padrasto abusava de mim.
BONECA – Quem tem uma família, seja ela pobre ou rica, com os pais unidos ou não, mas que tem carinho, amor e respeito, Não precisa de mais nada. Veja a idiota da Suzi, tem tudo que queríamos e não dar valor.
ANA – Como eu queria um teto, um prato de comida e uma família pra me proteger...
(Deitam e adormecem).
CLARA – (Entrando) Que mundo é esse meu Deus, que crianças indefesas dormem pelas ruas sem nenhuma proteção?
ANA – (Acordando) Ai, Ai (Vê Clara) oi moça!
BONECA – (Atordoada) O que você quer?
CLARA – Calma menina, não precisa se assustar!Eu já falei que eu só quero ajudá-los.
ANA – (Levantando-se) Você quer mesmo nos ajudar?
CLARA – Claro, como cidadã essa é minha obrigação.
(ENTRA CHICO E FOFINHA)
CHICO – Gente, eles não atenderão a Fofinha, só com os pais, já pensou!
BONECA- Droga!
CLARA – Crianças, eu gostaria de saber, porque vocês não me deixam ajuda-los.
ANA – Quem vive sendo espancada, com todos olhando pra nós com nojo e raiva, pode confiar numa conversa dessa?
CHICO – Vejo nossa amiga doente e nem os médicos estão ali para salvar, olhou pra gente.
CLARA – (Pegando em Fofinha) ela esta ardendo em febre. Vamos! Eu posso ajuda-los (As crianças se entre olham)
CHICO – Gente, vamos todos com ela.
CLARA – Vocês não vão se arrepender.(Saem todos).
SUZI – (Entrando, escuta tudo) Meu Deus,mesmo sendo o que são, e sofrer como sofrem, nunca perdem o ânimo, a esperança sempre tem forças pra seguirem em frente. O que eles mais querem na vida é ter pai, mãe enquanto eu desprezo os meus, e se eu perder minha família...
(ENTRA RODRIGO E LUCIANA)
RODRIGO – Os trombadinhas desapareceram.
LUCIANA – Graças a Deus, tomara que tenham morrido.
SUZI – O que é isso mãe? (Pausa) Sabe... Eu estive pensando, eu poderia ser um deles,. Passar o que eles passam, sofrer o que eles sofrem.
LUCIANA – Suzi, não fala uma coisa dessas. Deus me livre eu não posso nem pensar.
SUZI – Pois é mãe, e só assim eu pude ver o quanto nós estávamos sendo mesquinhos e injustos com aquelas crianças. Ai eu percebi o quanto eu tenho sorte de ter pais como vocês.
RODRIGO – Minha filha, o que deu em você?
SUZI – Eu não estou dando o verdadeiro valor a tanto amor e carinho que vocês tem pra mim. Me perdoe pai, me perdoe mãe!
LUCIANA – Como erramos! Aquelas crianças, nós poderíamos ter os ajudados.
RODRIGO – Será que ainda podemos corrigir nossos erros?
CLARA - (Entrando)Nunca é tare pra recomeçar.
LUCIANA – Então vocês nos perdoam?
BONECA – Claro pois quem perdoa será perdoado.
SUZI – Que bom de agora em diante tudo vai ser diferente.
ANA – È isso ai. A vida continua, bola pra frente acreditando no futuro..
CHICO – por que nós somos?
TODOS – CRIANÇA ESPERANÇA! !
(Cantam a musica vamos construir de Sandy e Junior)
SUZI – Sei que ainda sou criança, tenho muito o que aprender mais quero ser criança quando crescer. Nosso mundo é um brinquedo com pecinhas para unir, ele será todo seu, se você pensar em mim...
TODOS – Vamos construir, uma ponte em nós, pra ligar seu coração ao meu com o amor que existe em nós! (BIS)
CLARA – E você que é gente grande também pode aprender, que amar é importante pro meu mundo e para o seu. Mas eu tenho a esperança de você ser meu amigo. De voltar a ser criança pra poder brincar comigo!
CHICO – Tudo que sonha com amor se pode conseguir e tudo é assim, é assim, é assim. E a gente vive muito mais feliz.
E A VIDA CONTINUA...
O COMEÇO DO FIM
CIA DE TEATRO NOVO OLHAR
PEÇA – “O COMEÇO DO FIM”
AUTOR – DENILSON DAVID
O começo do fim narra à trajetória de seis jovens que descobrem estar no ultimo dia de suas vidas, a partir daí eles decidem fazer as maiores loucuras, aproveitando cada minuto de suas ultimas 24 horas. Tentando fazer nesse pouco espaço de tempo tudo aquilo que não conseguiram fazer em uma vida.
Ao saberem da notícia do fim do mundo os jovens amigos: Mel, Sara, Dedé, Pati, e Bruno decidem se reunir no local onde trabalha Guto, no galera bar, a fim de ficarem unidos e morrerem juntos. Para completar o quadro surge Marina, um anjo mau que vem para atrapalhar suas vidas, e Ângelo um anjo do bem que por sua vez, vem para protegê-los.
Como o grande fim será ocasionado por uma tsunami “onda gigante”, Mel tem a idéia de construírem uma arca, seguindo o exemplo da arca de Noé, para que assim eles possam escapar da catástrofe que se aproxima. Todos concordam dão-se inicio aos trabalhos, porém por precaução cada um decide ir em busca do que falta em suas vidas.
Pra começar, Sara termina o namoro com Dedé por estar em dúvida se é ou não lésbica, inconformado ele tentará a todo custo reconquista-la. Pati, a encalhada, através de simpatias e outras maluquices tentará encontrar o amor de sua vida. Bruno o mauricinho, bad boy decide se converter e agir como se fosse Santo. Guto e Mel tentarão criar coragem para se declararem um ao outro antes que seja tarde demais...
PERSONAGENS
MEL - 16 anos – Uma garota mimada, inconseqüente e romântica nutre um forte amor por Guto.
GUTO - 18 anos – Tímido e meio atrapalhado é o gerente do galera bar. Ama Mel, no entanto não conseguem se declarar.
DEDÉ - 19 anos - Um jovem apaixonado que tem a namorada como centro de sua vida e está disposto a tudo pra ficar com ela.
SARA - 18 anos- Indecisa e confusa sobre sua própria personalidade e sexualidade.
PATI - 17 anos – Uma jovem encalhada, capaz de loucuras para encontrar o grande amor de sua vida.
BRUNO - 19 anos – Mauricinho com pinta de bad boy possui uma paixão platônica por Mel.
ÂNGELO - Um anjo do bem que enviado a terra para proteger os jovens que estão no galera bar.
MARINA - Um anjo do mal que é enviada a terra para atrapalhar a vida dos jovens que estão no galera bar.
FIGURANTES - População, anjos e demônios.
PRÓLOGO
(Entram pessoas por toda á parte, elas caminham, e conversam tranquilamente, representando o dia-a-dia comum de uma cidade. De repente todos ouvem a voz de um radialista que entra no ar com uma notícia urgente).
RADIALISTA – Extra, extra, plantão jornal infinito informa: O mundo viverá uma catástrofe de proporções incalculáveis e imprevisíveis. O fenômeno assustador tem o nome de tsunami, que significa: onda gigante. O vulcão crubevieja que está inativo há trinta anos está prestes há entrar em erupção, o que provocará um deslizamento de montanha sobre o mar. Formando uma onda jamais vista, e que pode chegar a 40 metros de altura. O homem por sua vez se torna frágil e impotente diante da fúria da natureza! E aqui fica meu ultimo a Deus á você ouvinte, estou indo pra igreja mais próxima me confessar. É o começo do fim, salve-se quem puder!!!
(DOR, MEDO E DESESPERO TOMAM DE CONTA DE TODOS QUE COMEÇAM A CORRER, A GRITAR, CHORAR, COMO SE FOSSEM MALUCOS. AOS POUCOS VÃO SAINDO DE CENA.).
O COMEÇO DO FIM
Original de Denílson David
(ABREM-SE AS CORTINAS, GUTO, MEL, SARA, DEDÉ, PATI E BRUNO, ESTÃO AFLITOS NO GALERA BAR ).
BRUNO – Aí maluco essa parada de onda gigante, fim do mundo, isso só pode ser pesadelo!
MEL – Ai gente eu to perplexa, não quero morrer! (Chora)
PATI – Eu também não, ai meu Deus! (Abraçam-se)
SARA – É melhor mantermos a calma, não podemos perder o controle.
DEDÉ – Pois é meu algodão doce tem razão. Quem sabe não seja apenas alarme falso.
GUTO – Não Dedé, dessa vez é sério. Não se fala em outra coisa, você não viu o tumulto nas ruas?
PATI – Ai meus Deus! (Abraça Mel) Ai Mel, Ai amiguinha!Eu gostava tanto de você, você não merecia morrer assim, misericórdia senhor! Ai meu coração! (Desmaia)
GUTO – (Amparando-a) Pati, isso lá são horas pra essas coisas!
MEL – Céus, ela morreu, ai amiga espera, eu vou com você! (Desmaia Guto solta Pati e ampara Mel)
GUTO – Mel! (Para os outros) Vocês vão ficar aí parados, só olhando?
SARA – Isso é frescura.
BRUNO – Deixa comigo, maluco, eu já sei o que fazer!
DEDÉ – Vê lá em Bruno!
BRUNO – O lance é o seguinte: eu vou fazer respiração boca a boca.
TODOS – Respiração boca a boca?
BRUNO – É, dizem que é batata, levantou até a tal da bela adormecida. Ai meu tipo assim, com quem eu começo? Ah tanto faz, meninas aí vai o Brunão! (Vai beijá-las Mel e Pati gritam levantam-se de repente)
TODOS – Ó, Ó, Ó!
BRUNO – Funcionou rápido demais, eu nem fiz nada.
GUTO – Tudo bem meninas?
PATI – Impossível estarmos bem, a beira da morte.
GUTO – Pessoal, vamos dar o fora do galera bar. Se o senhor Arnaldo aparecer por aqui, nós estamos fritos!
SARA – Não dramatiza Guto! Você é o gerente deste bar não é? E esse teu patrão não vai aparecer por aqui, ele tem mais o que fazer no seu ultimo dia de vida. E este é o lugar perfeito pra se morrer, você não acha?
MEL – É, mais o tempo ta passando, e aí o que vamos fazer?
(APAGAM-SE AS LUZES, AS MENINAS GRITAM. OUVEM-SE TROVÕES).
DEDÉ – Ai meu Deus, será que já morremos? Será que estamos no... Inferno?
PATI – Eu quero minha mãe!
GUTO – Deve ter sido apenas curto circuito!
(ACENDEM-SE AS LUZES, OS ANJOS ÂNGELO E MARINA, ESTÃO EM CENA EM LADOS OPOSTOS. AO VÊ-LOS TODOS GRITAM E CORREM DE UM LADO PARA OUTRO).
ÂNGELO – Calma aí pessoal, vamos sentar conversar, a paz do senhor esteja com vocês!
(NINGUÉM DA ATENÇÃO TODOS CONTINUAM CORRENDO)
MARINA – (Grita) Chega! (Todos param) Parou a palhaçada!
PATI – Quem são vocês?
MARINA – Oi para todos! Eu sou Marina, mas vocês podem me chamar de Má.
ÂNGELO – Eu sou Ângelo. Mais vocês podem me chamar de... De... Ângelo mesmo.
GUTO – Quem vocês pensam que são pra ir invadindo o galera bar desse jeito, aqui é um bar de respeito sabia?
MARINA – Eu sou queridinho digamos que a morte, eu vim acabar com a vida de vocês.
TODOS – Ó, Ó, Ó!
ÂNGELO – E eu sou a vida, vim para protegê-los. E guia-los nesse momento tão difícil.
TODOS – Á, Á, Á!
MEL – Não acreditem neles Guto, eles devem fazer parte de alguma gangue ou quadrilha organizada. Chame a policia.
MARINA – Deixa de ser bobinha querida, não adianta fugir da verdade. (Rir) O desespero está estampado no rosto de vocês. Se tivessem aproveitado a vida isso não estaria acontecendo
ÂNGELO – O maior mistério do universo é a vida humana, a maioria das pessoas, não conhece a si mesmas.
BRUNO – Aí maluco que papo sinistro é esse? Tipo assim: não faz sentido o que tu tá falando.
MARINA – Ah, não? Então me diga, até onde você se conhece? (Para todos) Quem são vocês? (Para platéia) Quem é você? E você, quem é? (Silêncio total)
ÂNGELO – A verdade é que a maioria das pessoas não vive apenas existem. Não têm objetivos, ideais, sonhos... Viver não significa apenas está presente no mundo. É necessário qualificar a existência.
BRUNO – (Delirando) Aí maluco sinistro meu! Esse lero tem nexo, doido! Tipo assim: o que é a vida? Quem sou eu? De onde eu vim? O que eu vim fazer aqui? Pra onde eu vou? Quando eu vou? Eu to ficando irado meu!
ÂNGELO – Pessoal você tem que decidir o que fazer do resto de suas vidas. O tempo está passando, cada minuto vale ouro.
GUTO – (Subindo em uma cadeira) Tchan – Tchan – Tchan – Tchan! O que você faria se o mundo acabasse amanhã?Eu sempre quis dizer isso. Mais e aí o que vamos fazer?
DEDÉ – (Abraça Sara) Ai, eu quero ficar perto da minha Sarinha, morrer abraçadinho, juntinhos!
SARA – Menos não é Dedé! Menos! (Afasta-se) Ai e eu o que vou fazer da minha vida? Eu sou tão perdida de mim mesma...
GUTO – Eu só quero sair da minha condição humilhante de BV, boca virgem, e perder minha virgindade, e com o amor da minha vida.
PATI – Ai eu acho que não vai dar tempo eu morrer, porque eu tenho tanta coisa pra fazer... Tenho que ir à manicure no cabeleireiro tenho que arrumar, um namorado, que eu não vou morrer encalhada. Tenho...
TODOS – Cala a boca Pati!!!
BRUNO – Pra que pressa se o futuro é a morte? Tipo assim eu decidi mudar minha vida, numa boa, me purificar, buscar um novo caminho, uma nova luz.
SARA – Aí o cara surtô!
MARINA – galera, atenção: É o fim do mundo, vocês não têm mais nada a perder. Então curtam o resto de suas vidas, relaxem! (Pega algumas garrafas de bebidas e distribui entre eles). Todo mundo bebendo e esquecendo os problemas. (Todos bebem) festa pro povão. (Faz gesto, começa uma música animada).
PATI – Ai eu adoro essa música!
MEL – Eu também amiga!
MARINA – Ai gente, vocês estão tão travados! Vamos mudar isso, ao meu comando! (Todos obedecem como se estivessem impinotizados).
ÂNGELO – Para com isso Marina!
MARINA – Deixa de ser careta benzinho! Entra na dança fofo!
ÂNGELO – Você mim respeite Marina!
MARINA – Vamos lá galera! Vamos lá negada, soltem o corpo! Coloca a mão no joelho! E mexe tapinha no bumbum, e gira, e vai no ritmo. Atitude! E joga e mexe a cabeça e joga os braços pra frente e dá um gritinho: AU! Atitude! (Mel e Sara se esbarram).
MEL – Você está me paquerando?
SARA – Como é que é?
MEL – Olha aqui querida, eu sei muito bem dos teus problemas sexuais, e eu já saquei que você anda me paquerando.
SARA – Você está maluca?
GUTO – O que está acontecendo Mel?
MEL – Essa indecisa passou a mão na minha bunda, mim chamou de gostosa e disse que estava afim de mim!
SARA – Olha aqui querida...
MEL – (Cortando-a) Olha aqui você meu bem. Eu gosto é de homem.
SARA – Mel...
MEL – Eu não quero você!
SARA – Mel...
MEL – Você não faz o meu tipo!
SARA – Olha aqui minha filha! (Pegando pelo braço) Eu não paquerei você coisa nenhuma. Você é feia!
PATI – (Dançando) Ai meninas não brigue, curtam a festa!
MEL – Olha aqui, se você quer saber eu nunca fui com a sua cara, sempre achei você meio esquisitona.
SARA – O que você acha ou deixa de achar é problema seu minha filha. E eu sempre achei você muito falsa!
MEL – Falsa? É você querida, sua gorda, cheia de estria, celulite. Sua mal acabada.
SARA – Sua mentirosa! Você sempre morreu de inveja de mim, sempre quis me copiar. Sempre quis ser o centro das atenções, sua exibida, sua sinica! E tem mais, eu sempre quis dar uns tapas nessa sua cara, eu só não faço isso, pra não sujar as minhas mãos, pra não me rebaixar!
MEL – Ah é queridinha? Pois eu me rebaixo, eu sujo as minhas e com gosto. (As duas se atracam, os demais apartam).
GUTO – Calma Mel! Isso é perca de tempo sabia?
MEL – Tudo bem, eu estou calmíssima!
PATI – (Sobe em uma cadeira) Gente eu não quero morrer encalhada!!! (Chora) se é pra morrer encalhada eu prefiro me matar. Saíam da frente eu vou me jogar! Mel, minha vida acabou amiga!
MEL – Pati, por favor, desce daí!
PATI – Não! Só saio daqui para o cemitério.
ÂNGELO – Pati o que você está fazendo?
PATI – Estou me preparando para deixar essa vida cruel. Adeus! (Ela se joga).
MEL – (Grita) Pati você está bem?
PATI – (Levantando-se) Ai Amiga eu quero morrer!
ÂNGELO – Para com isso Pati! Não adianta entrar em desespero! Ainda não é o fim , calma! (PAUSA) Gente mais que mau cheiro é esse?
BRUNO – Eu tomei banho hoje!
MARINA – Mas esse cheiro, é cheiro de pum. Quem de vocês soltou um pum?
TODOS – ú,ú,ú!
MEL – Foi quem está com a mão amarela! (Todos olham as mãos).
GUTO – Eu acho que foi a Sara!
SARA – Eu tenho educação meu filho!
DEDÉ – (Exagerado) Pelo amor de Dada! Eu confesso! Fui eu, eu confesso, fui eu! É minha culpa, é minha tão grande culpa! (De joelhos). Eu soltei um pum!
BRUNO – Cara não precisa sofrer tanto, tipo assim, um pum é a coisa, mas normal do mundo, maluco!
DEDÉ – Eu sempre quis dizer isso em público!
PATI – Ai que lindo!
DEDÉ – Atire a primeira pedra aquele que nunca soltou um pum em publico. E se expremeu pra que ninguém o descobri-se ou quando soltou foi o primeiro a recriminar o ato para afastar suspeitas. Mas hoje, não há mais nada a perder por isso eu digo com orgulho que soltei um pum.
MARINA – Sonho realizado benzinho.
MEL – Pessoal, eu tive uma idéia!
SARA – Isso lá é hora pra se ter idéia minha filha?
MEL – A idéia é genial! Escutem: na bíblia, no livro de gênesis fala sobre um dilúvio, que Deus mandou sobre a terra. Fazendo chover quarenta dias e quarenta noites sem parar.
PATI – Ai, eu adoro chuva!
DEDÉ – E daí Mel?
MEL – Deus, porém manda que Noé construa uma arca, e junte sua família e um casal de aves e répteis de cada espécie para garantir uma nova geração pura.
GUTO – Qual a sua idéia?
MEL - Que façamos uma arca e assim possamos salvar nossas vidas!
TODOS – É, É, É!
DEDÉ – Será que vai dar tempo?
GUTO – Claro que sim, tem um material lá no porão que pode ser usado.
MEL – Então vamos lá galera! Mãos a obra!
(SAEM, FICANDO OS ANJOS DEDÉ E SARA).
MARINA – Isso não vai dar certo!
ÂNGELO – Veremos Marina!
SARA – (Está pensativa Dedé se aproxima).
DEDÉ – O que é que meu arroz de leite ta sentido heim? Fala pra painho fala.
SARA – Ai Dedé eu estou passando por uma crise extra – existencial. Nós precisamos bater um papo sério.
DEDÉ – Não. Neném não quer conversar, neném quer aproveitar o fim do mundo. Nem quer gugu dada.
MARINA – Ai que cara chato! Eu não agüento, eu vou me envolver!
ÂNGELO – Espera Marina! Marina!
MARINA – (Aproximando-se) Êpa, Êpa, vamos por ordem nesse relacionamento, (Para Dedé) olha benzinho, quer parar de agir como idiota e escutar a tua na namorada?
DEDÉ – Neném ta cutando. Fala meu peixe frito, fala.
SARA – Eu tenho um negocio muito serio pra te dizer.
DEDÉ – Ai meu coração! Pelo amor de Dada, pode falar eu sou forte você ta grávida é isso?
SARA – Claro...
MARINA – Que grávida o quê? Se ela tivesse grávida estaria com essa cara de cachorro com dor de barriga?
ÂNGELO – (Puxando Marina) Marina você só está piorando as coisas, deixa eles conversarem em paz!
SARA – Dedé... Olha, eu não sei nem como começar.
MARINA – Começa pelo fim querida, sempre dá certo. Respira e manda ver!
SARÁ – Olha... Foi ótimo tudo que passamos juntos, mas... Eu acho melhor a gente parar por aqui.
DEDÉ – Não, ai meu Deus! (Chora desesperadamente) Não, não, meu pãozinho de queijo, (Ajoelhado aos pés dela) Não faz isso comigo! Eu te amo! Te amo! Te amo...
MARINA – (Cortando-o) Filhinho, ela não te ama mais!
ÂNGELO – Para Marina! Não ver que o cara ta sofrendo.
MARINA – Bem feito! Quem manda ele ficar falando feito idiota! (imita-o) neném quer gugu dada?
DEDÉ – (Para Sara) isso só pode ser pesadelo. Diz meu presutinho, qual o motivo? É outro cara?
SARA – Não. Não é.
DEDÉ – Eu sei. Eu sinto que é, fala... Quem é o dito cujo (Grita) fala quem é! Que eu vou matar esse...
(ÂNGELO, DEDÉ E MARINA DISCUTEM)
SARA – (Grita) Eu sou Lésbica!
ANJOS – Ó, Ó, Ó!
DEDÉ – Ai meu coração! Pelo amor de dada!
ÂNGELO – Como assim lésbica? Você quer matar o rapaz?
SARA – Eu não sei direito ainda, eu estou confusa, eu preciso de um tempo para me decidir.
ÂNGELO – E como é que ele fica enquanto isso?
SARA – Ele se vira! Amanhã é o fim do mundo, e eu não quero morrer com essa duvida. (Chora) aí ta sendo tão difícil pra mim. (Para Marina) ai mim da um abraço!
MARINA – Êpa sai pra lá, fofa! Eu sei como é, começa pedindo abraço, depois ta pedindo beijo na boca.
SARA – Isso é preconceito sabia? Ai eu sofri meu primeiro preconceito. (Sai).
DEDÉ – Sara...
MARINA – Te conforma queridinho!
DEDÉ – Bebê, meu sorvete de morango, volta aqui!
ÂNGELO – Olha Dedé. Às vezes as coisas mudam e nunca mais são as mesmas... É a vida, ela sempre segue em frente, você deveria fazer o mesmo.
DEDÉ – Não! Eu não vou desistir da minha potoquinha. (Sai).
MARINA – É as máscaras começaram a cair!
ÂNGELO – Não cante vitória antes do tempo Marina!
(AFASTAM-SE)
GUTO – (Entrando) Ai, o meu amor pela Mel está me sufocando, eu preciso me declarar pra ela antes que seja tarde demais.
BRUNO – (Entrando) Aí maluco, eu tô preocupadão com a arca? Tipo assim, aquele material não é muito resistente tá ligado?
GUTO – É. O pior que arca é a nossa única esperança de sairmos vivos dessa.
BRUNO – Aí jóia rara, eu to rilex com essa parada, eu estou em processo de purificação me preparando para ser arrebatado.
GUTO – Bruno o que deu em você heim? Você pirou?
BRUNO – Os sinais há muito tempo que começaram... Guerra, revoluções, e esse tal de aquecimento global, a vinda do criador está próxima.
GUTO – Eu tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo suas loucuras meu caro Bruno!
BRUNO – Tipo assim o que, (Imita-o) meu caro Guto?
GUTO – (Cochichando) Eu preciso encontrar uma forma de me declarar pra garota que eu amo. Eu amo muito ela. Mais eu não consigo dizer isso pra ela. Quando eu penso em falar me dá uma dor de barriga, aí trava tudo!
BRUNO – Seu caso é sinistro meu!
GUTO – Espere aí, você pode me ajudar.
BRUNO – Eu? Mais como?
GUTO – Você pode ensaiar comigo, fingindo ser a garota!
BRUNO – (Anima-se) Tipo assim, teatro?
GUTO – É mais ou menos.
BRUNO – Irado meu, eu sempre quis ser ator cara, tipo assim eu mando benzão!
GUTO – (Incorpora) Oi...
BRUNO – (Incorpora) Ouço vozes, alguém? Em algum lugar... Quem me chama?
GUTO – Ai gata! Sou eu Guto! Eu queria falar com você.
BRUNO – Ué, mais você não já está falando, garoto.
MARINA – Isso não vai dar certo!
ÂNGELO – Vê se fica quieta Marina!
GUTO – Olha eu queria abrir meu coração para você!
BRUNO – Como assim, abrir seu coração? Ó, eu não posso ver sangue, eu sou tão sensível!
MARINA – Eu vou me envolver!
ÂNGELO – Você não vai pra lugar nenhum, vem comigo! (Saem, Pati vem entrando e escuta Dedé e Guto).
BRUNO – Ai Guto, eu estou ficando confusa com suas palavras.
GUTO – Eu fico louco quando te vejo, meu coração dispara, minhas pernas ficam bambas... (Voltando a si) Aí ta vendo é só começar a falar que já está me dando uma dor de barriga!
BRUNO – (Voltando a si) Continua aí Guto, (Voltando à personagem) eu to ficando tipo assim doidinha por você!
GUTO – Então lá vai. Eu queria... Eu queria tanto te abraçar, te beijar!
BRUNO – Essa sua boquinha linda (Pati Cada vez entende menos, abraçam-se).
PATI – (Entrando) Ai que lindo! Beija, beija, beija! (Eles se afastam).
PATI – Ai amiguinho, tranqüilo! Eu sou mente aberta, eu não tenho preconceito. Eu adoro uma linda história de amor!
GUTO – Que história de amor o que maluca isso aqui era apenas... TEATRO! (Sai)
PATI – Ai ele magoou, espera Guto! (Sai).
MARINA – (Entrando) Oi Bruninho! Olha, eu queria mesmo falar com você.
BRUNO – Tranqüilo aí, manda ver jóia rara!
MARINA – (Rir) Eu estou surpresa em ver o quanto você é tolo!
BRUNO – Como é que é?
MARINA – Você não ama a Mel.
BRUNO – Eu sou ligadão na dela.
MARINA – Como pode ser? Se você estava dando força para o pateta do Guto se declarar pra ela.
BRUNO – Então a garota era a Mel! Safado.
MARINA – É, e você vai ficar aqui com os braços cruzados? Lute por ela cara! Use todas as suas armas. Afinal você não tem mais nada a perder. Chore, implore, grite e se preciso for... Mate!
MEL – (Entrando) Oi Bruno, você viu a Pati?
BRUNO – Não, mais tipo assim, eu tava irado, doidão pra te ver.
MEL – Bruno se é sobre aquele assunto chato novamente...
BRUNO – Ai gata, não faz assim! Que maltrata o coração do gatão aqui.
MEL – Bruninho, eu só gosto de você como amigo.
MARINA – (Puxando Bruno) Qual é Bruno se liga! Atitude meu! Esse papinho de amigo não ta com nada.
BRUNO – Aí Mel, tipo assim gata, deixa eu te provar que posso lhe fazer feliz.
MEL – Não Bruno! Meu coração já tem dono.
BRUNO – Gata não faz assim que eu gamo! (Se ajoelha)
MEL – Para Bruno, para! Olha a gente não escolhe quem ama o coração dar as ordens à gente só obedece.
MARINA – Reage mané!
BRUNO – E tipo assim, quem é o dono do seu coraçãozinho?
MEL – Isso eu não posso contar!
BRUNO – É o mane do Guto não é?
MEL – O Guto? De onde você tirou isso?
BRUNO – Ou você fica comigo, ou eu mato aquele pateta! (Sai).
MEL – Bruno!!! Ai meu Deus e agora? Marina faz alguma coisa.
MARINA – (Rir) Eu? Ora, te vira querida! (Sai)
MEL – Ai meu Deus!
PATI – (Entrando, traz consigo uma tigela com sal e um livro de simpatia) Agora eu tenho que me concentrar, tenho que ficar zeem, para minha simpatia dar certo! Aum! Aum! Aum!
MEL – (VAI SAINDO, VÊ PATI E RECUA) Pati, Pati, ó Pati!
PATI – Depois amiga agora eu to ocupada!
MEL – O que você está fazendo Pati?
PATI – Não posso falar! Ninguém pode saber que eu vou fazer uma simpatia para desencalhar! Ai eu falei... Mas você é amiga, e eu acho que amiga pode.
MEL – Ai que legal você vai fazer macumba, eu sempre quis fazer isso. Posso te ajudar?
PATI – Pode. Primeiro concentra. Aum!
MEL – (Concentrando-se) Aum, aum, aum!
PATI – Agora relaxa, solta os braços, mexe a cabeça e pra extravazar grita AU!
MEL – (Segue todas as instruções) Au!
PATI – Criou o clima, agora pega o sal aí na tigela amiga, e faz um circulo em volta de mim e repete – Nega Maluca! Nega maluca!
MEL – Ta legal, (Segue todas as instruções). Vem cá Pati, quem é essa tal Nega Maluca?
PATI – Ai amiga sei lá, deve ser alguma santa! Agora é comigo! (Lendo o livro) em nome de Santo Antonio, peço que Vênus, a deusa do amor me arranje um namorado do jeitinho que eu quero: (Sonhando) lindo, alto, cheio da grana, carro importado, loiro, olhos azuis, e que me ame pra valer!
MEL – (Rir) Pati você não acha melhor pedir um homem normal?
PATI – E o que foi que eu pedi amiga, um et?
MEL – Não, você pediu um príncipe encantado, só faltou um cavalo branco. Quem muito quer nada tem, viu Pati, por isso que você está encalhada.
PATI – Ai amiga você falando assim, parece o padre Dodô.
MEL – (Já pulando) Nega maluca doze, nega maluca 13...
SARA – (Entra) Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...
PATI – Ai, eu perdi as contas.
MEL – onde essa maluca, achou tanta pedra?
SARA – Ser ou não ser, eis a questão!
MEL – (Aproxima-se de Sara) Tudo bem com você Sara?
SARA – Tudo péssimo minha filha, eu estou num dilema terrível... Tão confusa... Olha é que eu sempre namorei com homens, sabe, mais sempre senti atração por mulheres.
MEL E PATI – Ó, Ó, Ó!
SARA – Pois é a mulher é carinhosa, sensível, meiga, compreensível, tem o corpo lindo... Já o homem é só um monte de músculo, cabeça vazia e sexo. Ai mel... (Querendo abraçá-la).
MEL – Êpa, não olha pra mim não querida, eu sou espada.
PATI – Amiguinha mais espada não é coisa de homem?
MEL – Eu sou espada por que... Por que... Porque se ela vier pra cima de mim eu corto ela em pedacinhos!
SARA – Ai! Eu só sei que nada sei, ou melhor, a única coisa que eu sei é que não posso morrer com essa duvida. Ó duvida cruel!
PATI – Olha amiga. Vamos fazer um teste, você tem torneirinha?
SARA – Torneirinha? Torneirinha... Claro que não Pati!
PATI – Então você é mulher, bobinha!
MEL – Vamos fazer um teste? Sara, responda a pergunta! Você faz xixi em pé ou sentada?
PATI – Ou deitada?
SARA - Deitada?
MEL – Não liga pra Pati não Sara, vai responde.
SARA – Eu costumo fazer sentada, mas... Eu já fiz em pé pra ver como era a sensação.
PATI – Sara, você quer saber minha opinião?
SARA – Não!
PATI – Mais eu vou dizer assim mesmo! Olha o Dedé é um cara legal, fica com ele, e esquece essas coisas.
SARA – Eu não posso lutar contra mim mesma. E se eu for lésbica? Sem falar que se eu for mesmo lésbica, se eu morrer namorando um homem eu vou morrer sendo viada!
MEL – Isso é verdade. Eu não tinha pensado nisso.
SARA – Meninas me ajudem! Olha, se eu fosse homem vocês namorariam comigo?
MEL – Eu não.
PATI – Mel como você é falsa! Olha amiga, eu namoraria sim com você!
SARA – Jura Pati? Ai ate que você não é tão chata quanto parece.
MARINA – (Entrando) Ai que lindo! O mundo prestes a ser coberto por água e vocês aí nessa tranqüilidade.
MEL – Eu vou trabalhar na arca. (Sai).
PATI – Eu vou procurar um namorado. (Sai).
SARA – Eu vou fazer a barba!
MARINA – O quê?
SARA – Quem sabe me barbeando eu descubra a minha verdadeira identidade. (Vai saindo, esbarra com Dedé).
DEDÉ –– (traz consigo um pedaço de madeira) Sarinha!
SARA – É, sou eu!
DEDÉ – Você já está melhor minha costelinha de porco?
SARA – Eu não estava doente.
DEDÉ – Bebê, quem sabe se você procurar um psicólogo, tomar uns remédios...
SARA – Dedé, eu já falei, eu preciso pensar.
MARINA – Carinha você é grudento, deixa a menina pensar um pouco, dar espaço!
DEDÉ Painho vai deixar bebê pensar a vontade...
MARINA – Assim é bem melhor!
DEDÉ – Pensa com carinho tá, minha coxinha de frango. (Mete a paulada nela).
SARA – (Desmaia)
ÂNGELO – (Entrando) O que você fez?
DEDÉ – Meti o pauzinho na cabeça do neném.
MARINA – Eu não tive nada com isso!
ÂNGELO – (Para Dedé) Você ficou maluco?
DEDÉ – Ela vai ficar bem, ela só estava um pouco ruim da cabeça.
ÂNGELO – (Faz gesto) Sara!
DEDÉ – Não mexe...
SARA – (Acorda) onde é que eu estou? Quem são vocês?
ÂNGELO – Eu sou Ângelo, um anjo da guarda!
SARA – (Para Ângelo) Mamãe!!! Que bom ver a senhora, eu estava com saudades. (Abraçando-o)
ÂNGELO – Eu não sou sua mãe!
DEDÉ – Eu disse que ela não estava bem.
MARINA – Você até que fica bem de mamãe Ângelo!
ÂNGELO – Sara, olha levanta! Mim Ângelo, anjo da guarda! Tu Sara (Indicando Dedé) Ele Dedé...
DEDÉ – (Cortando-o) Seu namorado.
SARA – (Imitando Ângelo) Eu sou um anjo da guarda, você Sara (Para Marina) namorada dele (Para Ângelo).
MARINA – Sara é você meu bem, meu nome é Marina.
SARA – (Para Marina) Sara é você meu bem, meu nome é Marina.
MARINA – Olha só benzinho, se eu te der umas tapas você volta rapidinho ao normal.
SARA – (Para Ângelo) Mamãe ela quer bater em Marina!
ÂNGELO – Calma sarinha vem comigo, você precisa tomar um ar!
MARINA – É cada louco que me aparece! (Sai)
DEDÉ – Meu pastel de carne, Sarinha, espera por mim. (Sai)
MEL – (Entrando) Mas onde está o Guto?
GUTO – (Entrando) Ai Jesus Cristinho, me ajuda aí vai! É agora ou nunca!
MEL – Guto que bom ver você! Eu pensei que... (Abraça-o)
GUTO – Que...
MEL – Nada. É que de repente mim deu uma vontade de abraçar as pessoas que são importantes pra mim e dizer o quanto elas significam.
GUTO – Ah é? E o que eu significo pra você?
MEL – Muito, muito, mais do que você pensa!
GUTO – Mel... Eu tenho um segredo pra te contar!
MEL – Segredo? Eu adoro segredo! Fala!
GUTO – Eu... Eu... Ai tá me dando uma dor de barriga!
MEL – Guto, eu não sou nem um monstro de sete cabeças, fala de uma vez eu não mordo!
GUTO – Mais eu tenho vergonha... Fecha os olhos, então!
MEL – Mais pra quê?
GUTO – Por favor!
MEL – Tudo bem! (Fecha os olhos, Guto depois de muito relutar a beija).
GUTO – (Envergonhado) Olha desculpa, eu sei que eu sou um idiota, que eu não deveria... (Mel o beija em seguida entre olham-se e riem).
ÂNGELO – (Entrando) Bravos! Bravos até que fim, já não era sem tempo.
GUTO – Ai Ângelo mim morde pra ver se eu to sonhando!
ÂNGELO – Tudo bem! (Morde-o)
GUTO – Au!!! Não era pra levar á sério!
ÂNGELO – Você que pediu!
MEL – Ai Guto, eu sonhei tanto com isso! Vamos morrer juntinhos!
GUTO – É, perdemos muito tempo sabia?
MEL – Ah é?
GUTO – É mais chegou à hora de recuperar o tempo perdido! Vamos consumar nosso amor! (Pega–a nos braços e saí).
ÂNGELO – Aí o amor!
PATI – (Entrando) Mau não me quer, bem também não me quer... meu Deus que desperdício, uma gatinha assim como eu ficar aqui largada, desamparada... Ó céus, ó vida, ó azar! Ninguém me quer. Qual será o meu problema? Porque ninguém me quer?
ÂNGELO – (Aproxima-se) Você é o problema Pati!
PATI – Como assim Anjinho?
PATI – Eu só quero um cara legal, que saiba me valorizar, a maioria dos homens só quer brincar. E eu, sou maluquinha assim, mas eu tenho coração.
ÂNGELO – Mas você só irá encontrar essa pessoa se parar de procurá-la com a cabeça e passa-la a procurar com o coração.
MARINA – (Entrando) Ai que lindo! O anjinho ajudando a encalhada. Por que ao invés de conversa fiada, você não conta a verdade pra ela.
AMBOS – Verdade?
MARINA – É. Conta que ela sofre a toa, e que ela já mora no coração de alguém.
ÂNGELO – Do que você está falando?
MARINA – Você sabe tanto quanto eu Ângelo. Pati, o Guto lhe ama!
AMBOS – O Guto?
MARINA – É só que ele é tímido! Tadinho, não consegue se declarar!
PATI – Jura! Ai, eu não vou perder mais tempo. Eu vou falar com ele!(sai)
ÂNGELO – Volta aqui Pati!(para marina) Tá maluca? O Guto gosta da Mel.
MARINA – (Rir) Que nada bobinho quem gosta de Mel é abelha.
ÂNGELO – Por que você fez isso?
MARINA – Ah, sei lá deve ser porque eu sou má!
SARA – (Entrando sendo seguida por Dedé) Mamãe, que bom que eu te encontrei, manda ele parar de andar atrás de mim e de me chamar de cachorro quente!
ÂNGELO – Colabora, não é Dedé! Calma Sarinha, tudo vai se resolver!
SARA – (Abraçando-o) Mamãe fica comigo!
DEDÉ – Sarinha faz um esforço vai, tenta lembrar do Dedé tenta!
SARA – Dedé, você é Dedé, eu lembro!
DEDÉ – Lembra? Ai que bom meu moraguinho!
SARA – Você é o coelhinho da páscoa!
DEDÉ – Pelo amor de Dada! Cale a boca! Sai deste corpo, ele não te pertence. Eu quero a Sarinha de volta! Ângelo faz alguma coisa ela está possuída pelo o coisa ruim!
BRUNO – (Entrando) Êpa, êpa, que papo sinistro é esse?
DEDÉ – A Sara está endiabrada!
MARINA – Endiabrada nada, mete uns socos na cara dela que ela volta ao normal!
BRUNO – Só pode ser os sinais do fim dos tempos! Dedé pode deixar comigo, eu vou mandar esse coisa ruim para o quinto dos infernos!
MARINA – Desde quando você é exorcista?
SARA – Mamãe, eu to com medo! Quem é ele?
BRUNO – Eu te repreendo coisa ruim! Eu que agora sou um cara tipo assim: iluminado, vou mandar esse espírito de volta para as profundezas! Vai de ré Satanás, sai deste corpo que ele não te pertence! (Faz movimentos estranhos em volta de Sara, e também bate nela, Ângelo tenta protege-la).
SARA – Mamãe! (Desmaia, Ângelo e Bruno discutem, Dedé pega Sara nos Braços e sai despercebido com ela).
ÂNGELO – (Voltando a si) Ué, mais cadê a Sara?
BRUNO – Só pode ter sido arrebatada pelo demônio!
MARINA – O Dedé saiu com ela nos braços, e do jeito que ele está neurótico é bem capaz dele cometer uma loucura!
ÂNGELO – (para Bruno) Se acontecer alguma coisa com ela, a culpa será toda sua. (Sai)
BRUNO – Como assim, toda minha? (Sai, entra Mel e Guto).
MEL – (Ambos despenteados) Ai Guto, você foi tão carinhoso, tão romântico, eu adorei!
GUTO – É, comecei bem!
MEL – Seu bobo! (Riem)
MARINA – (Aproximando-se) Mel, que bom te encontrar! O Bruno está lá no porão desesperado, ele precisa de você!
MEL – Obrigada Marina! Mais o que será que houve, Eu já volto amor! (Beija-o)
GUTO – Ai, eu não sou mais BV, não sou mais virgem, e o melhor estou com a mulher da minha vida... Ai, agora posso morrer feliz!
MARINA – Eu odeio a felicidade alheia! (Faz gesto, entra Pati).
PATI – Guto! Oi amiguinho!
GUTO – Oi Pati! Ai, eu estou tão feliz! Pela primeira vez na minha vida eu estou amando!
PATI – Ai que lindo, jura’!
GUTO – Quando eu estou perto dela meu coração disparam, minhas pernas tremem...
PATI – Aí Guto, eu nunca ouvi isso de ninguém!
GUTO – Um dia você ouvirá Pati!
PATI – É mais ninguém gosta de mim.
GUTO – Um dia você encontrará um cara bem bacana, você vai ver.
PATI – É, mas hoje é o meu último dia de vida... Ah Guto pode falar a verdade, eu já sei de tudo.
(MEL VEM ENTRANDO E ESCUTA)
GUTO – Então a Mel já lhe contou?
PATI – Todo mundo sabe, que você me ama, porém nunca teve coragem pra se declarar...
GUTO – Como é que é? (Pati Beija Guto loucamente).
MARINA – Que coisa feia Guto, ai to passada!
MEL – (Aproximando-se) Guto!
GUTO – (Surpreso) Mel!
PATI – (Para Mel) Ai amiga, eu finalmente vou casar!
MARINA – Gente desculpa, mas eu já me envolvi. Pati o mesmo papinho que esse safado disse a você, disse pra mel. Ele usou as duas.
MEL – Como você pode?
GUTO – Gente, isso não passa de um mal entendido...
MARINA – (Interrompendo-o) Você brinca com os sentimentos de duas amigas, e tem a cara de pau de dizer que foi um mal entendido?
MEL – Eu odeio você Guto! (Sai correndo)
GUTO – Mel! (Corre atrás dela)
PATI – Eu sabia, todos os homens são iguaizinhos! (Sai)
MARINA – (Rir) Gente, que dramalhão! Isso daria uma bela peça de teatro! (Entra Ângelo e Dedé) Então, a Sarinha morreu?
DEDÉ – Não, ela agora está descansando.
MARINA – Vem cá, me responde uma coisa vocês não estão preparando uma arca? Então? Por quê essa preocupação com a vida? já que todos acreditam que vão sobreviver!
DEDÉ – Quem garante que arca vai dar certo? É melhor prevenir. Se morrermos, morreremos felizes. Se sobrevivermos será o inicio de uma nova vida.
MARINA – Faz me rir! Ai, eu vou espalhar meu doce veneno por aí. (Sai).
DEDÉ – Ai que falta eu sinto da Sarinha...
ÂNGELO – (Entrando) Dedé, levanta a cabeça. Olha cara, você não pode limitar toda a sua vida a uma pessoa. Você tem que aprender a si amar, se valorizar, olha em volta existe outras garotas legais.
DEDÉ – Não! Eu só quero a Sarinha!
ÂNGELO – Dedé, francamente, pra reconquistar a Sara só mesmo se você vestisse saia.
DEDÉ – Não!... (Tendo idéia) Sim! É isso! É isso! Obrigado Ângelo! (Beijando seu rosto) Você é demais. (Sai).
ÂNGELO – Sou? É eu sou!
GUTO – (Entrando) A Mel não quis nem olhar na minha cara... Eu sabia, estava tudo bom demais pra ser verdade!
ÂNGELO – (Aproxima-se) Oi Guto!
GUTO – Oi Ângelo! Por que sempre dar tudo errado na minha vida? Eu trabalho aqui no galera bar, há anos, Meu salário mal dar pra me sustentar, meu patrão é um chato. Meus pais nem se lembram que eu existo. A mulher que eu amo... Agora me odeia. Eu não quero mais ficar aqui com eles. Eu vou embora.
ÂNGELO – Como assim?
GUTO – Eu sou um idiota Ângelo, ninguém vai sentir minha falta. Vai ser melhor pra todo mundo.
ÂNGELO – Guto, você não pode desistir assim, e a arca?
GUTO – Do que vale sobreviver, se eu vou ficar sem a Mel. Eu vou me despedir da galera, e depois eu vou dar o fora daqui. (Sai).
ÂNGELO – Tudo culpa da Marina, eu tenho que fazer alguma coisa. (mel entra em cena) Mel, porque tanta tristeza?
MEL – De repente eu estou me sentindo tão vazia. Quando pensamos que o príncipe dos nossos sonhos está a nossa frente, ai sem você perceber, sem mais nem menos, ele se transforma em um sapo.
ÂNGELO – As coisas nem sempre são o que parecem ser.
MEL – Como assim?
ÂNGELO – Você viu o que quis ver. A Marina armou essa armadilha e vocês caíram feitos patetas.
MEL – A Marina... Claro, tudo se encaixa perfeitamente. E agora?
ÂNGELO – Se você não agir rápido, pode ser tarde demais. Ele decidiu partir.
MEL – Não! Eu não vou perdê-lo, obrigada Ângelo! (Sai).
ÂNGELO – Yes! Mais um ponto para as forças do bem! (Sai)
SARA – (Levantando-se). Senhor, preciso saber se eu sou ou não lésbica, por favor, me mande algum sinal, alguma luz! (Dedé entra vestido de mulher, muito desajeitado).
DEDÉ – Au! (Cai)
SARA – O que foi isso? (Voltando-se para Dedé).
DEDÉ – (Levantando-se) Ai fui eu que caí.
SARA – Quem é você?
DEDÉ – Eu? Eu estava andando aqui perto, triste pensando no resto da minha vida, aí vi o bar, vi você e decidi bater um papinho, posso?
SARA – Claro, senta aí! Como é mesmo o seu nome?
DEDÉ – Meu nome? Meu nome... Meu nome... (A parte) E agora? Meu nome é... Adedonha!
SARA – Adedonha? Parece nome de brincadeira.
DEDÉ – (Rir) E, que minha mãe era muito divertida.
SARA – (Comprimentando-a) Eu sou Sara prazer!
DEDÉ – Encantada! (Beija a mão dela) Ai mulher, que mãos lindas você tem!
SARA – Obrigada! E aí como você está se preparando, para morrer?
DEDÉ – Ai estou muito nervosa! Meu coração está acelerado! Olha só, sente meu coração! (Com a mão dela em seu peito).
SARA – É você tem razão! (Sorrir)
DEDÉ – Que sorriso lindo você tem!
SARA – Você tem um jeitão, meio estranho!
DEDÉ – Você acha, são seus olhos. Ai eu fiquei tão tímida!
SARA – Você parece ser uma pessoa legal Adedonha.
DEDÉ – Ai obrigado Sara! Você que é uma gracinha, uma musse de maracujá!
SARA – Estranho, você falando assim, parece irmã do Dedé.
DEDÉ – Dedé? Eu nunca ouvi falar de tal pessoa.
SARA – Ele é meu ex-namorado.
DEDÉ – Ex? Mais porque vocês terminaram?
SARA – Por que... Porque... Eu decidi me assumir eu sou... Lésbica.
DEDÉ - Jura!!! (Rir) Eu também sou lésbica da cabeça aos pés!
SARA - Mais que coincidência!
DEDÉ – Coincidência nada, é destino. (Rir).
Sara ai eu estou tão nervosa... É... Olha nós duas... Você sabe, o mundo está pra se acabar, você não quer... Assim... Ficar comigo!
SARA – O quê?
DEDÉ – Ai eu estou sentindo algo tão forte por você. Foi amor à primeira vista. Fica comigo!
SARA – (Abraçando-a) Ai você vai ser minha primeira namorada! (Beijam-se, Bruno entra).
BRUNO – Ai, a Sara está namorando, Heim!
SARA – Bruno, essa é adedonha, Adedonha esse é o Bruno.
BRUNO – Você é tipo assim uma gracinha, tá ligada!
DEDÉ – Olha aqui meu filho você me respeite, eu sou uma moça de família.
BRUNO – O bom, é que vamos ter mais gente pra ajudar na construção da arca.
DEDÉ – Eu não vou ajudar em nada meu filho, eu sou uma Lady.
BRUNO – Aí dona Lady, todo mundo tem que ajudar. Eu que nunca trabalhei, nem pra papai estou pegando no pesado.
SARA – Ah, isso é verdade.
BRUNO – É mais agora eu percebi que esse lance de dinheiro é a maior furada. Que o maior de todos os tesouros vem tipo assim, do criador.
DEDÉ – Isso deve ser da boca pra fora, quero ver você provar.
BRUNO – É prova que você quer? Você terá rélis mortal infeliz. (Retira várias cédulas de dinheiro do bolso e rasga) eu não preciso mais disso! Estou liberto, e quer saber eu vou seguir o exemplo de São Francisco e me libertar de todos os bens materiais. (Tira a roupa).
DEDÉ – Pelo o amor de Dada, ele vai ficar pelado!
BRUNO – (Só de samba canção) Estou puro, já posso ser arrebatado pelo espírito Santo!
SARA – Não liga Adedonha, é que desde que ele soube que o mundo vai acabar cismou em virar Santo.
BRUNO – E vocês pobres pecadoras, por que não seguem meu exemplo?
DEDÉ – Eu estou bem obrigada.
BRUNO – (Pega na mão de Dedé) Vem Adedonha, venha para o caminho da luz.
SARA – Ela não vai pra lugar nenhum meu filho. (Puxa do outro lado, ambos disputam Dedé, que na confusão deixa cair a peruca).
SARA – Dedé!
DEDÉ – Sara!
BRUNO – Dedé!
DEDÉ – Bruno!
SARA – Você mim enganou, seu... (Da um soco na cara dele, sai).
DEDÉ – Sara eu posso explicar...
BRUNO – Aí, você vacilou heim! (Sai).
DEDÉ – Droga! (Sai).
GUTO – (Entrando) É eu vivi tantas coisas aqui... Mais agora é hora de partir. (Vai Saindo).
(A CENA A SEGUIR PASSA-SE COMO EM CÂMERA LENTA).
MEL – Guto!
GUTO – Mel!
MEL – Não se vá!
GUTO – Eu vou sim.
MEL – Eu errei me perdoa!
GUTO – Mel!
MEL – Eu te amo!
GUTO – Eu também te amo!
MEL – Então fica!
GUTO – Fico sim! (Correm um para o outro, abraçam-se e beijam-se. A cena volta ao normal).
MEL – Ai meu amor, por um momento...
GUTO – Não diz nada.
ÂNGELO – (Entrando) Yes! O amor venceu!
MARINA – (Entrando) Ora essa! Isso não vai ficar assim! (Faz gesto Bruno entra, ele está com veste franciscana).
BRUNO – (Entrando) E aí ovelhas perdidas, o Brunão chegou na área!
GUTO – Aí Bruno! Cara valeu a força eu e a Mel estamos juntos.
BRUNO – (Rir) É, pena que é por pouco tempo.
MEL – Para Bruno!
GUTO – Do que você está falando?
BRUNO – Cara, tipo assim eu vou matar você!
GUTO – (Surpreso) O quê? Mais por quê?
BRUNO – Você roubou a mulher que eu amo tá ligado!
MARINA – Ai, eu vou me envolver. Puxa logo esse gatilho maluco!
ÂNGELO – Como você pode se vestir de São Francisco e querer mal ao próximo?
BRUNO – Faz parte da minha missão. Ai anjinho, fica na tua, tá ligado, por que se não tu leva bala também, sacou.
ÂNGELO – Ora que pecado, ameaçar um anjo!
BRUNO – Chegou a tua hora Guto!
GUTO – Bruno que tal a gente tipo assim tentar resolver isso na paz?
BRUNO – Aí meu irmão tua hora chegou, tá ligado! (Aponta a arma e dispara. Mel joga-se na frente de Guto ela é baleada e desmaia).
TODOS – Mel!
GUTO – O que você fez maluco?
BRUNO – Eu não queria fazer isso, o tiro era pra você. (Marina sai de cena, entra Pati, Sara, e Dedé, que já vem vestido normalmente).
SARA – Que barulho foi esse? (Vêem Mel caída e ensangüentada).
DEDÉ – Mel!
PATI – (Corre ao seu encontro) Amiga! Fala comigo, amiga!
GUTO – Ângelo, você é um anjo ou o que? Faz alguma coisa!
ÂNGELO – (Observa Mel) Ela ainda não morreu.
SARA – Como assim?
ÂNGELO – A Marina levou a alma da Mel para as trevas. Só vocês podem tirá-la de lá.
DEDÉ – Você está falando que nós temos que ir pro inferno?
ÂNGELO – É isso aí! Eu posso levá-los em espírito ate lá. E quem sabe possamos resgatá-la. Você estão dispostos? A correr o risco de não mais voltar?
BRUNO – A culpa foi minha eu vou!
GUTO – Nós também vamos.
ÂNGELO – Então vamos logo, antes que seja tarde! (Dão-se as mãos e caem desacordados).
(BREU. TODOS SAEM DE CENA FICANDO MEL AINDA CAÍDA. MUDANÇA DE CENÁRIO. A CENA SE PASSA NO INFERNO. MEL ESTÁ DESACORDADA. ENTRAM OS DEMÔNIOS E A CIRCULAM. TRAZEM NO ROSTO UMA EXPRESSÃO DE RAIVA E DOR).
DEMÔNIOS/ CORO – O seu futuro é a morte! O seu futuro é a morte! (Entra Marina, Mel acorda).
MEL – Onde eu estou? Que lugar é esse?
MARINA – Seja bem vinda ao paraíso queridinha!
MEL – (Com medo) Eu estou no céu?
MARINA – Não benzinho, você está em lugar bem melhor, acredite!
MEL – Quem são eles? Onde está a galera? O que aconteceu comigo?
MARINA – Você é chata! Quer parar de fazer perguntas!
MEL – Eu vou embora daqui! (Tenta fugir, mais é impedida pelos demônios que a prendem em um circulo).
MEL – Marina, se essas coisas não me deixarem sair daqui. Eu, eu, eu, vou GRITAR!!!
MARINA – Grita querida, fique a vontade, a casa é sua!
(ENTRA TODOS, INCLUSIVE ÂNGELO).
MARINA – Uau! Vocês também vieram pra nossa festinha, vai ser melhor do que eu esperava!
ÂNGELO – Para com isso Marina! Nós viemos buscar a Mel e você nem ouse em nos impedir.
MARINA – Para de ceninha, vai Ângelo! Eles fracassaram na vida, chegaram ao fundo do poço e agora somente ele tem o poder.
Para mudarem essa situação. e mais ninguém!!!
GUTO - (Para Mel) Mel meu amor, tudo bem com você?
MEL - Não Guto, esses monstros me pegaram, bateram na minha cara, me chutaram, me chamaram de cachorra, gritaram comigo, e o pior quebraram a minha unha!
BRUNO – Desculpa Mel.
MEL – Muito feio o que você fez Bruno! Mais eu te perdôo.
PATI - Gente eu tô com medo! (Os demônios circulam em volta deles e os investigam).
SARA – Sem falar que esse lugar é quente, eu não vou ficar aqui por muito tempo!
(OS DEMONIOS OS RODEIAM)
GUTO – Aí pessoal, nós vamos ter que nos separar, quando eu der o sinal cada um corre pra um lado diferente. 1, 2, 3, já...
(CADA UM CORRE PRA UM LADO DIFERENTE, SEGUIDO POR UM DEMÔNIO, SE DEBATEM, PORÉM TODOS ACABAM SENDO ALGEMADOS).
MARINA – (Rir, os demônios zombam dos que estão amarrados) Bando de covardes, patetas, hipócritas! Estão sempre mascarados, fingindo ser o que realmente não são. (Rir) Chegou o fim do mundo... É o começo do fim... Todo mundo desesperado, querendo fazer em 24 horas, o que não fizeram em toda uma vida. (Pausa) Quer saber? Eu não vou esperar tsunami coisa nenhuma, eu vou acabar com vocês e é agora! Matem-os!
(OS DEMÔNIOS SE APROXIMAM, ELES GRITAM).
ÂNGELO – (Entra acompanhado por anjos) Parem! Vamos decidir isso de forma justa. Eu proponho um duelo. Quem vencer fica com eles.
MARINA – Duelo aceito! (Cumprimentam-se).
ÂNGELO – Que vença o melhor!
MARINA – Ou a pior!
(DEMÔNIOS E ANJOS SE ENFRENTAM. OS ANJOS CONSEGUEM LIBERTAR OS HUMANOS, PORÉM SOFREM DESVANTAGEM).
MARINA – É, parece que eu venci.
ÂNGELO – (Enfraquecido) Desculpa pessoal eu tentei. (Cai)
MEL – Não Marina, você não irá conseguir. Existem forças dentro de cada um de nós capazes de vencer todo o mal.
MARINA – Ah é o que, por exemplo?
GUTO – O amor!
BRUNO – A esperança!
SARA – A fé!
PATI – A amizade!
DEDÉ – A união!
MEL – A vida!
TODOS - Eu quero viver!!!
(SURGE UMA FORTE LUZ BRANCA, OS DEMÔNIOS E MARINA SAEM AOS GRITOS).
ANGELO – É isso ai vocês venceram, saíram do fundo do poço! (Eles comemoram). É mais a missão de vocês ainda não acabou.
SARA – Mais como podemos saber qual a nossa missão?
ÂNGELO – Primeiramente vocês deverão se conhecer... O engraçado é que os humanos costumam falar com o mundo via internet e o estranho é que nunca conseguem falar consigo mesmo.
DEDÉ – Quer dizer que todos nós já temos um destino traçado?
ÂNGELO – Não. Cada tem o poder de mudar seu próprio destino é o livre arbítrio. É necessário escrever sua história sem medo de assinar em baixo. Pessoal, agora chegou à hora de voltar pra terra. Todos preparados? Vamos nessa!
(BLECAUTE, VOLTA A LUZ ELES ESTÃO NOVAMENTE NO GALERA BAR).
PATI – Ufa, essa viagem foi demais! De novo! De novo!
MEL – Meu Deus eu nem acredito, eu venci a morte, eu tenho que fazer algo importante. (SAI).
SARA - O que vai ser de nós? A hora está chegando.
BRUNO - Pessoal, eu tive uma idéia, vamos todos pedir perdão a Deus através de uma oração.
GUTO – Boa, vamos morrer perdoados.
DEDÉ – Então vamos todos dar-mos as mãos uns aos outros e pedir perdão a Deus por todas nossas safadezas.
BRUNO – Eu conduzo este momento, seres nefastos e infiéis...
SARA – Mais que mudança repentina é essa Bruno? De marginal á santo anjo do senhor!
BRUNO – Eu me arrependi a tempo, e agora sou um homem purificado. Então vamos lá, repitam comigo: Senhor!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Aí paizão, tipo assim, nos perdoa meu irmão!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Aleluia! Gloria a Deus! Amem Senhor!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Pronto galera aconteça o que acontecer já temos a nossa vaga no céu! Agora é melhor cuidar-mos na arca! (Saem todos exceto Sara).
SARA – (pensativa)Meu Deus a minha vida pode está chegando ao fim... Eu preciso falar com uma pessoa (Pega o celular e disca o número) Alô! Mãe! Oi, tudo bem? Olha mãe eu sei, que há anos que eu não ligava pra senhora e que na última vez que nos vimos só brigamos. O mundo vai se acabar e eu não poderia morrer sem pedir perdão. Perdão por todos os desgostos que causei, pelas vezes que fui uma filha ingrata, e não esqueça que eu te amo, te amo. Eu também queria estar ai e te abraçar obrigada, Adeus mãe! (Desliga o celular)
(MEL ENTRA DE CABELO AZUL)
SARA – Meu Deus! Mel o que você fez no seu cabelo garota?
MEL – Pintei de azul, não está vendo?
SARA – Mais por quê?
MEL – Me deixa Sara, eu estou me sentindo linda!
SARA – Linda?
MEL – Eu sempre quis pintar o meu cabelo de azul, mas tinha medo do que as pessoas iam pensar...
SARA – Você está irreconhecível, se eu ti visse na rua iria pensar que você trabalhava em um circo! (SAI)
MEL – (COM UM ESPELHO) É eu realmente estou irreconhecível (RIR) Mais quem eu sou afinal? O que eu sou? Vejo no espelho apenas o reflexo de uma menina mimada e sem opinião. Pouco a pouco acabei me tornando uma coisa qualquer, algo que não sou eu de verdade, alias eu nunca vivi de verdade. Nem o cabelo eu tinha da cor que eu queria. Sonhos? Eu acho que nunca os tive isso só fez com que eu me tornasse um ser humano de vidro, e vidro um dia quebra. Mas hoje resolvi mudar pode parecer tarde, mas enquanto há vida há esperança.
PATI – (ENTRANDO) Ai amiga você ficou linda de cabelo azul!
MEL – Obrigada, Pati!
PATI - Eu queria te contar uma coisa...
MEL – Pode falar Pati.
PATI – Lembra do Petel?
MEL – Petel? Claro, era meu gatinho de estimação. Ele era adorável, uma gracinha, até que um dia ele apareceu morto...
PATI – Fui eu que matei.
MEL – O quê?
PATI – Ai amiga, eu tinha asma eu não queria que aquele gato feio me matasse. Então comprei, veneno e coloquei no bife dele.
MEL – Assassina!
PATI – Deve ser por causa daquele horroroso que eu tenho tanto azar.
MEL – Você lembra do ricardinho?
PATI – Lembro! Ai ele foi meu primeiro e único namorado. Foi um longo namoro de uma noite, que acabou ao amanhecer, aí amiga, eu ainda me emociono quando lembro!
MEL – O que você não sabe é que ele terminou com você, pra ficar comigo. Nós namorávamos escondidos.
PATI – Mel como você foi cruel, que falsidade! Ai fiquei pálida. (Pausa) sabe aquela blusa pink que você adorava?
MEL – Claro era linda, e ela brilhava a noite!
PATI – Pois é eu roubei e doei para aquela mendiga da esquina da rua de baixo!
MEL – Pati, aquela blusa foi caríssima!
PATI – Eu sei, mais a mendiga gostou e eu doei pra ela.
MEL – Você lembra daquela calcinha de oncinha que você me deu de presente? Eu odiei!
PATI – Eu nunca gostei da comida da sua mãe!
MEL – Seu pai sempre foi um mala! (Pausa).
PATI – Ai amiga eu tenho muito orgulho de você!
MEL – Ai Pati eu estou tão aliviada!
PATI – Eu também. Você precisava saber de tudo. (Entra Bruno e os outros trazendo a arca).
BRUNO – Atenção, a missão chega ao fim, tipo assim a arca está concluída.
SARA – Ainda temos uma chance galera!
DEDÉ – É, quem diria, conseguimos!
PATI – Eu quero brincar de titanic, eu sempre sonhei com isso!
DEDÉ – Eu brinco com você!
PATI – Você vai ser meu Leonardo Dicaprio.
DEDÉ – E você minha gatona. (Se abraçam)
PATI – Dedé... Posso confessar uma coisa? Eu sempre achei você uma gracinha!
DEDÉ – É eu sempre achei você muito legal.
PATI – Como eu sou boba, a pessoa que eu esperei a vida inteira estava bem de baixo do meu nariz.
DEDÉ – Se não puder está com quem ama, ame quem está com você! (Beijam-se).
PATI – Ai! Eu encontrei o grande amor da minha vida!
DEDÉ – Eu to feliz!
PATI – amiguinhos, Eu vou primeiro fazer o titanic mais o meu novo amor, não é amor?
DEDÉ – É meu docinho de goiaba! Vamos lá, agora você olha pra frente e abre os braços.
PATI – (De braços abertos) Eu to no titanic.
MEL – Dão licença, pombinhos. (Entrando na arca) Mais gente, a arca não é muito pequena?
GUTO – Será que ela é resistente?
MARINA – (Rir) Noé foi bem mais eficiente que vocês. Essa arca não agüenta nem uma chuva forte, quanto mais uma tsunami.
BRUNO – Sua força negativa não vai nos desanimar sua coisa. Vamos lá gente é vida ou morte?
TODOS – VIDA!
MEL – Falta menos de uma hora para o grande fim.
GUTO – Nós vamos conseguir! Estão prontos galera?
PATI – (PEGA O KIT QUE ESTÁ DENTRO DA ARCA) Parem! Nem mais um passo! Pessoal não podemos esperar a tsunami assim, sem nenhuma proteção. Temos que nos prepararmos com o kit tsunami, vamos amiguinhos, todo mundo usando as coisinhas que eu comprei: Óculos de banho, capa de chuva, guarda chuva, bóia...
BRUNO – Aí maluco tipo assim pra que esses troços?
PATI – Pra todo mundo se proteger da onda gigante... Mais se morrermos eu já preparei tudo! Vela, flores...
MEL – Pati, mais onde você tirou tanta grana pra tudo isso?
PATI – Ué, da minha poupança. Já que eu vou morrer gastei todo meu dinheiro, porque no céu ninguém precisa de dinheiro.
(TODOS VESTEM O KIT TSUNAMI)
DEDÉ – (Encantado) Cara, a Pati pensa em tudo!
PATI – (Envergonhada) Ai Dedé, obrigada pelo elogio.
BRUNO – Então galera, é melhor subirmos na arca. Aí galera, tipo assim (OBSERVANDO A ARCA) não cabe mais ninguém!
MARINA – Isso não vai prestar!
GUTO – Quem sabe se imprensarmos um pouco...
SARA - Tá maluco? Se subir mais alguém aí isso arrebenta.
TODOS - E agora?
MARINA - E agora filhinho, é se conformar com a morte.
ANGELO - Muita calma nessa hora. Vamos pensar pelo lado positivo: três ainda podem sobreviver pra contar a história.
MEL - Apenas três? Mais quem? (Eles se entre-olham).
MARINA - Simples, o mundo é dos mais Espertos. Dedé, Pati, e mel subiram na arca primeiro, portanto eles ficam, quem está fora morre.
ANGELO – Bem... Eu sou obrigado a concordar!
MEL – Guto!
GUTO – Mel!
SARA – Adeus galera!
DEDÉ – Sara!
BRUNO – Sinistro meu!
PATI - Tchau amiguinhos!
(PAUSA)
MEL – Sabe de uma coisa? Essa arca cabe todo mundo! Ninguém mais vai morrer. Eu não vou deixar. Vem todo mundo pra arca!
BRUNO – Aí maluco, ela está certa! Nós somos amigos e vamos ficar juntos!
SARA – Eu também concordo.
MEL – Todo mundo pra arca, agora! (Todos sobem na Arca).
MARINA – Isso não vai prestar!
ÂNGELO – Pessoal não faz isso, ai meu pai! Seja o que o senhor quizer.
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MEL – Isso aqui está apertado fasta pra lá.
SARA – Fasta você! (Todos começam a se empurrar)
ÂNGELO – Eu não quero nem olhar. (A arca quebra).
GUTO – Ih quebro, ai!
TODOS – Ih, Íh, Íh!
(TODOS RIEM NERVOSOS, PORÉM EM SEGUIDA COMEÇAM A CHORAR).
SARA – Agora vamos todos morrer juntinhos.
PATI – Calma, calma é melhor nós acendermos as velas e esperar a desgraça acontecer! (Acendem a vela e deitam-se)
ÂNGELO – O que eles estão fazendo?
MARINA – Ué pose de defunto.
DEDÉ – Sara...
SARA – O que é Dedé?
DEDÉ – Eu entendo você!
SARA – Entende?
DEDÉ – Entendo cada um faz o que quer da vida.
SARA – Obrigada cara, desculpa por tudo. E você e a Pati se merecem, meu docinho de coco. (Abraçam-se).
PATI – Separa, separa que cachorrada é essa?
MEL – Sara... Me desculpa, apesar de tudo você é legal!
SARA – Me desculpa também, tá. Você é chata, mais eu gosto de você!
MEL – Pode me abraçar, eu não tenho preconceito! (Abraçam-se).
ÂNGELO – Atenção galera, agora é contagem regressiva, a onda está chegando!
GUTO – Agora eu posso morrer feliz. Eu te amo Mel.
MEL – Eu te amo Guto! (Para Pati) Tchau amiga.
PATI – Tchau amiga! Eu te amo Dedé!!!
DEDÉ – Eu te amo Pati!
TODOS – 5, 4, 3, 2, 1! (Gritam e correm de um lado para o outro desesperados, de repente a cena paraliza todos congelam. Entram anjos, por todos os lados.)
ANJOS/CORO – Quem espera que a vida seja feita de ilusão pode até ficar maluco, ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer. É preciso saber! É preciso saber viver! Toda pedra no caminho você pode retirar, numa flor que tem espinhos você pode se arranhar. se o bem e o mal existem você pode escolher....é preciso saber viver!(durante a musíca todos voltam ao normal ainda sem entender nada)
MEL – Afinal, o que está acontecendo? Nós não deveríamos estar mortos?
ANJO 1 - Como vão as suas vidas? Como vão os seus sentimentos? Será que podem responder?
ANJO 2 - O mundo está cheio de homens vazios. Perdidos de se mesmos.
ANJO 3 - buscando prazer em coisas fúteis e auto-destrutivas. Esquecendo o verdadeiro sentido da vida.
ANJO 4 - o fim ainda não é dessa vez, foi apenas uma falha humana. Hoje Deus vos dar uma nova chance, para seguirem em frente e principalmente recomeçar.
ANJO 5 - Não esqueçam, a vida humana é uma peça de teatro, então riam, cantem, dancem, e viva cada momento de suas vidas intensamente.
ANJO 6 - Antes que as cortinas se fechem e peça termine sem aplausos. (Pausa, todos se entreolham).
MARINA – (Para Ângelo) É. Eu acho que o jogo acabou.
ÂNGELO – Você me deve parabéns, afinal eu venci.
MARINA - A batalha mais não a guerra!
ÂNGELO – É afinal enquanto houver vida, o bem e o mal irão se confrontar nos corações humanos.
MARINA – Você nunca irá me vencer a não ser em pequenas batalhas.
ÂNGELO – Veremos o grande dia se a próxima.
MARINA – Eu tenho pena de você!
ÂNGELO – Eu é que tenho de você!
MARINA – Idiota!
ÂNGELO – Idem!
MARINA – Vai ter revanche, aguarde! (Sai).
ÂNGELO – (Rir) Você não perde por esperar, pode vir quente que eu estarei fervendo. Pessoal, eu já estou indo. (Vai saindo, volta). Só mais uma coisa, aproveitem a vida intensamente. Cada dia como se fosse o ultimo, pois um dia desses... Será mesmo! (Sai).
PATI – Amiguinhos, a vida continua!
DEDÉ – Nós estamos vivos! (Comemoram).
GUTO – Bem que eu desconfiei que fosse só mais um alarme falso, como tantos que já houve.
MEL – Vida nova daqui pra frente!
BRUNO – Novas metas, novos objetivos, novos sonhos!
SARA – Sem medo de ser feliz.
GUTO – Como dizia o poeta, viver é não ter vergonha de ser feliz, cantar, cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz! Eu sei que a vida deveria ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita.
TODOS – É bonita, é bonita, e é bonita!
E a vida Continua...
PEÇA – “O COMEÇO DO FIM”
AUTOR – DENILSON DAVID
O começo do fim narra à trajetória de seis jovens que descobrem estar no ultimo dia de suas vidas, a partir daí eles decidem fazer as maiores loucuras, aproveitando cada minuto de suas ultimas 24 horas. Tentando fazer nesse pouco espaço de tempo tudo aquilo que não conseguiram fazer em uma vida.
Ao saberem da notícia do fim do mundo os jovens amigos: Mel, Sara, Dedé, Pati, e Bruno decidem se reunir no local onde trabalha Guto, no galera bar, a fim de ficarem unidos e morrerem juntos. Para completar o quadro surge Marina, um anjo mau que vem para atrapalhar suas vidas, e Ângelo um anjo do bem que por sua vez, vem para protegê-los.
Como o grande fim será ocasionado por uma tsunami “onda gigante”, Mel tem a idéia de construírem uma arca, seguindo o exemplo da arca de Noé, para que assim eles possam escapar da catástrofe que se aproxima. Todos concordam dão-se inicio aos trabalhos, porém por precaução cada um decide ir em busca do que falta em suas vidas.
Pra começar, Sara termina o namoro com Dedé por estar em dúvida se é ou não lésbica, inconformado ele tentará a todo custo reconquista-la. Pati, a encalhada, através de simpatias e outras maluquices tentará encontrar o amor de sua vida. Bruno o mauricinho, bad boy decide se converter e agir como se fosse Santo. Guto e Mel tentarão criar coragem para se declararem um ao outro antes que seja tarde demais...
PERSONAGENS
MEL - 16 anos – Uma garota mimada, inconseqüente e romântica nutre um forte amor por Guto.
GUTO - 18 anos – Tímido e meio atrapalhado é o gerente do galera bar. Ama Mel, no entanto não conseguem se declarar.
DEDÉ - 19 anos - Um jovem apaixonado que tem a namorada como centro de sua vida e está disposto a tudo pra ficar com ela.
SARA - 18 anos- Indecisa e confusa sobre sua própria personalidade e sexualidade.
PATI - 17 anos – Uma jovem encalhada, capaz de loucuras para encontrar o grande amor de sua vida.
BRUNO - 19 anos – Mauricinho com pinta de bad boy possui uma paixão platônica por Mel.
ÂNGELO - Um anjo do bem que enviado a terra para proteger os jovens que estão no galera bar.
MARINA - Um anjo do mal que é enviada a terra para atrapalhar a vida dos jovens que estão no galera bar.
FIGURANTES - População, anjos e demônios.
PRÓLOGO
(Entram pessoas por toda á parte, elas caminham, e conversam tranquilamente, representando o dia-a-dia comum de uma cidade. De repente todos ouvem a voz de um radialista que entra no ar com uma notícia urgente).
RADIALISTA – Extra, extra, plantão jornal infinito informa: O mundo viverá uma catástrofe de proporções incalculáveis e imprevisíveis. O fenômeno assustador tem o nome de tsunami, que significa: onda gigante. O vulcão crubevieja que está inativo há trinta anos está prestes há entrar em erupção, o que provocará um deslizamento de montanha sobre o mar. Formando uma onda jamais vista, e que pode chegar a 40 metros de altura. O homem por sua vez se torna frágil e impotente diante da fúria da natureza! E aqui fica meu ultimo a Deus á você ouvinte, estou indo pra igreja mais próxima me confessar. É o começo do fim, salve-se quem puder!!!
(DOR, MEDO E DESESPERO TOMAM DE CONTA DE TODOS QUE COMEÇAM A CORRER, A GRITAR, CHORAR, COMO SE FOSSEM MALUCOS. AOS POUCOS VÃO SAINDO DE CENA.).
O COMEÇO DO FIM
Original de Denílson David
(ABREM-SE AS CORTINAS, GUTO, MEL, SARA, DEDÉ, PATI E BRUNO, ESTÃO AFLITOS NO GALERA BAR ).
BRUNO – Aí maluco essa parada de onda gigante, fim do mundo, isso só pode ser pesadelo!
MEL – Ai gente eu to perplexa, não quero morrer! (Chora)
PATI – Eu também não, ai meu Deus! (Abraçam-se)
SARA – É melhor mantermos a calma, não podemos perder o controle.
DEDÉ – Pois é meu algodão doce tem razão. Quem sabe não seja apenas alarme falso.
GUTO – Não Dedé, dessa vez é sério. Não se fala em outra coisa, você não viu o tumulto nas ruas?
PATI – Ai meus Deus! (Abraça Mel) Ai Mel, Ai amiguinha!Eu gostava tanto de você, você não merecia morrer assim, misericórdia senhor! Ai meu coração! (Desmaia)
GUTO – (Amparando-a) Pati, isso lá são horas pra essas coisas!
MEL – Céus, ela morreu, ai amiga espera, eu vou com você! (Desmaia Guto solta Pati e ampara Mel)
GUTO – Mel! (Para os outros) Vocês vão ficar aí parados, só olhando?
SARA – Isso é frescura.
BRUNO – Deixa comigo, maluco, eu já sei o que fazer!
DEDÉ – Vê lá em Bruno!
BRUNO – O lance é o seguinte: eu vou fazer respiração boca a boca.
TODOS – Respiração boca a boca?
BRUNO – É, dizem que é batata, levantou até a tal da bela adormecida. Ai meu tipo assim, com quem eu começo? Ah tanto faz, meninas aí vai o Brunão! (Vai beijá-las Mel e Pati gritam levantam-se de repente)
TODOS – Ó, Ó, Ó!
BRUNO – Funcionou rápido demais, eu nem fiz nada.
GUTO – Tudo bem meninas?
PATI – Impossível estarmos bem, a beira da morte.
GUTO – Pessoal, vamos dar o fora do galera bar. Se o senhor Arnaldo aparecer por aqui, nós estamos fritos!
SARA – Não dramatiza Guto! Você é o gerente deste bar não é? E esse teu patrão não vai aparecer por aqui, ele tem mais o que fazer no seu ultimo dia de vida. E este é o lugar perfeito pra se morrer, você não acha?
MEL – É, mais o tempo ta passando, e aí o que vamos fazer?
(APAGAM-SE AS LUZES, AS MENINAS GRITAM. OUVEM-SE TROVÕES).
DEDÉ – Ai meu Deus, será que já morremos? Será que estamos no... Inferno?
PATI – Eu quero minha mãe!
GUTO – Deve ter sido apenas curto circuito!
(ACENDEM-SE AS LUZES, OS ANJOS ÂNGELO E MARINA, ESTÃO EM CENA EM LADOS OPOSTOS. AO VÊ-LOS TODOS GRITAM E CORREM DE UM LADO PARA OUTRO).
ÂNGELO – Calma aí pessoal, vamos sentar conversar, a paz do senhor esteja com vocês!
(NINGUÉM DA ATENÇÃO TODOS CONTINUAM CORRENDO)
MARINA – (Grita) Chega! (Todos param) Parou a palhaçada!
PATI – Quem são vocês?
MARINA – Oi para todos! Eu sou Marina, mas vocês podem me chamar de Má.
ÂNGELO – Eu sou Ângelo. Mais vocês podem me chamar de... De... Ângelo mesmo.
GUTO – Quem vocês pensam que são pra ir invadindo o galera bar desse jeito, aqui é um bar de respeito sabia?
MARINA – Eu sou queridinho digamos que a morte, eu vim acabar com a vida de vocês.
TODOS – Ó, Ó, Ó!
ÂNGELO – E eu sou a vida, vim para protegê-los. E guia-los nesse momento tão difícil.
TODOS – Á, Á, Á!
MEL – Não acreditem neles Guto, eles devem fazer parte de alguma gangue ou quadrilha organizada. Chame a policia.
MARINA – Deixa de ser bobinha querida, não adianta fugir da verdade. (Rir) O desespero está estampado no rosto de vocês. Se tivessem aproveitado a vida isso não estaria acontecendo
ÂNGELO – O maior mistério do universo é a vida humana, a maioria das pessoas, não conhece a si mesmas.
BRUNO – Aí maluco que papo sinistro é esse? Tipo assim: não faz sentido o que tu tá falando.
MARINA – Ah, não? Então me diga, até onde você se conhece? (Para todos) Quem são vocês? (Para platéia) Quem é você? E você, quem é? (Silêncio total)
ÂNGELO – A verdade é que a maioria das pessoas não vive apenas existem. Não têm objetivos, ideais, sonhos... Viver não significa apenas está presente no mundo. É necessário qualificar a existência.
BRUNO – (Delirando) Aí maluco sinistro meu! Esse lero tem nexo, doido! Tipo assim: o que é a vida? Quem sou eu? De onde eu vim? O que eu vim fazer aqui? Pra onde eu vou? Quando eu vou? Eu to ficando irado meu!
ÂNGELO – Pessoal você tem que decidir o que fazer do resto de suas vidas. O tempo está passando, cada minuto vale ouro.
GUTO – (Subindo em uma cadeira) Tchan – Tchan – Tchan – Tchan! O que você faria se o mundo acabasse amanhã?Eu sempre quis dizer isso. Mais e aí o que vamos fazer?
DEDÉ – (Abraça Sara) Ai, eu quero ficar perto da minha Sarinha, morrer abraçadinho, juntinhos!
SARA – Menos não é Dedé! Menos! (Afasta-se) Ai e eu o que vou fazer da minha vida? Eu sou tão perdida de mim mesma...
GUTO – Eu só quero sair da minha condição humilhante de BV, boca virgem, e perder minha virgindade, e com o amor da minha vida.
PATI – Ai eu acho que não vai dar tempo eu morrer, porque eu tenho tanta coisa pra fazer... Tenho que ir à manicure no cabeleireiro tenho que arrumar, um namorado, que eu não vou morrer encalhada. Tenho...
TODOS – Cala a boca Pati!!!
BRUNO – Pra que pressa se o futuro é a morte? Tipo assim eu decidi mudar minha vida, numa boa, me purificar, buscar um novo caminho, uma nova luz.
SARA – Aí o cara surtô!
MARINA – galera, atenção: É o fim do mundo, vocês não têm mais nada a perder. Então curtam o resto de suas vidas, relaxem! (Pega algumas garrafas de bebidas e distribui entre eles). Todo mundo bebendo e esquecendo os problemas. (Todos bebem) festa pro povão. (Faz gesto, começa uma música animada).
PATI – Ai eu adoro essa música!
MEL – Eu também amiga!
MARINA – Ai gente, vocês estão tão travados! Vamos mudar isso, ao meu comando! (Todos obedecem como se estivessem impinotizados).
ÂNGELO – Para com isso Marina!
MARINA – Deixa de ser careta benzinho! Entra na dança fofo!
ÂNGELO – Você mim respeite Marina!
MARINA – Vamos lá galera! Vamos lá negada, soltem o corpo! Coloca a mão no joelho! E mexe tapinha no bumbum, e gira, e vai no ritmo. Atitude! E joga e mexe a cabeça e joga os braços pra frente e dá um gritinho: AU! Atitude! (Mel e Sara se esbarram).
MEL – Você está me paquerando?
SARA – Como é que é?
MEL – Olha aqui querida, eu sei muito bem dos teus problemas sexuais, e eu já saquei que você anda me paquerando.
SARA – Você está maluca?
GUTO – O que está acontecendo Mel?
MEL – Essa indecisa passou a mão na minha bunda, mim chamou de gostosa e disse que estava afim de mim!
SARA – Olha aqui querida...
MEL – (Cortando-a) Olha aqui você meu bem. Eu gosto é de homem.
SARA – Mel...
MEL – Eu não quero você!
SARA – Mel...
MEL – Você não faz o meu tipo!
SARA – Olha aqui minha filha! (Pegando pelo braço) Eu não paquerei você coisa nenhuma. Você é feia!
PATI – (Dançando) Ai meninas não brigue, curtam a festa!
MEL – Olha aqui, se você quer saber eu nunca fui com a sua cara, sempre achei você meio esquisitona.
SARA – O que você acha ou deixa de achar é problema seu minha filha. E eu sempre achei você muito falsa!
MEL – Falsa? É você querida, sua gorda, cheia de estria, celulite. Sua mal acabada.
SARA – Sua mentirosa! Você sempre morreu de inveja de mim, sempre quis me copiar. Sempre quis ser o centro das atenções, sua exibida, sua sinica! E tem mais, eu sempre quis dar uns tapas nessa sua cara, eu só não faço isso, pra não sujar as minhas mãos, pra não me rebaixar!
MEL – Ah é queridinha? Pois eu me rebaixo, eu sujo as minhas e com gosto. (As duas se atracam, os demais apartam).
GUTO – Calma Mel! Isso é perca de tempo sabia?
MEL – Tudo bem, eu estou calmíssima!
PATI – (Sobe em uma cadeira) Gente eu não quero morrer encalhada!!! (Chora) se é pra morrer encalhada eu prefiro me matar. Saíam da frente eu vou me jogar! Mel, minha vida acabou amiga!
MEL – Pati, por favor, desce daí!
PATI – Não! Só saio daqui para o cemitério.
ÂNGELO – Pati o que você está fazendo?
PATI – Estou me preparando para deixar essa vida cruel. Adeus! (Ela se joga).
MEL – (Grita) Pati você está bem?
PATI – (Levantando-se) Ai Amiga eu quero morrer!
ÂNGELO – Para com isso Pati! Não adianta entrar em desespero! Ainda não é o fim , calma! (PAUSA) Gente mais que mau cheiro é esse?
BRUNO – Eu tomei banho hoje!
MARINA – Mas esse cheiro, é cheiro de pum. Quem de vocês soltou um pum?
TODOS – ú,ú,ú!
MEL – Foi quem está com a mão amarela! (Todos olham as mãos).
GUTO – Eu acho que foi a Sara!
SARA – Eu tenho educação meu filho!
DEDÉ – (Exagerado) Pelo amor de Dada! Eu confesso! Fui eu, eu confesso, fui eu! É minha culpa, é minha tão grande culpa! (De joelhos). Eu soltei um pum!
BRUNO – Cara não precisa sofrer tanto, tipo assim, um pum é a coisa, mas normal do mundo, maluco!
DEDÉ – Eu sempre quis dizer isso em público!
PATI – Ai que lindo!
DEDÉ – Atire a primeira pedra aquele que nunca soltou um pum em publico. E se expremeu pra que ninguém o descobri-se ou quando soltou foi o primeiro a recriminar o ato para afastar suspeitas. Mas hoje, não há mais nada a perder por isso eu digo com orgulho que soltei um pum.
MARINA – Sonho realizado benzinho.
MEL – Pessoal, eu tive uma idéia!
SARA – Isso lá é hora pra se ter idéia minha filha?
MEL – A idéia é genial! Escutem: na bíblia, no livro de gênesis fala sobre um dilúvio, que Deus mandou sobre a terra. Fazendo chover quarenta dias e quarenta noites sem parar.
PATI – Ai, eu adoro chuva!
DEDÉ – E daí Mel?
MEL – Deus, porém manda que Noé construa uma arca, e junte sua família e um casal de aves e répteis de cada espécie para garantir uma nova geração pura.
GUTO – Qual a sua idéia?
MEL - Que façamos uma arca e assim possamos salvar nossas vidas!
TODOS – É, É, É!
DEDÉ – Será que vai dar tempo?
GUTO – Claro que sim, tem um material lá no porão que pode ser usado.
MEL – Então vamos lá galera! Mãos a obra!
(SAEM, FICANDO OS ANJOS DEDÉ E SARA).
MARINA – Isso não vai dar certo!
ÂNGELO – Veremos Marina!
SARA – (Está pensativa Dedé se aproxima).
DEDÉ – O que é que meu arroz de leite ta sentido heim? Fala pra painho fala.
SARA – Ai Dedé eu estou passando por uma crise extra – existencial. Nós precisamos bater um papo sério.
DEDÉ – Não. Neném não quer conversar, neném quer aproveitar o fim do mundo. Nem quer gugu dada.
MARINA – Ai que cara chato! Eu não agüento, eu vou me envolver!
ÂNGELO – Espera Marina! Marina!
MARINA – (Aproximando-se) Êpa, Êpa, vamos por ordem nesse relacionamento, (Para Dedé) olha benzinho, quer parar de agir como idiota e escutar a tua na namorada?
DEDÉ – Neném ta cutando. Fala meu peixe frito, fala.
SARA – Eu tenho um negocio muito serio pra te dizer.
DEDÉ – Ai meu coração! Pelo amor de Dada, pode falar eu sou forte você ta grávida é isso?
SARA – Claro...
MARINA – Que grávida o quê? Se ela tivesse grávida estaria com essa cara de cachorro com dor de barriga?
ÂNGELO – (Puxando Marina) Marina você só está piorando as coisas, deixa eles conversarem em paz!
SARA – Dedé... Olha, eu não sei nem como começar.
MARINA – Começa pelo fim querida, sempre dá certo. Respira e manda ver!
SARÁ – Olha... Foi ótimo tudo que passamos juntos, mas... Eu acho melhor a gente parar por aqui.
DEDÉ – Não, ai meu Deus! (Chora desesperadamente) Não, não, meu pãozinho de queijo, (Ajoelhado aos pés dela) Não faz isso comigo! Eu te amo! Te amo! Te amo...
MARINA – (Cortando-o) Filhinho, ela não te ama mais!
ÂNGELO – Para Marina! Não ver que o cara ta sofrendo.
MARINA – Bem feito! Quem manda ele ficar falando feito idiota! (imita-o) neném quer gugu dada?
DEDÉ – (Para Sara) isso só pode ser pesadelo. Diz meu presutinho, qual o motivo? É outro cara?
SARA – Não. Não é.
DEDÉ – Eu sei. Eu sinto que é, fala... Quem é o dito cujo (Grita) fala quem é! Que eu vou matar esse...
(ÂNGELO, DEDÉ E MARINA DISCUTEM)
SARA – (Grita) Eu sou Lésbica!
ANJOS – Ó, Ó, Ó!
DEDÉ – Ai meu coração! Pelo amor de dada!
ÂNGELO – Como assim lésbica? Você quer matar o rapaz?
SARA – Eu não sei direito ainda, eu estou confusa, eu preciso de um tempo para me decidir.
ÂNGELO – E como é que ele fica enquanto isso?
SARA – Ele se vira! Amanhã é o fim do mundo, e eu não quero morrer com essa duvida. (Chora) aí ta sendo tão difícil pra mim. (Para Marina) ai mim da um abraço!
MARINA – Êpa sai pra lá, fofa! Eu sei como é, começa pedindo abraço, depois ta pedindo beijo na boca.
SARA – Isso é preconceito sabia? Ai eu sofri meu primeiro preconceito. (Sai).
DEDÉ – Sara...
MARINA – Te conforma queridinho!
DEDÉ – Bebê, meu sorvete de morango, volta aqui!
ÂNGELO – Olha Dedé. Às vezes as coisas mudam e nunca mais são as mesmas... É a vida, ela sempre segue em frente, você deveria fazer o mesmo.
DEDÉ – Não! Eu não vou desistir da minha potoquinha. (Sai).
MARINA – É as máscaras começaram a cair!
ÂNGELO – Não cante vitória antes do tempo Marina!
(AFASTAM-SE)
GUTO – (Entrando) Ai, o meu amor pela Mel está me sufocando, eu preciso me declarar pra ela antes que seja tarde demais.
BRUNO – (Entrando) Aí maluco, eu tô preocupadão com a arca? Tipo assim, aquele material não é muito resistente tá ligado?
GUTO – É. O pior que arca é a nossa única esperança de sairmos vivos dessa.
BRUNO – Aí jóia rara, eu to rilex com essa parada, eu estou em processo de purificação me preparando para ser arrebatado.
GUTO – Bruno o que deu em você heim? Você pirou?
BRUNO – Os sinais há muito tempo que começaram... Guerra, revoluções, e esse tal de aquecimento global, a vinda do criador está próxima.
GUTO – Eu tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo suas loucuras meu caro Bruno!
BRUNO – Tipo assim o que, (Imita-o) meu caro Guto?
GUTO – (Cochichando) Eu preciso encontrar uma forma de me declarar pra garota que eu amo. Eu amo muito ela. Mais eu não consigo dizer isso pra ela. Quando eu penso em falar me dá uma dor de barriga, aí trava tudo!
BRUNO – Seu caso é sinistro meu!
GUTO – Espere aí, você pode me ajudar.
BRUNO – Eu? Mais como?
GUTO – Você pode ensaiar comigo, fingindo ser a garota!
BRUNO – (Anima-se) Tipo assim, teatro?
GUTO – É mais ou menos.
BRUNO – Irado meu, eu sempre quis ser ator cara, tipo assim eu mando benzão!
GUTO – (Incorpora) Oi...
BRUNO – (Incorpora) Ouço vozes, alguém? Em algum lugar... Quem me chama?
GUTO – Ai gata! Sou eu Guto! Eu queria falar com você.
BRUNO – Ué, mais você não já está falando, garoto.
MARINA – Isso não vai dar certo!
ÂNGELO – Vê se fica quieta Marina!
GUTO – Olha eu queria abrir meu coração para você!
BRUNO – Como assim, abrir seu coração? Ó, eu não posso ver sangue, eu sou tão sensível!
MARINA – Eu vou me envolver!
ÂNGELO – Você não vai pra lugar nenhum, vem comigo! (Saem, Pati vem entrando e escuta Dedé e Guto).
BRUNO – Ai Guto, eu estou ficando confusa com suas palavras.
GUTO – Eu fico louco quando te vejo, meu coração dispara, minhas pernas ficam bambas... (Voltando a si) Aí ta vendo é só começar a falar que já está me dando uma dor de barriga!
BRUNO – (Voltando a si) Continua aí Guto, (Voltando à personagem) eu to ficando tipo assim doidinha por você!
GUTO – Então lá vai. Eu queria... Eu queria tanto te abraçar, te beijar!
BRUNO – Essa sua boquinha linda (Pati Cada vez entende menos, abraçam-se).
PATI – (Entrando) Ai que lindo! Beija, beija, beija! (Eles se afastam).
PATI – Ai amiguinho, tranqüilo! Eu sou mente aberta, eu não tenho preconceito. Eu adoro uma linda história de amor!
GUTO – Que história de amor o que maluca isso aqui era apenas... TEATRO! (Sai)
PATI – Ai ele magoou, espera Guto! (Sai).
MARINA – (Entrando) Oi Bruninho! Olha, eu queria mesmo falar com você.
BRUNO – Tranqüilo aí, manda ver jóia rara!
MARINA – (Rir) Eu estou surpresa em ver o quanto você é tolo!
BRUNO – Como é que é?
MARINA – Você não ama a Mel.
BRUNO – Eu sou ligadão na dela.
MARINA – Como pode ser? Se você estava dando força para o pateta do Guto se declarar pra ela.
BRUNO – Então a garota era a Mel! Safado.
MARINA – É, e você vai ficar aqui com os braços cruzados? Lute por ela cara! Use todas as suas armas. Afinal você não tem mais nada a perder. Chore, implore, grite e se preciso for... Mate!
MEL – (Entrando) Oi Bruno, você viu a Pati?
BRUNO – Não, mais tipo assim, eu tava irado, doidão pra te ver.
MEL – Bruno se é sobre aquele assunto chato novamente...
BRUNO – Ai gata, não faz assim! Que maltrata o coração do gatão aqui.
MEL – Bruninho, eu só gosto de você como amigo.
MARINA – (Puxando Bruno) Qual é Bruno se liga! Atitude meu! Esse papinho de amigo não ta com nada.
BRUNO – Aí Mel, tipo assim gata, deixa eu te provar que posso lhe fazer feliz.
MEL – Não Bruno! Meu coração já tem dono.
BRUNO – Gata não faz assim que eu gamo! (Se ajoelha)
MEL – Para Bruno, para! Olha a gente não escolhe quem ama o coração dar as ordens à gente só obedece.
MARINA – Reage mané!
BRUNO – E tipo assim, quem é o dono do seu coraçãozinho?
MEL – Isso eu não posso contar!
BRUNO – É o mane do Guto não é?
MEL – O Guto? De onde você tirou isso?
BRUNO – Ou você fica comigo, ou eu mato aquele pateta! (Sai).
MEL – Bruno!!! Ai meu Deus e agora? Marina faz alguma coisa.
MARINA – (Rir) Eu? Ora, te vira querida! (Sai)
MEL – Ai meu Deus!
PATI – (Entrando, traz consigo uma tigela com sal e um livro de simpatia) Agora eu tenho que me concentrar, tenho que ficar zeem, para minha simpatia dar certo! Aum! Aum! Aum!
MEL – (VAI SAINDO, VÊ PATI E RECUA) Pati, Pati, ó Pati!
PATI – Depois amiga agora eu to ocupada!
MEL – O que você está fazendo Pati?
PATI – Não posso falar! Ninguém pode saber que eu vou fazer uma simpatia para desencalhar! Ai eu falei... Mas você é amiga, e eu acho que amiga pode.
MEL – Ai que legal você vai fazer macumba, eu sempre quis fazer isso. Posso te ajudar?
PATI – Pode. Primeiro concentra. Aum!
MEL – (Concentrando-se) Aum, aum, aum!
PATI – Agora relaxa, solta os braços, mexe a cabeça e pra extravazar grita AU!
MEL – (Segue todas as instruções) Au!
PATI – Criou o clima, agora pega o sal aí na tigela amiga, e faz um circulo em volta de mim e repete – Nega Maluca! Nega maluca!
MEL – Ta legal, (Segue todas as instruções). Vem cá Pati, quem é essa tal Nega Maluca?
PATI – Ai amiga sei lá, deve ser alguma santa! Agora é comigo! (Lendo o livro) em nome de Santo Antonio, peço que Vênus, a deusa do amor me arranje um namorado do jeitinho que eu quero: (Sonhando) lindo, alto, cheio da grana, carro importado, loiro, olhos azuis, e que me ame pra valer!
MEL – (Rir) Pati você não acha melhor pedir um homem normal?
PATI – E o que foi que eu pedi amiga, um et?
MEL – Não, você pediu um príncipe encantado, só faltou um cavalo branco. Quem muito quer nada tem, viu Pati, por isso que você está encalhada.
PATI – Ai amiga você falando assim, parece o padre Dodô.
MEL – (Já pulando) Nega maluca doze, nega maluca 13...
SARA – (Entra) Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...
PATI – Ai, eu perdi as contas.
MEL – onde essa maluca, achou tanta pedra?
SARA – Ser ou não ser, eis a questão!
MEL – (Aproxima-se de Sara) Tudo bem com você Sara?
SARA – Tudo péssimo minha filha, eu estou num dilema terrível... Tão confusa... Olha é que eu sempre namorei com homens, sabe, mais sempre senti atração por mulheres.
MEL E PATI – Ó, Ó, Ó!
SARA – Pois é a mulher é carinhosa, sensível, meiga, compreensível, tem o corpo lindo... Já o homem é só um monte de músculo, cabeça vazia e sexo. Ai mel... (Querendo abraçá-la).
MEL – Êpa, não olha pra mim não querida, eu sou espada.
PATI – Amiguinha mais espada não é coisa de homem?
MEL – Eu sou espada por que... Por que... Porque se ela vier pra cima de mim eu corto ela em pedacinhos!
SARA – Ai! Eu só sei que nada sei, ou melhor, a única coisa que eu sei é que não posso morrer com essa duvida. Ó duvida cruel!
PATI – Olha amiga. Vamos fazer um teste, você tem torneirinha?
SARA – Torneirinha? Torneirinha... Claro que não Pati!
PATI – Então você é mulher, bobinha!
MEL – Vamos fazer um teste? Sara, responda a pergunta! Você faz xixi em pé ou sentada?
PATI – Ou deitada?
SARA - Deitada?
MEL – Não liga pra Pati não Sara, vai responde.
SARA – Eu costumo fazer sentada, mas... Eu já fiz em pé pra ver como era a sensação.
PATI – Sara, você quer saber minha opinião?
SARA – Não!
PATI – Mais eu vou dizer assim mesmo! Olha o Dedé é um cara legal, fica com ele, e esquece essas coisas.
SARA – Eu não posso lutar contra mim mesma. E se eu for lésbica? Sem falar que se eu for mesmo lésbica, se eu morrer namorando um homem eu vou morrer sendo viada!
MEL – Isso é verdade. Eu não tinha pensado nisso.
SARA – Meninas me ajudem! Olha, se eu fosse homem vocês namorariam comigo?
MEL – Eu não.
PATI – Mel como você é falsa! Olha amiga, eu namoraria sim com você!
SARA – Jura Pati? Ai ate que você não é tão chata quanto parece.
MARINA – (Entrando) Ai que lindo! O mundo prestes a ser coberto por água e vocês aí nessa tranqüilidade.
MEL – Eu vou trabalhar na arca. (Sai).
PATI – Eu vou procurar um namorado. (Sai).
SARA – Eu vou fazer a barba!
MARINA – O quê?
SARA – Quem sabe me barbeando eu descubra a minha verdadeira identidade. (Vai saindo, esbarra com Dedé).
DEDÉ –– (traz consigo um pedaço de madeira) Sarinha!
SARA – É, sou eu!
DEDÉ – Você já está melhor minha costelinha de porco?
SARA – Eu não estava doente.
DEDÉ – Bebê, quem sabe se você procurar um psicólogo, tomar uns remédios...
SARA – Dedé, eu já falei, eu preciso pensar.
MARINA – Carinha você é grudento, deixa a menina pensar um pouco, dar espaço!
DEDÉ Painho vai deixar bebê pensar a vontade...
MARINA – Assim é bem melhor!
DEDÉ – Pensa com carinho tá, minha coxinha de frango. (Mete a paulada nela).
SARA – (Desmaia)
ÂNGELO – (Entrando) O que você fez?
DEDÉ – Meti o pauzinho na cabeça do neném.
MARINA – Eu não tive nada com isso!
ÂNGELO – (Para Dedé) Você ficou maluco?
DEDÉ – Ela vai ficar bem, ela só estava um pouco ruim da cabeça.
ÂNGELO – (Faz gesto) Sara!
DEDÉ – Não mexe...
SARA – (Acorda) onde é que eu estou? Quem são vocês?
ÂNGELO – Eu sou Ângelo, um anjo da guarda!
SARA – (Para Ângelo) Mamãe!!! Que bom ver a senhora, eu estava com saudades. (Abraçando-o)
ÂNGELO – Eu não sou sua mãe!
DEDÉ – Eu disse que ela não estava bem.
MARINA – Você até que fica bem de mamãe Ângelo!
ÂNGELO – Sara, olha levanta! Mim Ângelo, anjo da guarda! Tu Sara (Indicando Dedé) Ele Dedé...
DEDÉ – (Cortando-o) Seu namorado.
SARA – (Imitando Ângelo) Eu sou um anjo da guarda, você Sara (Para Marina) namorada dele (Para Ângelo).
MARINA – Sara é você meu bem, meu nome é Marina.
SARA – (Para Marina) Sara é você meu bem, meu nome é Marina.
MARINA – Olha só benzinho, se eu te der umas tapas você volta rapidinho ao normal.
SARA – (Para Ângelo) Mamãe ela quer bater em Marina!
ÂNGELO – Calma sarinha vem comigo, você precisa tomar um ar!
MARINA – É cada louco que me aparece! (Sai)
DEDÉ – Meu pastel de carne, Sarinha, espera por mim. (Sai)
MEL – (Entrando) Mas onde está o Guto?
GUTO – (Entrando) Ai Jesus Cristinho, me ajuda aí vai! É agora ou nunca!
MEL – Guto que bom ver você! Eu pensei que... (Abraça-o)
GUTO – Que...
MEL – Nada. É que de repente mim deu uma vontade de abraçar as pessoas que são importantes pra mim e dizer o quanto elas significam.
GUTO – Ah é? E o que eu significo pra você?
MEL – Muito, muito, mais do que você pensa!
GUTO – Mel... Eu tenho um segredo pra te contar!
MEL – Segredo? Eu adoro segredo! Fala!
GUTO – Eu... Eu... Ai tá me dando uma dor de barriga!
MEL – Guto, eu não sou nem um monstro de sete cabeças, fala de uma vez eu não mordo!
GUTO – Mais eu tenho vergonha... Fecha os olhos, então!
MEL – Mais pra quê?
GUTO – Por favor!
MEL – Tudo bem! (Fecha os olhos, Guto depois de muito relutar a beija).
GUTO – (Envergonhado) Olha desculpa, eu sei que eu sou um idiota, que eu não deveria... (Mel o beija em seguida entre olham-se e riem).
ÂNGELO – (Entrando) Bravos! Bravos até que fim, já não era sem tempo.
GUTO – Ai Ângelo mim morde pra ver se eu to sonhando!
ÂNGELO – Tudo bem! (Morde-o)
GUTO – Au!!! Não era pra levar á sério!
ÂNGELO – Você que pediu!
MEL – Ai Guto, eu sonhei tanto com isso! Vamos morrer juntinhos!
GUTO – É, perdemos muito tempo sabia?
MEL – Ah é?
GUTO – É mais chegou à hora de recuperar o tempo perdido! Vamos consumar nosso amor! (Pega–a nos braços e saí).
ÂNGELO – Aí o amor!
