Marcadores

sábado, 4 de agosto de 2012

A sociedade dos poetas mortos

Inesquecível...


Quando um filme exerce algum tipo impacto sobre o comportamento de alguém, este filme deixa de ser uma mera peça de entretenimento para se tornar parte do imaginário coletivo, e é justamente este o caso de Sociedades dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, EUA, 1989), um completo retrato subversivo que valoriza a liberdade individual e a importância de desenvolver as próprias idéias, sempre respeitando o próximo. A rigor, estamos diante de uma história que fala de liberdade e autonomia de pensamento, mas que, suave e indiscretamente, também aborda o tema da liderança.
O filme se passa em 1959, quando John Keating (Williams) volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente soturno da respeitada escola, Keating torna-se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.
Via de regra, Keating coordena sua turma de alunos com métodos pouco convencionais, mas que ao longo da narrativa tornam-se eficazes. Na verdade, Keating vai, aos poucos, exercendo grande influência na vida de seus alunos e, com isso, ganha a confiança dos mesmos. Em determinado ponto do filme, temos um líder (na acepção literal da palavra) que não só auxilia a vida estudantil dos alunos, como também os aconselha em suas particularidades. Aos poucos o filme mostra que a função do professor ali não é ser um arrogante superior ou um mandatário de tarefas rotineiras, mas ele está ali também para guiar seus alunos para a direção correta e ensiná-los a valorizar seus próprios conhecimentos, que muitas vezes não vem à tona pelo conservadorismo e medo de errar.
Lentamente o diretor Peter Weir traça o perfil de um líder nato, pincelando e desnudando cada nuance característico de um verdadeiro líder. A luz da lógica, o professor não somente ordena, mas principalmente coordena seus alunos não apenas para ensiná-los a trabalhar e estudar, não é esta a função dele. O professor ajuda seus alunos a pensar e a desenvolver autonomia para a vida. Lição esta que ficará com eles para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário