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segunda-feira, 14 de junho de 2010

FAZENDO ACONTECER

PEÇA: FAZENDO ACONTECER
Texto e Direção
Denílson David

Ato único
Narrador - Boa tarde senhoras e senhores, vamos agora assistir a Peça: Fazendo acontecer.

A estória de Dora e Afonso, um casal que esta passando por uma série de dificuldade e que para enfrentá-las, terá que arregaçar as mangas e fazer acontecer... Tenham um bom espetáculo.

(A cena se passa na sala da casa de Dora)

DORA – Ai, cadê o Afonso que não chega?

AUGUSTO – Dora minha filha, onde está o vagabundo do teu marido?

DORA – Papai! não fala assim do Afonso, ele não é vagabundo ele é...

AUGUSTO _ (à parte) preguiçoso.

DORA – ele é ...

AUGUSTO – (à parte ) Safado.

DORA – Ele é...

AUGUSTO – Idiota, mau-caráter, imbecil!

DORA - Papai o senhor não pode falar assim do meu marido. Ele é um homem muito inteligente e esforçado.

AUGUSTO – Esforçado não sei em que ...

DORA – E fique o senhor sabendo que ele já batalhou muito na vida, e o senhor sabe ele é formado em veterinária.

AUGUSTO – Ele deve se comunicar muito bem com os animais, afinal ele é um animal, asno.

DORA – Papai! Eu fico arrazada com o senhor dizendo essas coisas (chora).

AFONSO – (ENTRANDO) Oi família, tudo bem!

AUGUSTO – olha só a cara do maldito!

AFONSO – Também adoro o senhor! (Para Dora) Você está chorando meu bem?

DORA – São as coisas do papai... Afonso fala para ele, fala, diz que vocês todos os dias saí procurando emprego, diz pra ele que você não e vagabundo, diz.

AFONSO – É isso sogrão...

AUGUSTO – Sogrão é o cacete!

AFONSO – Eu não sou vagabundo. E Agora mesmo eu estou vindo de uma entrevista de emprego...

DORA – Jura meu amor! E ai, conseguiu alguma coisa?

AFONSO – Nada. O mercado de trabalho está muito exigente, e o pior ninguém quer contratar um jovem sem experiência, mas me digam como vou adquirir essa tal experiência se ninguém me dar oportunidade.

DORA – Não desanima Afonso, mais cedo ou mais tarde aparece alguma coisa.

AUGUSTO – Se você ficar esperando que as coisas aconteçam vai passar toda a vida fazendo só isso: Esperando! Com o mundo competitivo em que vivemos hoje, não basta ser bom tem que ser o melhor, diploma não é garantia de emprego nem cai do céu.

DORA – Papai o Afonso sabe de tudo isso.

AUGUSTO – Sabe nada, se soubesse não estaria desempregado, não sei onde você estava com a cabeça quando decidiu casar com esse aí. (Sai)

AFONSO – Também te amo sogrão! Ai meu pai só pode ser castigo!

DORA – Não liga não Afonso...


DORA – Não liga não Afonso..



AFONSO – Como não Dora, todo dia é essa ladaAinha, parece disco arranhado.

DORA – É que ele se preocupa com a gente.

AFONSO – Não sei não, ele me odeia.

DORA – É, mais as coisas estão indo de mau a pior.

AFONSO – Como assim?

DORA – A dispensa tá quase vazia, estamos vivendo do aposento do papai e isso não é justo.

AFONSO – O que mais você quer que eu faça?

DORA – Olha a Ana falou que lá onde ela trabalha surgiu uma vaga, se você quiser eu posso tentar...

AFONSO – Nem pense nisso Dora, mulher minha não trabalha.

DORA – Afonso isso é machismo.

AFONSO – Que seja, lugar de mulher é no fogão. Eu vou dar um jeito confia em mim. (SAI)

DORA – Há quase um ano eu escuto a mesma coisa as vezes eu penso que o papai tem mesmo razão.

ANA – (ENTRANDO) Falando só amiga?

DORA – Ana!

ANA – E ai como vão as coisas?

DORA – De mau a pior amiga. Eu não sei mais o que fazer.

ANA – Você falou com o Afonso a respeito do emprego.

DORA – Se falei, ele não quis nem pensar no assunto. Aceita um pedaço de bolo.

ANA – Aceito sim. (Serve um pedaço de bolo que está em uma bandeja sobre a mesa)

DORA – Mais eu não sou mulher de ficar de braços cruzados eu vou a luta, eu ei de ter uma boa idéia.

ANA – Menina esse bolo tá uma delicia, quem fez.

DORA – Eu mesma, é receita da mamãe.

ANA – Está melhor do que os que a gente compra lá na padaria. ( PAUSA).

DORA – Sim... É isso? Tenho uma brilhante idéia.

ANA – (Engasga) Assim você me mata Dora!

DORA – Amiga eu estou tendo uma idéia que pode dar muito certo.

ANA – Então fala que idéia é essa?

DORA – Ai eu to ficando nervosa.

ANA – Fala Dora eu preciso saber.

DORA – Espera eu vou no banheiro antes que me borre toda. (SAI)

AUGUSTO – (ENTRANDO) E aí gostosa!

ANA – Para Sr. Augusto! o senhor é muito saidinho.

AUGUSTO – Vem me fazer um chamego doçura.

ANA - Eu sou muito areia pra seu caminhãozinho.

AUGUSTO – Que nada nega, se eu te der uns pegas...
ANA – Nem mais um passo velho tarado! E tem mais quem gosta de velho é museu.

AUGUSTO – Vem pro papai vem. (AGARRANDO-A, DORA ENTRA)

DORA – Papai!

ANA – Dora amiga esse seu pai é um tarado safado.

DORA – Papai que coisa feia a Ana tem idade pra ser sua filha.

AUGUSTO – Que nada querida, seu pai é um homem na flor da idade.

ANA–(INGNORANDO-O)Então amiga? Qual a sua idéia?

DORA – Ai eu fico nervosa... é que, eu sempre fui uma cozinheira de mão cheia, todo mundo adora minhas comidinhas.

ANA – Realmente, e esse bolo que eu provei, então...

DORA – Então, eu pensei... Eu vou fazer bolos, doces, salgados e outra porção de coisas que a mamãe me ensinou e vou vender!

ANA – Menina que idéia ótima! Se você quiser eu posso até levar alguns pra vender lá no trabalho.

DORA – Ai amiga você faria isso?

ANA – Claro, amiga é pra essa coisas.

DORA – Eu vou de porta em porta de rua em rua e eu vou vender pra dedeu.

ANA – Se Deus quiser amiga.

AUGUSTO – Essa minha filha é mesmo demais.

ANA – Mais e os ingredientes?

AUGUSTO – Quanto a isso não precisam se preocupar eu compro fiado lá na feira.

DORA – Então vamos agir papai, temos muito o que fazer.

DIA SEGUINTE

AUGUSTO – Tomara que a Dora consiga vender tudo...

AFONSO – Sr. Augusto, sogrão, onde a Dorinha se meteu?

AUGUSTO – Ela foi trabalhar, coisa que você não sabe o que é.

AFONSO – Trabalhar? Ela ficou maluca?

AUGUSTO – Claro para você, trabalho é sinônimo de maluquice.

AFONSO – Mulher não foi feita pra trabalho senhor Augusto.

DORA – (Entrando carregada de bandejas) Ah não, e posso saber por quê?

AFONSO – Quem faz perguntas aqui sou eu, posso saber porque você não me comunicou essa sua brilhante idéia?

DORA – Porque sabia que você iria ser contra!

AFONSO – Seria não, eu sou...

AUGUSTO – Não dê ouvidos a esse pateta minha filha.

DORA – Mais meu bem que mau há?

AUGUSTO – (MUDANDO DE ASSUNTO) Mais filha como foram as vendas?

DORA – (DESANIMADA) fraquinha papai, na verdade eu vendi muito pouco... Mais faz parte da luta, eu não vou desistir na primeira queda. Eu vou em frente.

AUGUSTO – Muito bem querida é assim que se fala! (SAI)

AFONSO – Eu vou ser bem claro com você Dora, ou você desiste dessa idéia maluca ou eu não sei o que vai acontecer... (SAI)

Narrador – Dora descobriu o mundo dos negócios, porém, ela já viu que não será nada fácil, administrar essa nova fase de sua vida, desafios estavam apenas começando. Os dias se passam e Dora continua na luta mais as coisas parecem que vão melhorar...

DORA – Era só o que me faltava! (SAI)

ANA – Dora amiga, tenho ótimas noticias, suas guloseimas estão agradando cada vez mais, um sucesso! vendeu que nem água.

DORA – Sério Ana?

ANA – E você acha que eu ia brincar com isso?

DORA – Ai que bom!

DORA – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, as vendas iam melhorar. Eu também vendi tudo hoje. Sem falar que além de pagar os ingredientes, agora todo dia sobra um pouco.

ANA – E quanto ao Afonso?

DORA – Aquele lá tá cada vez mais complicado, e ainda não conseguiu arrumar um emprego.

AUGUSTO – ( ENTENDO) Ninguém quer contratar um imprestável como aquele.

DORA – Não começa papai!

ANA – Um dia ele acostuma Dora você vai ver.

(PALMAS)

RICARDO – Já vai, já vai! Boa tarde você deve ser a Dora.

DORA – Isso mesmo.

AUGUSTO – O que você quer com minha filha?

RICARDO – Prazer D. Dora eu sou Ricardo, andei provando seus quitutes e gostaria de lhe propor negocio.

DORA – Negócio? (Dora e Ana vibram) Então entra vai, vamos sentar.

RICARDO – Bem Dona Dora, eu queria saber primeiro se a senhora está disposta a encarar o desafio de entrar em sociedade comigo.

DORA – Ai Doutor Ricardo eu fico até sem palavras. O senhor da licença eu vou ali no banheiro. (Sai)

ANA – Desafio? Isso é com a Dora mesmo! Eu sou Ana amiga da família e esse é o pai dela: O Sr. Augusto

AUGUSTO – O senhor é traficante?

RICARDO - Não senhor. Sr Augusto

DORA – Ufa, voltei!

RICARDO – Então a senhora está disposta a abrir uma grande lanchonete?

DORA – Ai assim derrepente? “Mas você acha que vale a pena mesmo entrar num negocio próprio?

RICARDO – Claro, mas primeiro que tudo você tem que saber que deve haver sacrifício, trabalho e persistência.

DORA – Ah, mais isso é comigo mesmo. Eu não desisto fácil.

RICARDO – Abrir um bom negocio envolve riscos... Que precisam ser calculados.

AUGUSTO - O senhor é cafetão?

RICARDO – Não Senhor.

DORA – Então temos que planejar muito para dar tudo certo!

RICARDO – Exatamente

DORA – E se não vender? Eu mesma não estou muito segura dos preços que eu botei.

RICARDO – Se faz o preço contando o valor do material que gastou, mais o valor do trabalho e o lucro que a gente pretende obter, sem esquecer de contar o tempo que gastou pra fazer, e também o valor do material que você já tinha.

ANA – Parece fácil calcular!

RICARDO – Temos que ter metas. Objetivos.

AUGUSTO – O senhor é da policia?

RICARDO – Não senhor.

DORA – (APAIA) O senhor que dizer que temos que saber onde queremos chegar...

RICARDO - Exato. E temos antes que fazer uma pesquisa de mercado. Saber o que os clientes esperam do produto como eles querem o produto.

ANA – Claro, se não agradar o cliente como ele vai querer comprar?

RICARDO – Claro! Outra coisa muito importante. O cliente gosta de qualidade. Ninguém gosta de porcaria.

DORA – Ai, essa é a oportunidade da minha vida!

AUGUSTO – O senhor é casado?

RICARDO – Sim senhor. Bem, como eu ia dizendo, as oportunidades estão ai mas nem todos sabem reconhecê-las, somente pessoas espertas e corajosas sabem reconhece-las.


DORA – Doutor mais tem uma coisa que me deixa aflita... E a concorrência? Em cada esquina tem uma lanchonete.

RICARDO – O sol nasceu pra todos, as vezes a concorrência ate ajuda.

DORA – Como?

RICARDO – A comparação a com concorrência é inevitável se você souber agir corretamente chamando atenção do cliente para o seu produto, é sucesso na certa.

ANA – O senhor é tão inteligente!

RICARDO – Obrigado! Mais é mesmo, miuto importante é cativar a freguesia.

DORA – Cativar a freguesia?

RICARDO – É muito importante cativar o cliente com um produto que se diferencie dos demais somando: A qualidade, atendimento, apresentação e divulgação.

AUGUSTO – Você é perigoso?

RICARDO – Não senhor, eu sou um empreendedor.

AUGUSTO – E o que é isso?

DORA – Deve ser a mesma coisa que empresário.

RICARDO – Não é bem assim...

ANA – Aí Dora, vai ser empreendedora que chique.

DORA – É minha filha estou fazendo acontecer! Mais o Doutor Ricardo antes de fechar negócio com o senhor. Eu preciso pensar um pouco e falar com o meu marido.

RICARDO – Claro para, eu entendo perfeitamente. Bem, mais agora eu já vou indo aqui está meu cartão assim que estiver realmente segura do que quer ligue pra mim então acertaremos todos os detalhes, até a próxima passar bem. (SAI)

DORA – Ai graças a Deus, uma luz no fim do túnel, agora as coisas vão melhorar.

ANA – Ai amiga agora tenho que ir, deixei o feijão no fogo.

AUGUSTO – Tchau minha gostosa. (SAI)

AFONSO – (Entra) Dora eu tenho uma ótima noticia meu amor.

DORA – Eu também, você nem imaginar.

AFONSO – Então conta primeiro.

DORA – Não conta você

AFONSO – Conta você.

DORA – Conta você.

AFONSO – Tudo bem, olha eu descolei um estagio legal o que vou ganhar dar pra junto viver numa boa. Ai você pode desistir dessa maluquice de ser vendedora empresária, sei lá o quê.

DORA – Não Afonso, tudo menos isso, as portas estão se abrindo meu amor eu não posso perder essa oportunidade é a nossa chance de crescer na vida meu amor...

AFONSO – Não, não, não, você vai ter que escolher ou nosso casamento ou essa sua maluquice.

DORA – Não faz isso Afonso. Olha aqui, eu não tenho vocação pra dondoca, eu não sou mulher de ficar em casa lavando, passando, me acabando só esperando o maridinho chegar. E se você espera isso de mim é por que casou com a pessoa errada, então não resta escolha o caminho está livre faça o que quiser.


AFONSO – Dora... Desculpa. Eu estou sendo machista e egoísta. Eu estou nessa com você, Vamos investir nessa idéia, vamos correr todos os riscos. Eu acredito em vc eu sei de sua garra, de o quando vc é capaz e que vc vai longe!

DORA - Ai obrigada meu amor. Vc não vai se arrepender.

AFONSO - Como eu prometi um dia: Na alegria e na tristeza na saúde e na doença. Na fartura e na pobreza por todos os dias de nossas vida ate que a morte nos separe.


Narrador – Dora e Afonso decidiram unir forças e embarcar no mundo empresarial, correr todos os riscos necessários para crescer na vida. E aparti de hoje através do programa despertar vocês assim como eles vão conhecer um novo universo! O empredendorismo. Boa sorte e sucesso para todos!

E a vida continua...

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