PATI – (Entrando) Mau não me quer, bem também não me quer... meu Deus que desperdício, uma gatinha assim como eu ficar aqui largada, desamparada... Ó céus, ó vida, ó azar! Ninguém me quer. Qual será o meu problema? Porque ninguém me quer?
ÂNGELO – (Aproxima-se) Você é o problema Pati!
PATI – Como assim Anjinho?
PATI – Eu só quero um cara legal, que saiba me valorizar, a maioria dos homens só quer brincar. E eu, sou maluquinha assim, mas eu tenho coração.
ÂNGELO – Mas você só irá encontrar essa pessoa se parar de procurá-la com a cabeça e passa-la a procurar com o coração.
MARINA – (Entrando) Ai que lindo! O anjinho ajudando a encalhada. Por que ao invés de conversa fiada, você não conta a verdade pra ela.
AMBOS – Verdade?
MARINA – É. Conta que ela sofre a toa, e que ela já mora no coração de alguém.
ÂNGELO – Do que você está falando?
MARINA – Você sabe tanto quanto eu Ângelo. Pati, o Guto lhe ama!
AMBOS – O Guto?
MARINA – É só que ele é tímido! Tadinho, não consegue se declarar!
PATI – Jura! Ai, eu não vou perder mais tempo. Eu vou falar com ele!(sai)
ÂNGELO – Volta aqui Pati!(para marina) Tá maluca? O Guto gosta da Mel.
MARINA – (Rir) Que nada bobinho quem gosta de Mel é abelha.
ÂNGELO – Por que você fez isso?
MARINA – Ah, sei lá deve ser porque eu sou má!
SARA – (Entrando sendo seguida por Dedé) Mamãe, que bom que eu te encontrei, manda ele parar de andar atrás de mim e de me chamar de cachorro quente!
ÂNGELO – Colabora, não é Dedé! Calma Sarinha, tudo vai se resolver!
SARA – (Abraçando-o) Mamãe fica comigo!
DEDÉ – Sarinha faz um esforço vai, tenta lembrar do Dedé tenta!
SARA – Dedé, você é Dedé, eu lembro!
DEDÉ – Lembra? Ai que bom meu moraguinho!
SARA – Você é o coelhinho da páscoa!
DEDÉ – Pelo amor de Dada! Cale a boca! Sai deste corpo, ele não te pertence. Eu quero a Sarinha de volta! Ângelo faz alguma coisa ela está possuída pelo o coisa ruim!
BRUNO – (Entrando) Êpa, êpa, que papo sinistro é esse?
DEDÉ – A Sara está endiabrada!
MARINA – Endiabrada nada, mete uns socos na cara dela que ela volta ao normal!
BRUNO – Só pode ser os sinais do fim dos tempos! Dedé pode deixar comigo, eu vou mandar esse coisa ruim para o quinto dos infernos!
MARINA – Desde quando você é exorcista?
SARA – Mamãe, eu to com medo! Quem é ele?
BRUNO – Eu te repreendo coisa ruim! Eu que agora sou um cara tipo assim: iluminado, vou mandar esse espírito de volta para as profundezas! Vai de ré Satanás, sai deste corpo que ele não te pertence! (Faz movimentos estranhos em volta de Sara, e também bate nela, Ângelo tenta protege-la).
SARA – Mamãe! (Desmaia, Ângelo e Bruno discutem, Dedé pega Sara nos Braços e sai despercebido com ela).
ÂNGELO – (Voltando a si) Ué, mais cadê a Sara?
BRUNO – Só pode ter sido arrebatada pelo demônio!
MARINA – O Dedé saiu com ela nos braços, e do jeito que ele está neurótico é bem capaz dele cometer uma loucura!
ÂNGELO – (para Bruno) Se acontecer alguma coisa com ela, a culpa será toda sua. (Sai)
BRUNO – Como assim, toda minha? (Sai, entra Mel e Guto).
MEL – (Ambos despenteados) Ai Guto, você foi tão carinhoso, tão romântico, eu adorei!
GUTO – É, comecei bem!
MEL – Seu bobo! (Riem)
MARINA – (Aproximando-se) Mel, que bom te encontrar! O Bruno está lá no porão desesperado, ele precisa de você!
MEL – Obrigada Marina! Mais o que será que houve, Eu já volto amor! (Beija-o)
GUTO – Ai, eu não sou mais BV, não sou mais virgem, e o melhor estou com a mulher da minha vida... Ai, agora posso morrer feliz!
MARINA – Eu odeio a felicidade alheia! (Faz gesto, entra Pati).
PATI – Guto! Oi amiguinho!
GUTO – Oi Pati! Ai, eu estou tão feliz! Pela primeira vez na minha vida eu estou amando!
PATI – Ai que lindo, jura’!
GUTO – Quando eu estou perto dela meu coração disparam, minhas pernas tremem...
PATI – Aí Guto, eu nunca ouvi isso de ninguém!
GUTO – Um dia você ouvirá Pati!
PATI – É mais ninguém gosta de mim.
GUTO – Um dia você encontrará um cara bem bacana, você vai ver.
PATI – É, mas hoje é o meu último dia de vida... Ah Guto pode falar a verdade, eu já sei de tudo.
(MEL VEM ENTRANDO E ESCUTA)
GUTO – Então a Mel já lhe contou?
PATI – Todo mundo sabe, que você me ama, porém nunca teve coragem pra se declarar...
GUTO – Como é que é? (Pati Beija Guto loucamente).
MARINA – Que coisa feia Guto, ai to passada!
MEL – (Aproximando-se) Guto!
GUTO – (Surpreso) Mel!
PATI – (Para Mel) Ai amiga, eu finalmente vou casar!
MARINA – Gente desculpa, mas eu já me envolvi. Pati o mesmo papinho que esse safado disse a você, disse pra mel. Ele usou as duas.
MEL – Como você pode?
GUTO – Gente, isso não passa de um mal entendido...
MARINA – (Interrompendo-o) Você brinca com os sentimentos de duas amigas, e tem a cara de pau de dizer que foi um mal entendido?
MEL – Eu odeio você Guto! (Sai correndo)
GUTO – Mel! (Corre atrás dela)
PATI – Eu sabia, todos os homens são iguaizinhos! (Sai)
MARINA – (Rir) Gente, que dramalhão! Isso daria uma bela peça de teatro! (Entra Ângelo e Dedé) Então, a Sarinha morreu?
DEDÉ – Não, ela agora está descansando.
MARINA – Vem cá, me responde uma coisa vocês não estão preparando uma arca? Então? Por quê essa preocupação com a vida? já que todos acreditam que vão sobreviver!
DEDÉ – Quem garante que arca vai dar certo? É melhor prevenir. Se morrermos, morreremos felizes. Se sobrevivermos será o inicio de uma nova vida.
MARINA – Faz me rir! Ai, eu vou espalhar meu doce veneno por aí. (Sai).
DEDÉ – Ai que falta eu sinto da Sarinha...
ÂNGELO – (Entrando) Dedé, levanta a cabeça. Olha cara, você não pode limitar toda a sua vida a uma pessoa. Você tem que aprender a si amar, se valorizar, olha em volta existe outras garotas legais.
DEDÉ – Não! Eu só quero a Sarinha!
ÂNGELO – Dedé, francamente, pra reconquistar a Sara só mesmo se você vestisse saia.
DEDÉ – Não!... (Tendo idéia) Sim! É isso! É isso! Obrigado Ângelo! (Beijando seu rosto) Você é demais. (Sai).
ÂNGELO – Sou? É eu sou!
GUTO – (Entrando) A Mel não quis nem olhar na minha cara... Eu sabia, estava tudo bom demais pra ser verdade!
ÂNGELO – (Aproxima-se) Oi Guto!
GUTO – Oi Ângelo! Por que sempre dar tudo errado na minha vida? Eu trabalho aqui no galera bar, há anos, Meu salário mal dar pra me sustentar, meu patrão é um chato. Meus pais nem se lembram que eu existo. A mulher que eu amo... Agora me odeia. Eu não quero mais ficar aqui com eles. Eu vou embora.
ÂNGELO – Como assim?
GUTO – Eu sou um idiota Ângelo, ninguém vai sentir minha falta. Vai ser melhor pra todo mundo.
ÂNGELO – Guto, você não pode desistir assim, e a arca?
GUTO – Do que vale sobreviver, se eu vou ficar sem a Mel. Eu vou me despedir da galera, e depois eu vou dar o fora daqui. (Sai).
ÂNGELO – Tudo culpa da Marina, eu tenho que fazer alguma coisa. (mel entra em cena) Mel, porque tanta tristeza?
MEL – De repente eu estou me sentindo tão vazia. Quando pensamos que o príncipe dos nossos sonhos está a nossa frente, ai sem você perceber, sem mais nem menos, ele se transforma em um sapo.
ÂNGELO – As coisas nem sempre são o que parecem ser.
MEL – Como assim?
ÂNGELO – Você viu o que quis ver. A Marina armou essa armadilha e vocês caíram feitos patetas.
MEL – A Marina... Claro, tudo se encaixa perfeitamente. E agora?
ÂNGELO – Se você não agir rápido, pode ser tarde demais. Ele decidiu partir.
MEL – Não! Eu não vou perdê-lo, obrigada Ângelo! (Sai).
ÂNGELO – Yes! Mais um ponto para as forças do bem! (Sai)
SARA – (Levantando-se). Senhor, preciso saber se eu sou ou não lésbica, por favor, me mande algum sinal, alguma luz! (Dedé entra vestido de mulher, muito desajeitado).
DEDÉ – Au! (Cai)
SARA – O que foi isso? (Voltando-se para Dedé).
DEDÉ – (Levantando-se) Ai fui eu que caí.
SARA – Quem é você?
DEDÉ – Eu? Eu estava andando aqui perto, triste pensando no resto da minha vida, aí vi o bar, vi você e decidi bater um papinho, posso?
SARA – Claro, senta aí! Como é mesmo o seu nome?
DEDÉ – Meu nome? Meu nome... Meu nome... (A parte) E agora? Meu nome é... Adedonha!
SARA – Adedonha? Parece nome de brincadeira.
DEDÉ – (Rir) E, que minha mãe era muito divertida.
SARA – (Comprimentando-a) Eu sou Sara prazer!
DEDÉ – Encantada! (Beija a mão dela) Ai mulher, que mãos lindas você tem!
SARA – Obrigada! E aí como você está se preparando, para morrer?
DEDÉ – Ai estou muito nervosa! Meu coração está acelerado! Olha só, sente meu coração! (Com a mão dela em seu peito).
SARA – É você tem razão! (Sorrir)
DEDÉ – Que sorriso lindo você tem!
SARA – Você tem um jeitão, meio estranho!
DEDÉ – Você acha, são seus olhos. Ai eu fiquei tão tímida!
SARA – Você parece ser uma pessoa legal Adedonha.
DEDÉ – Ai obrigado Sara! Você que é uma gracinha, uma musse de maracujá!
SARA – Estranho, você falando assim, parece irmã do Dedé.
DEDÉ – Dedé? Eu nunca ouvi falar de tal pessoa.
SARA – Ele é meu ex-namorado.
DEDÉ – Ex? Mais porque vocês terminaram?
SARA – Por que... Porque... Eu decidi me assumir eu sou... Lésbica.
DEDÉ - Jura!!! (Rir) Eu também sou lésbica da cabeça aos pés!
SARA - Mais que coincidência!
DEDÉ – Coincidência nada, é destino. (Rir).
Sara ai eu estou tão nervosa... É... Olha nós duas... Você sabe, o mundo está pra se acabar, você não quer... Assim... Ficar comigo!
SARA – O quê?
DEDÉ – Ai eu estou sentindo algo tão forte por você. Foi amor à primeira vista. Fica comigo!
SARA – (Abraçando-a) Ai você vai ser minha primeira namorada! (Beijam-se, Bruno entra).
BRUNO – Ai, a Sara está namorando, Heim!
SARA – Bruno, essa é adedonha, Adedonha esse é o Bruno.
BRUNO – Você é tipo assim uma gracinha, tá ligada!
DEDÉ – Olha aqui meu filho você me respeite, eu sou uma moça de família.
BRUNO – O bom, é que vamos ter mais gente pra ajudar na construção da arca.
DEDÉ – Eu não vou ajudar em nada meu filho, eu sou uma Lady.
BRUNO – Aí dona Lady, todo mundo tem que ajudar. Eu que nunca trabalhei, nem pra papai estou pegando no pesado.
SARA – Ah, isso é verdade.
BRUNO – É mais agora eu percebi que esse lance de dinheiro é a maior furada. Que o maior de todos os tesouros vem tipo assim, do criador.
DEDÉ – Isso deve ser da boca pra fora, quero ver você provar.
BRUNO – É prova que você quer? Você terá rélis mortal infeliz. (Retira várias cédulas de dinheiro do bolso e rasga) eu não preciso mais disso! Estou liberto, e quer saber eu vou seguir o exemplo de São Francisco e me libertar de todos os bens materiais. (Tira a roupa).
DEDÉ – Pelo o amor de Dada, ele vai ficar pelado!
BRUNO – (Só de samba canção) Estou puro, já posso ser arrebatado pelo espírito Santo!
SARA – Não liga Adedonha, é que desde que ele soube que o mundo vai acabar cismou em virar Santo.
BRUNO – E vocês pobres pecadoras, por que não seguem meu exemplo?
DEDÉ – Eu estou bem obrigada.
BRUNO – (Pega na mão de Dedé) Vem Adedonha, venha para o caminho da luz.
SARA – Ela não vai pra lugar nenhum meu filho. (Puxa do outro lado, ambos disputam Dedé, que na confusão deixa cair a peruca).
SARA – Dedé!
DEDÉ – Sara!
BRUNO – Dedé!
DEDÉ – Bruno!
SARA – Você mim enganou, seu... (Da um soco na cara dele, sai).
DEDÉ – Sara eu posso explicar...
BRUNO – Aí, você vacilou heim! (Sai).
DEDÉ – Droga! (Sai).
GUTO – (Entrando) É eu vivi tantas coisas aqui... Mais agora é hora de partir. (Vai Saindo).
(A CENA A SEGUIR PASSA-SE COMO EM CÂMERA LENTA).
MEL – Guto!
GUTO – Mel!
MEL – Não se vá!
GUTO – Eu vou sim.
MEL – Eu errei me perdoa!
GUTO – Mel!
MEL – Eu te amo!
GUTO – Eu também te amo!
MEL – Então fica!
GUTO – Fico sim! (Correm um para o outro, abraçam-se e beijam-se. A cena volta ao normal).
MEL – Ai meu amor, por um momento...
GUTO – Não diz nada.
ÂNGELO – (Entrando) Yes! O amor venceu!
MARINA – (Entrando) Ora essa! Isso não vai ficar assim! (Faz gesto Bruno entra, ele está com veste franciscana).
BRUNO – (Entrando) E aí ovelhas perdidas, o Brunão chegou na área!
GUTO – Aí Bruno! Cara valeu a força eu e a Mel estamos juntos.
BRUNO – (Rir) É, pena que é por pouco tempo.
MEL – Para Bruno!
GUTO – Do que você está falando?
BRUNO – Cara, tipo assim eu vou matar você!
GUTO – (Surpreso) O quê? Mais por quê?
BRUNO – Você roubou a mulher que eu amo tá ligado!
MARINA – Ai, eu vou me envolver. Puxa logo esse gatilho maluco!
ÂNGELO – Como você pode se vestir de São Francisco e querer mal ao próximo?
BRUNO – Faz parte da minha missão. Ai anjinho, fica na tua, tá ligado, por que se não tu leva bala também, sacou.
ÂNGELO – Ora que pecado, ameaçar um anjo!
BRUNO – Chegou a tua hora Guto!
GUTO – Bruno que tal a gente tipo assim tentar resolver isso na paz?
BRUNO – Aí meu irmão tua hora chegou, tá ligado! (Aponta a arma e dispara. Mel joga-se na frente de Guto ela é baleada e desmaia).
TODOS – Mel!
GUTO – O que você fez maluco?
BRUNO – Eu não queria fazer isso, o tiro era pra você. (Marina sai de cena, entra Pati, Sara, e Dedé, que já vem vestido normalmente).
SARA – Que barulho foi esse? (Vêem Mel caída e ensangüentada).
DEDÉ – Mel!
PATI – (Corre ao seu encontro) Amiga! Fala comigo, amiga!
GUTO – Ângelo, você é um anjo ou o que? Faz alguma coisa!
ÂNGELO – (Observa Mel) Ela ainda não morreu.
SARA – Como assim?
ÂNGELO – A Marina levou a alma da Mel para as trevas. Só vocês podem tirá-la de lá.
DEDÉ – Você está falando que nós temos que ir pro inferno?
ÂNGELO – É isso aí! Eu posso levá-los em espírito ate lá. E quem sabe possamos resgatá-la. Você estão dispostos? A correr o risco de não mais voltar?
BRUNO – A culpa foi minha eu vou!
GUTO – Nós também vamos.
ÂNGELO – Então vamos logo, antes que seja tarde! (Dão-se as mãos e caem desacordados).
(BREU. TODOS SAEM DE CENA FICANDO MEL AINDA CAÍDA. MUDANÇA DE CENÁRIO. A CENA SE PASSA NO INFERNO. MEL ESTÁ DESACORDADA. ENTRAM OS DEMÔNIOS E A CIRCULAM. TRAZEM NO ROSTO UMA EXPRESSÃO DE RAIVA E DOR).
DEMÔNIOS/ CORO – O seu futuro é a morte! O seu futuro é a morte! (Entra Marina, Mel acorda).
MEL – Onde eu estou? Que lugar é esse?
MARINA – Seja bem vinda ao paraíso queridinha!
MEL – (Com medo) Eu estou no céu?
MARINA – Não benzinho, você está em lugar bem melhor, acredite!
MEL – Quem são eles? Onde está a galera? O que aconteceu comigo?
MARINA – Você é chata! Quer parar de fazer perguntas!
MEL – Eu vou embora daqui! (Tenta fugir, mais é impedida pelos demônios que a prendem em um circulo).
MEL – Marina, se essas coisas não me deixarem sair daqui. Eu, eu, eu, vou GRITAR!!!
MARINA – Grita querida, fique a vontade, a casa é sua!
(ENTRA TODOS, INCLUSIVE ÂNGELO).
MARINA – Uau! Vocês também vieram pra nossa festinha, vai ser melhor do que eu esperava!
ÂNGELO – Para com isso Marina! Nós viemos buscar a Mel e você nem ouse em nos impedir.
MARINA – Para de ceninha, vai Ângelo! Eles fracassaram na vida, chegaram ao fundo do poço e agora somente ele tem o poder.
Para mudarem essa situação. e mais ninguém!!!
GUTO - (Para Mel) Mel meu amor, tudo bem com você?
MEL - Não Guto, esses monstros me pegaram, bateram na minha cara, me chutaram, me chamaram de cachorra, gritaram comigo, e o pior quebraram a minha unha!
BRUNO – Desculpa Mel.
MEL – Muito feio o que você fez Bruno! Mais eu te perdôo.
PATI - Gente eu tô com medo! (Os demônios circulam em volta deles e os investigam).
SARA – Sem falar que esse lugar é quente, eu não vou ficar aqui por muito tempo!
(OS DEMONIOS OS RODEIAM)
GUTO – Aí pessoal, nós vamos ter que nos separar, quando eu der o sinal cada um corre pra um lado diferente. 1, 2, 3, já...
(CADA UM CORRE PRA UM LADO DIFERENTE, SEGUIDO POR UM DEMÔNIO, SE DEBATEM, PORÉM TODOS ACABAM SENDO ALGEMADOS).
MARINA – (Rir, os demônios zombam dos que estão amarrados) Bando de covardes, patetas, hipócritas! Estão sempre mascarados, fingindo ser o que realmente não são. (Rir) Chegou o fim do mundo... É o começo do fim... Todo mundo desesperado, querendo fazer em 24 horas, o que não fizeram em toda uma vida. (Pausa) Quer saber? Eu não vou esperar tsunami coisa nenhuma, eu vou acabar com vocês e é agora! Matem-os!
(OS DEMÔNIOS SE APROXIMAM, ELES GRITAM).
ÂNGELO – (Entra acompanhado por anjos) Parem! Vamos decidir isso de forma justa. Eu proponho um duelo. Quem vencer fica com eles.
MARINA – Duelo aceito! (Cumprimentam-se).
ÂNGELO – Que vença o melhor!
MARINA – Ou a pior!
(DEMÔNIOS E ANJOS SE ENFRENTAM. OS ANJOS CONSEGUEM LIBERTAR OS HUMANOS, PORÉM SOFREM DESVANTAGEM).
MARINA – É, parece que eu venci.
ÂNGELO – (Enfraquecido) Desculpa pessoal eu tentei. (Cai)
MEL – Não Marina, você não irá conseguir. Existem forças dentro de cada um de nós capazes de vencer todo o mal.
MARINA – Ah é o que, por exemplo?
GUTO – O amor!
BRUNO – A esperança!
SARA – A fé!
PATI – A amizade!
DEDÉ – A união!
MEL – A vida!
TODOS - Eu quero viver!!!
(SURGE UMA FORTE LUZ BRANCA, OS DEMÔNIOS E MARINA SAEM AOS GRITOS).
ANGELO – É isso ai vocês venceram, saíram do fundo do poço! (Eles comemoram). É mais a missão de vocês ainda não acabou.
SARA – Mais como podemos saber qual a nossa missão?
ÂNGELO – Primeiramente vocês deverão se conhecer... O engraçado é que os humanos costumam falar com o mundo via internet e o estranho é que nunca conseguem falar consigo mesmo.
DEDÉ – Quer dizer que todos nós já temos um destino traçado?
ÂNGELO – Não. Cada tem o poder de mudar seu próprio destino é o livre arbítrio. É necessário escrever sua história sem medo de assinar em baixo. Pessoal, agora chegou à hora de voltar pra terra. Todos preparados? Vamos nessa!
(BLECAUTE, VOLTA A LUZ ELES ESTÃO NOVAMENTE NO GALERA BAR).
PATI – Ufa, essa viagem foi demais! De novo! De novo!
MEL – Meu Deus eu nem acredito, eu venci a morte, eu tenho que fazer algo importante. (SAI).
SARA - O que vai ser de nós? A hora está chegando.
BRUNO - Pessoal, eu tive uma idéia, vamos todos pedir perdão a Deus através de uma oração.
GUTO – Boa, vamos morrer perdoados.
DEDÉ – Então vamos todos dar-mos as mãos uns aos outros e pedir perdão a Deus por todas nossas safadezas.
BRUNO – Eu conduzo este momento, seres nefastos e infiéis...
SARA – Mais que mudança repentina é essa Bruno? De marginal á santo anjo do senhor!
BRUNO – Eu me arrependi a tempo, e agora sou um homem purificado. Então vamos lá, repitam comigo: Senhor!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Aí paizão, tipo assim, nos perdoa meu irmão!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Aleluia! Gloria a Deus! Amem Senhor!
TODOS – (Repetem)
BRUNO – Pronto galera aconteça o que acontecer já temos a nossa vaga no céu! Agora é melhor cuidar-mos na arca! (Saem todos exceto Sara).
SARA – (pensativa)Meu Deus a minha vida pode está chegando ao fim... Eu preciso falar com uma pessoa (Pega o celular e disca o número) Alô! Mãe! Oi, tudo bem? Olha mãe eu sei, que há anos que eu não ligava pra senhora e que na última vez que nos vimos só brigamos. O mundo vai se acabar e eu não poderia morrer sem pedir perdão. Perdão por todos os desgostos que causei, pelas vezes que fui uma filha ingrata, e não esqueça que eu te amo, te amo. Eu também queria estar ai e te abraçar obrigada, Adeus mãe! (Desliga o celular)
(MEL ENTRA DE CABELO AZUL)
SARA – Meu Deus! Mel o que você fez no seu cabelo garota?
MEL – Pintei de azul, não está vendo?
SARA – Mais por quê?
MEL – Me deixa Sara, eu estou me sentindo linda!
SARA – Linda?
MEL – Eu sempre quis pintar o meu cabelo de azul, mas tinha medo do que as pessoas iam pensar...
SARA – Você está irreconhecível, se eu ti visse na rua iria pensar que você trabalhava em um circo! (SAI)
MEL – (COM UM ESPELHO) É eu realmente estou irreconhecível (RIR) Mais quem eu sou afinal? O que eu sou? Vejo no espelho apenas o reflexo de uma menina mimada e sem opinião. Pouco a pouco acabei me tornando uma coisa qualquer, algo que não sou eu de verdade, alias eu nunca vivi de verdade. Nem o cabelo eu tinha da cor que eu queria. Sonhos? Eu acho que nunca os tive isso só fez com que eu me tornasse um ser humano de vidro, e vidro um dia quebra. Mas hoje resolvi mudar pode parecer tarde, mas enquanto há vida há esperança.
PATI – (ENTRANDO) Ai amiga você ficou linda de cabelo azul!
MEL – Obrigada, Pati!
PATI - Eu queria te contar uma coisa...
MEL – Pode falar Pati.
PATI – Lembra do Petel?
MEL – Petel? Claro, era meu gatinho de estimação. Ele era adorável, uma gracinha, até que um dia ele apareceu morto...
PATI – Fui eu que matei.
MEL – O quê?
PATI – Ai amiga, eu tinha asma eu não queria que aquele gato feio me matasse. Então comprei, veneno e coloquei no bife dele.
MEL – Assassina!
PATI – Deve ser por causa daquele horroroso que eu tenho tanto azar.
MEL – Você lembra do ricardinho?
PATI – Lembro! Ai ele foi meu primeiro e único namorado. Foi um longo namoro de uma noite, que acabou ao amanhecer, aí amiga, eu ainda me emociono quando lembro!
MEL – O que você não sabe é que ele terminou com você, pra ficar comigo. Nós namorávamos escondidos.
PATI – Mel como você foi cruel, que falsidade! Ai fiquei pálida. (Pausa) sabe aquela blusa pink que você adorava?
MEL – Claro era linda, e ela brilhava a noite!
PATI – Pois é eu roubei e doei para aquela mendiga da esquina da rua de baixo!
MEL – Pati, aquela blusa foi caríssima!
PATI – Eu sei, mais a mendiga gostou e eu doei pra ela.
MEL – Você lembra daquela calcinha de oncinha que você me deu de presente? Eu odiei!
PATI – Eu nunca gostei da comida da sua mãe!
MEL – Seu pai sempre foi um mala! (Pausa).
PATI – Ai amiga eu tenho muito orgulho de você!
MEL – Ai Pati eu estou tão aliviada!
PATI – Eu também. Você precisava saber de tudo. (Entra Bruno e os outros trazendo a arca).
BRUNO – Atenção, a missão chega ao fim, tipo assim a arca está concluída.
SARA – Ainda temos uma chance galera!
DEDÉ – É, quem diria, conseguimos!
PATI – Eu quero brincar de titanic, eu sempre sonhei com isso!
DEDÉ – Eu brinco com você!
PATI – Você vai ser meu Leonardo Dicaprio.
DEDÉ – E você minha gatona. (Se abraçam)
PATI – Dedé... Posso confessar uma coisa? Eu sempre achei você uma gracinha!
DEDÉ – É eu sempre achei você muito legal.
PATI – Como eu sou boba, a pessoa que eu esperei a vida inteira estava bem de baixo do meu nariz.
DEDÉ – Se não puder está com quem ama, ame quem está com você! (Beijam-se).
PATI – Ai! Eu encontrei o grande amor da minha vida!
DEDÉ – Eu to feliz!
PATI – amiguinhos, Eu vou primeiro fazer o titanic mais o meu novo amor, não é amor?
DEDÉ – É meu docinho de goiaba! Vamos lá, agora você olha pra frente e abre os braços.
PATI – (De braços abertos) Eu to no titanic.
MEL – Dão licença, pombinhos. (Entrando na arca) Mais gente, a arca não é muito pequena?
GUTO – Será que ela é resistente?
MARINA – (Rir) Noé foi bem mais eficiente que vocês. Essa arca não agüenta nem uma chuva forte, quanto mais uma tsunami.
BRUNO – Sua força negativa não vai nos desanimar sua coisa. Vamos lá gente é vida ou morte?
TODOS – VIDA!
MEL – Falta menos de uma hora para o grande fim.
GUTO – Nós vamos conseguir! Estão prontos galera?
PATI – (PEGA O KIT QUE ESTÁ DENTRO DA ARCA) Parem! Nem mais um passo! Pessoal não podemos esperar a tsunami assim, sem nenhuma proteção. Temos que nos prepararmos com o kit tsunami, vamos amiguinhos, todo mundo usando as coisinhas que eu comprei: Óculos de banho, capa de chuva, guarda chuva, bóia...
BRUNO – Aí maluco tipo assim pra que esses troços?
PATI – Pra todo mundo se proteger da onda gigante... Mais se morrermos eu já preparei tudo! Vela, flores...
MEL – Pati, mais onde você tirou tanta grana pra tudo isso?
PATI – Ué, da minha poupança. Já que eu vou morrer gastei todo meu dinheiro, porque no céu ninguém precisa de dinheiro.
(TODOS VESTEM O KIT TSUNAMI)
DEDÉ – (Encantado) Cara, a Pati pensa em tudo!
PATI – (Envergonhada) Ai Dedé, obrigada pelo elogio.
BRUNO – Então galera, é melhor subirmos na arca. Aí galera, tipo assim (OBSERVANDO A ARCA) não cabe mais ninguém!
MARINA – Isso não vai prestar!
GUTO – Quem sabe se imprensarmos um pouco...
SARA - Tá maluco? Se subir mais alguém aí isso arrebenta.
TODOS - E agora?
MARINA - E agora filhinho, é se conformar com a morte.
ANGELO - Muita calma nessa hora. Vamos pensar pelo lado positivo: três ainda podem sobreviver pra contar a história.
MEL - Apenas três? Mais quem? (Eles se entre-olham).
MARINA - Simples, o mundo é dos mais Espertos. Dedé, Pati, e mel subiram na arca primeiro, portanto eles ficam, quem está fora morre.
ANGELO – Bem... Eu sou obrigado a concordar!
MEL – Guto!
GUTO – Mel!
SARA – Adeus galera!
DEDÉ – Sara!
BRUNO – Sinistro meu!
PATI - Tchau amiguinhos!
(PAUSA)
MEL – Sabe de uma coisa? Essa arca cabe todo mundo! Ninguém mais vai morrer. Eu não vou deixar. Vem todo mundo pra arca!
BRUNO – Aí maluco, ela está certa! Nós somos amigos e vamos ficar juntos!
SARA – Eu também concordo.
MEL – Todo mundo pra arca, agora! (Todos sobem na Arca).
MARINA – Isso não vai prestar!
ÂNGELO – Pessoal não faz isso, ai meu pai! Seja o que o senhor quizer.
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MEL – Isso aqui está apertado fasta pra lá.
SARA – Fasta você! (Todos começam a se empurrar)
ÂNGELO – Eu não quero nem olhar. (A arca quebra).
GUTO – Ih quebro, ai!
TODOS – Ih, Íh, Íh!
(TODOS RIEM NERVOSOS, PORÉM EM SEGUIDA COMEÇAM A CHORAR).
SARA – Agora vamos todos morrer juntinhos.
PATI – Calma, calma é melhor nós acendermos as velas e esperar a desgraça acontecer! (Acendem a vela e deitam-se)
ÂNGELO – O que eles estão fazendo?
MARINA – Ué pose de defunto.
DEDÉ – Sara...
SARA – O que é Dedé?
DEDÉ – Eu entendo você!
SARA – Entende?
DEDÉ – Entendo cada um faz o que quer da vida.
SARA – Obrigada cara, desculpa por tudo. E você e a Pati se merecem, meu docinho de coco. (Abraçam-se).
PATI – Separa, separa que cachorrada é essa?
MEL – Sara... Me desculpa, apesar de tudo você é legal!
SARA – Me desculpa também, tá. Você é chata, mais eu gosto de você!
MEL – Pode me abraçar, eu não tenho preconceito! (Abraçam-se).
ÂNGELO – Atenção galera, agora é contagem regressiva, a onda está chegando!
GUTO – Agora eu posso morrer feliz. Eu te amo Mel.
MEL – Eu te amo Guto! (Para Pati) Tchau amiga.
PATI – Tchau amiga! Eu te amo Dedé!!!
DEDÉ – Eu te amo Pati!
TODOS – 5, 4, 3, 2, 1! (Gritam e correm de um lado para o outro desesperados, de repente a cena paraliza todos congelam. Entram anjos, por todos os lados.)
ANJOS/CORO – Quem espera que a vida seja feita de ilusão pode até ficar maluco, ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer. É preciso saber! É preciso saber viver! Toda pedra no caminho você pode retirar, numa flor que tem espinhos você pode se arranhar. se o bem e o mal existem você pode escolher....é preciso saber viver!(durante a musíca todos voltam ao normal ainda sem entender nada)
MEL – Afinal, o que está acontecendo? Nós não deveríamos estar mortos?
ANJO 1 - Como vão as suas vidas? Como vão os seus sentimentos? Será que podem responder?
ANJO 2 - O mundo está cheio de homens vazios. Perdidos de se mesmos.
ANJO 3 - buscando prazer em coisas fúteis e auto-destrutivas. Esquecendo o verdadeiro sentido da vida.
ANJO 4 - o fim ainda não é dessa vez, foi apenas uma falha humana. Hoje Deus vos dar uma nova chance, para seguirem em frente e principalmente recomeçar.
ANJO 5 - Não esqueçam, a vida humana é uma peça de teatro, então riam, cantem, dancem, e viva cada momento de suas vidas intensamente.
ANJO 6 - Antes que as cortinas se fechem e peça termine sem aplausos. (Pausa, todos se entreolham).
MARINA – (Para Ângelo) É. Eu acho que o jogo acabou.
ÂNGELO – Você me deve parabéns, afinal eu venci.
MARINA - A batalha mais não a guerra!
ÂNGELO – É afinal enquanto houver vida, o bem e o mal irão se confrontar nos corações humanos.
MARINA – Você nunca irá me vencer a não ser em pequenas batalhas.
ÂNGELO – Veremos o grande dia se a próxima.
MARINA – Eu tenho pena de você!
ÂNGELO – Eu é que tenho de você!
MARINA – Idiota!
ÂNGELO – Idem!
MARINA – Vai ter revanche, aguarde! (Sai).
ÂNGELO – (Rir) Você não perde por esperar, pode vir quente que eu estarei fervendo. Pessoal, eu já estou indo. (Vai saindo, volta). Só mais uma coisa, aproveitem a vida intensamente. Cada dia como se fosse o ultimo, pois um dia desses... Será mesmo! (Sai).
PATI – Amiguinhos, a vida continua!
DEDÉ – Nós estamos vivos! (Comemoram).
GUTO – Bem que eu desconfiei que fosse só mais um alarme falso, como tantos que já houve.
MEL – Vida nova daqui pra frente!
BRUNO – Novas metas, novos objetivos, novos sonhos!
SARA – Sem medo de ser feliz.
GUTO – Como dizia o poeta, viver é não ter vergonha de ser feliz, cantar, cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz! Eu sei que a vida deveria ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita.
TODOS – É bonita, é bonita, e é bonita!
E a vida Continua...
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